Visualizations since May 2010

Mostrar mensagens com a etiqueta nuno cruz. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta nuno cruz. Mostrar todas as mensagens

domingo, 24 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Friendshiping

And that is it. The end of Kazakitravelling should end up with an Obelix Party. It started then and follow for a couple of more days until the overwhelming dinner "chez Christinne's" in Amsterdam that i told you about in the first chapter of this adventure.
The tail of that trip left in me the unique pleasure that only a FRIENDSHIPing travel can bring. Stays for eternity. Taste it with us, while "Drinking Tea" with Cletus Got Shot. 
And may god bless you with moments like this is during the season and further times. Merry Christmas.


E assim foi. O fim da aventura Kazak tinha de acabar numa festa de Obelix, tal a intensidade da mesma. Ao todo foram 3 arrasadores jantares de despedida (o ultimo em Amsterdam, já ilustrado no primeiro post desta aventura) em 3 dias.
Na pegada da aventura fica para mim o prazer único de uma viagem feita em “Amigando”. Ficam para sempre, essas viagens. Saboreiem-na connosco bebendo um cházinho com Cletus Got Shot (Drinking Tea).
E que deus vos abençoes a todos com momentos como estes na quadra natalícia e tempos consequentes. 
FANTASTICO NATAL E UM ASSOMBROSO ANO SUBSEQUENTE.

domingo, 17 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Sunshine People

Astana

And fatally we ended up in Astana, the 8 of us, the Crazy Portuguese, a title inherited by the noisy laughs, confusion and party that we bring with us all the time and also by the tail of curiosity that our movement to Kazakistan has provoqued a little bit around everywhere. 
We were received as kings of a far land by the clan of Ulmeken, in a smiley, warm and intimate dinner of horse meat and other flavours of the local gastronomy. Offered by the big, warm and open Kazak Heart of that family. Taken by the Portuguese Heart, with that soul that only a Portuguese Heart can show. And that was my Honour, my Pride, my Pleasure.
After our return, I was told by Ulmeken that her mother baptized us… Sunshine People. Again, Honoured, Proud, Pleasure.  A deep “thank you so much”, by the generous and sharing welcome with whom you have embraced us.
I invite you to come along with us to visit the city, the Expo and the people that made fantastic our stay, following the tail of The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).
E lá acabamos todos 8 em Astana, os crazy Portuguese, epiteto ganho à custa do estardalhaço, risota, confusão e festa que sempre armamos à nossa volta, deixando também um rasto de alegre curiosidade acerca do porquê de termos ido ali parar. E de férias??!!?? Fantásticofabulásticamente, acabamos recebidos pela Matriarca da Ulmeken e toda a sua prole num hospitaleiro, risonho, bem disposto, intimista e principesco jantar Kazak de carne de cavalo e um sem numero de iguarias da gastronomia local. Oferecido pelo enorme coração Kazak. Recebido pelo coração Português como só ele o sabe fazer. Uma Honra, um Orgulho, um Prazer
Depois, já após o regresso, soube que o nosso título mudara para “Sunshine People”. Nova Honra, mais Orgulho, redobrado prazer. Obrigado profundo, lá bem do fundo da alma pela generosidade com que nos envolveram. O brilho que aí porventura deixamos não é mais do que o espelho do brilho que vocês deixaram em nós.
Venham lá daí conhecer Astana, dar uma volta pela EXPO e reviver esses preenchentes momentos com uns pós da música The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - The Holy lakes

Borovoe, Kazakistan

Says the legend tha any country in the world has something special to present, astonishing beaches, awesome mountains, incredible rivers. And to Kazakistan, only steppe was given, which made them complain to God. And God, grabbed from the bottom of his hat a landscape of fantastic mountain cliffs diving into crystal waters, covered by trees and shrubs that were the home for several fishes, insects, birds and earth animals. And that, was naturally where we ended after crossing the infinity of the Kazak steppe. A wonderful time crossing that beautiful landscape, by the hand and the heart of Andres, an ex-soviet army fellow that stayed behind in that paradise after the soviet fall and got found of us. We share our canned sardines, he gave us back the smoked fish and his home made vodka, we shared revolutionary songs from our Portugal and his Russia, he took us all in his boats to the soul of the lake, blown by Our Friends (Mind Orchestra) and When Another Sun Shines (Innocent Bandits).
KAZAKISTRAVELLIN - The Holy lakes from nunocruz on Vimeo.
Diz a lenda que cada país do mundo tem qualquer coisa de belo para apresentar, desde praias a montanhas, a rios fabulosos, glaciares, mas ao Cazaquistão só teria sido dada a estepe, razão pela qual Deus foi questionado. Reconhecendo a sustentabilidade da questão, Deus num assomo magnânimo saca da cartola uma catrabanzada de promontórios mais ou menos escarpados, atapetou-lhes o piso com uma confortável vegetação, preencheu-lhe as depressões com lagos sagrados (Borovoe deriva de Auliekol, que significa lago sagrado) e povoou-lhes o espaço com um abundante reino animal. Borovoe é por isso inevitável no fim da travessia da estepe, atravessando-se inevitavelmente no nosso caminho. Magnificos dias cruzando aquela beleza, acompanhados pela hospitalidade de um russo, o Andres, ex-militar soviético que se deixou ficar por ali, e desta vez se encantou connosco. Trocamos sardinha enlatada por peixe seco, bebemos um home made Vodka, compartilhamos canções revolucionárias do nosso Portugal e da Rússia dele, deixamo-nos levar nos seus barcos pelo lago adentro ao sabor de Our Friends (Mind Orchestra) e When Another Sun Shines (Innocent Bandits).

sábado, 2 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - In Love with my Trains


Almaty - Astana by train

Wake up in the night, while dawn was still sleeping, with the sparkling that comes up to my pores when a train travel rises up in the horizon. His smooth and syncopated movement relax my full body, while the nowhere landscape existing between stations that slides way continuously in the window greatly stimulates my brain, my memories, my perception of the world history. Moreover, the train never confines my space and opens his doors in every station, giving me that sense of freedom on what my mind was built. That is why, the train has always been my preference for travelling.

Bubbles boil in my memory, the first travel on my own (15-16 years old) that started precisely in the mythic Portuguese Douro Railway line that follows the river with the same name, through a really incredible landscape that reports you to the origin of things. After that I have done the same with other two river lines (Tagus and Tua rivers), crossed Europe in the interail in my first big journey abroad, fell in love with La Trochita a historical coal train of the beginning of settlements in Patagónia, cut the Tramuntana (Mallorca Mountains) in a train that seemed to come out of a movie, and I was a lucky mother F… when, on my line of work at MOTA-ENGIL, I fell deep in the Nacala (Malawi) and Sena (Beira – Moatize, Mozambique) lines, within the coal railway paths, where I learn my love for Africa. Finally, i will have the Trans-Siberian and Orient Express lines permanently in my horizon, while i don´t slide on them.

The Famous Turk-Sib (Turkestan – Siberia) line, ended in 1930 passes through Almaty, and that was a temptation to me, but the path would get us away of Astana and Borovoie, marked destinations of our trip. As so, we picked up one parallel line that links the Turk-Sib and the Trans Siberean lines and passes through Almaty, Karaganda (important city of the coal) Astana, Borovoie before crossing the Russian border. Fantastic choice. 15 h riding in the immense infinity of the Kazak steppe, touching the incredible Laka Balkhash and mixing my nomad soul with the nomad nature of the country (the origin of the name Kazakistan was given by the neighbours to the nomads that live there and means those without ceiling), under the sounds of Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) and Cletus Got Shot (Bummin Around)

The trip ended with our arrest by the local Police because we were caught smoking in a forbidden zone:
“Let´s scare them” was the tought of the entire guarrison of the station that surrounded us, threat us with a Gulag and finally freed us in a magnanimous gesture. And so, there was done another train trip that nobody can take away from me


Acordo ainda de noite com aquele fervor que uma boa viagem de comboio sempre me trás, desde que o meu corpo sabe o que é viajar. Relaxa-me a continua massagem para o meu corpo dada pelo seu ronronar sincopado e, simultaneamente, estimula-se-me o cérebro e a criatividade ao deslizar pelo nenhures que habitualmente existe entre estações. Sobretudo encanta-me que nunca me aprisione o espaço e a porta para sair se abra em todas as estações, emprestando uma sensação de liberdade tão a jeito da minha alma que nenhum outro meio de transporte consegue assegurar. Por isso, o comboio sempre esteve no meu top de preferências.

Borbulham na minha memória as primeiras férias que passei completamente por minha conta, ao redor dos meus 15-16 anos, partindo na mítica linha do Douro, que serpenteia pendurada na margem do rio com o mesmo nome em direcção à fronteira com Espanha. Verdadeiramente, foi essa a minha primeira viagem. Além dessa, que saboreei muitas vezes depois dessa primeira, deslizei por outras duas linhas que languidamente se espraiam na paisagem fluvial de 2 outros rios portugueses, o Tejo e Tua. Cruzei a Europa em inter-rail na primeira grande viagem para fora de Portugal. Deliciei o coração e definitivamente me apaixonei pelo comboio, na mítica La Trochita, um comboio a carvão que enriquece a paisagem de Esquel a Nahuel Pan, na Patagónia, e me fez viver a conquista do mundo novo. Cortei a Tramuntana, (complexo montanhoso que domina a ilha de Mallorca, Espanha) num comboio que parecia de brincar (ferrocarril de Soller). Por um par de vezes me caiu ao colo a felicidade de o meu trabalho na MOTA-ENGIL me ter atirado, primeiro para a linha de Nacala (troço no Malawi) e depois para a linha do Sena (Beira-Moatize, Moçambique), onde bebi o verdadeiro perfume de África e onde aprendi a amar esse fantástico continente. Além disso, persigo ainda, há anos, os 3 transiberianos e o Expresso do Oriente que, por ainda não concretizados, não me saem da cabeça.

Aqui à mão, tinha a famosa Turk-Sib (Turquestão-Sibéria) pensada para escoar o algodão e concluída em 1930, que passa precisamente em Almaty, mas o destino afastava-nos de Astana, um dos destinos da viagem. Saímos numa outra, paralela à primeira, que passa por Almaty, Karaganda (cidade mineira muito importante na economia do Cazaquistão) Astana, Borovoie, atravessando depois a fronteira em  às linhas Trans-Siberianas. Boa aposta porque a viagem foi espectacular. 15 horas cavalgando na imensidão infindável da estepe do Cazaquistão, tocando o incrível Lago Balkhash e mesclando o meu sentido nómada com a nómada natureza deste país. Essa natureza é, aliás, expressa no nome do país que significa "terra dos sem tecto", nome atribuído pelos países vizinhos aos povos nómadas que habitavam aquela zona. A sedentarização desses povos só viria a ocorrer com a regulação soviética, isto é, há cerca de 100 anos atrás. E nesse ritmo compassadamente romantico, lá fui disparando a minha Canon, captando o deslizar daquela paisagem, que agora embrulho com a música de Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) e Cletus Got Shot (Bummin Around) 

No final, à chegada a Astana, esperava-nos a detenção policial por fumarmos fora do sítio. 
“Vamos lá pregar um susto aos moços”, pensou toda a guarnição policial da estação que nos rodeou, nos “ameaçou com um Gulag” e depois magnanimamente nos libertou. 
E assim se fez mais uma viagem que já ninguém me tira.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - High waters


Issyk and Big Almaty Lakes

There are no free lunches anymore, so they say.
There are only few, fewer and fewer, the politicians that don´t lie, that cheat the people, even those who elected them. And there is less public health, less justice, less education. Everything for the money. Shrinks with that the available persons who wish to set friendships without especting some favour, some money, some power, some what???. Sad thing, sad world. I keep going in another way, even though knowing that we cannot correct the world. But in my mathematics 0.05% resisting is better than 0%.
In this way I think that it won´t be long for having recently born paying to their parents that fuck that gave them the existence. Probably, with ATM machine at moment of birth. 
I fill my soul with the free sharing of such delicious friendship moments that rolls among us, within the awesome scenaries of the natural beauties of Issyk lake and Big Almaty lake (3000m), without anything to payback. With Edith Frost (Wonder wonder) whispering our hears and... a funny driver that we had for one day, that appeared and dissapeared into the fog as in any comic book.
Buuuuuuuuuueééééééé cool

Hugs


KAZAKITRAVELIN - The high lakes of Almaty from nunocruz on Vimeo.

Já não há almoços grátis
Já são poucos, muito poucos os políticos que não mentem, que não enganam todo o povo que os elege, em favor do próprio interesse
Já não há saúde competente, nem justiça justa, nem educação profunda e igual para todos. Tudo perdido em favor do Dinheiro
Encolhe com isso, cada vez mais, o número de pessoas dispostas a amizade sincera, sem esperar favores, sem querer um favor, um dinheiro, um poder ou um outro qualquer que ninguém se lembrou ainda. Neste rumo, penso que não demorará muito em que até os filhos terão de pagar aos pais a queca que lhes deu a existência. Se calhar com o ATM a ser a primeira coisa que o infante vê do mundo. Uma tristeza. Embora com sucesso limitado no que a mim diz respeito, a minha matemática diz-me que mais vale 0.05% num dos pratos da balança do que 0%.
Enche-me por isso a alma, o viver esse partilhar de vidas que rola na minha frente, deliciosamente desinteressada, descontraída, de gente que se gosta realmente, enquanto me pasmo com a beleza do Issyk Lake e do Big Almaty Lake, dois lagos de altitude que enchem “crateras” a 3000m de altitude. Com a Edith Frost (Wonder wonder) assobiando melodias nos nossos ouviditos e um fantástico motorista que atravessava o nevoeiro e surgia de todo lado como que saltando fora de uma banda desenhada qualquer. Muita Fixe

Abraços



sábado, 18 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELIN - All the way up

Shymbulak, Kazakistan

I was born facing the immense ocean that gave me the soul to dare the glance beyond the horizon, the need of penetrating him called by the horizon that always lies after the horizon. I love the taste of the salty foam that refreshes my face and my days. I love its infinite infinity that enlarges my perspective. I love his flow movements, sometimes serene sometimes tempestuous in the syncope that makes life flow. It have fed my instincts since my first minute on earth, the ocean. Always in the horizon of the windows of my life.
With the ocean in the instinct and in the horizon, i grew up facing the mountains, taken by hand by my father all the way to the top, in great freedom flows. At every climb, at every conquered summit, more mountain spirit was (and is) installed in my soul, melting with the instinctive ocean already in there. I love the vertigo of heights and conquers, felt in the sweet loneliness crossed by the whistle of the wind singing throughout the mountain valleys or by the sound of water playing against the gravel river beds followed by the chorus that arise from the local birds. That is why the spelling call of the mountains is unavoidable for me, everytime the mountain cross my way. I just let myself embrace into a heady dance. That was what happened once more in Shymbulak, a ski resort installed in the mountains that guard Almaty. Blown by the sound of Mountain Top (by Cletus got shot) i jump with all my team into the amazing cable car that takes us up to a 3200m mountain spot. As I get there, my legs take the lead and walk me, on the rhythm of Ovulation (by Learning Music), to the deep heart of the mountain. 
I fill up my lounges with a happy air and, like a hornpipe, I release it back singing out loud with my friends songs of freedom. Come along with us and enjoy that nature
Nasci defronte para a imensidão do oceano, que me deu a alma para sempre espreitar além do horizonte, de querer penetrá-lo porque há sempre mais um para encarar. Adoro a espuma salgada que dele emana e me tempera os dias, a sua infinita imensidão que me alarga a perspectiva, o seu movimento ora sereno ora revolto que empresta o gradiente para a vida rolar. Alimenta-me o instinto desde sempre, o mar. Sempre no horizonte das janelas onde vivi
Com o mar no instinto e no horizonte, cresci também defronte da montanha, levado pela mão de meu pai por ela acima em fluxos de liberdade. A cada escalada, a cada cume atingido, mais um bocado de montanha se entranhava dentro de mim, mergulhando harmoniosamente no instintivo mar lá instalado. Adoro a vertigem da altitude e da conquista, sentida na solidão cortada pelo assobio do vento cantando pelos vales, no som da água resvalando pelos fundos cascalhentos, acompanhada pelo coro que sai do papo dos pássaros que compõem o habitat. Por isso, o chamamento da montanha é incontornável para mim. Sempre que a tenho próximo, deixo-me conduzir serenamente por ela num bailado inebriante. Foi assim, uma vez mais, em Shymbulak, uma estância de neve instalada nas montanhas que protegem Almaty, ali mesmo à mão. Sob o som de Mountain Top (by Cletus got shot) salto com a restante troupe para dentro de teleférico e ascendo ao fim da linha, a 3200m de altitude onde apenas está a montanha servida por um bar-abrigo que aquece o corpo e a alma dos viajantes daquelas paragens. Num movimento sincopado com Ovulation (by Learning Music), as minhas pernas saltam do teleférico e compassadamente põem-se em marcha montanha dentro. Enche-se-me o peito de ar feliz e, tal como uma gaita de foles, liberto-o em seguida com os parceiros de caminhada cantando canções de liberdade a plenos pulmões. 

sábado, 11 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELIN - Diving into the Charyn Canyon

Charyn Canyon, Kazakistan

We left in the morning, after the confusion that 8 people waking up in the same apartment can create, which was brought into the well managed van (by JO, a friend that drove us all the way of this adventure). 10 people talking at the same time in crossed conversations, from the back to the front of the vehicle. I was delighted with the harmony created by people that hardly knew each other before, mixing professors and students, young people and people with doubled age, musleems, christians and non-believers, opening their hearts to a good trip. 200km on the road (and then the way back), crossing Almaty Province towards the Chinese border, where the Charyn (or Sharyn) river flows and the canyon of the same name scratches the landscape along a line with 80 km. It tells a magnificent geologic life story carved in the red sanstones by the waters that coming from the famous Tian Shan Mountains (Mountains of Heaven), by the eolic action of winds or even by some heat volcanic episodes. I walk with my friends the last 5 km of this canyon listening to the local histories, told by Ardak and Ulmeken, or by my own imagination. And the intimacy among the group is growing up to an unthinkable level, bringing up to my memory another trip to the Sahara desert 20 years ago where a friendship between 8 people started and never went away. Blown by the Mind Orchestra (The Minoan) we slide down the canyon towards the flowing river.  


KAZAKITRAVELIN - Charin Canyon from nunocruz on Vimeo.

Abalamos de manhã, após a estremunhada confusão que oito melros podem criar ao acordar, trazendo para dentro da carrinha sabiamente gerida pelo JO (outro amigo feito lá que nos conduziu a aventura), a algazarra que podem fazer 10 adultos, falando ao mesmo tempo desde trás até à frente, num arrepiante choque de conversas. Deliciei-me com a envolvente comunhão de amigos de uns e amigos de outros que tem um amigo no um, professores em final de carreira e alunos a terminar seus cursos, católicos, agnósticos e muçulmanos, abrindo portas e corações a uma boa viagem. 200 km de estrada (mais duzentos da volta), cruzando a provincia de Almaty até perto da fronteira chinesa onde se encontra um braço do rio Charyn (ou Sharyn). Charyn Canyon, um impressionante rasgão no planalto com cerca de 80 km de extensão contando uma belíssima história moldada na pedra vermelha arenitica, ora pelas águas vindas das miticas Tian Shan Mountains (Montanhas do céu), ora pela acção eólica dos ventos encanados assobiando pelos arenitos, ora ainda por alguns sobressaltos vulcânicos. Ao estilo do Grand Canyon (onde nunca estive). Fazemos-lhe os últimos 5 km, ouvindo as contadas (pela Ulmeken e Ardak) ou imaginadas histórias que aquele tipo de lugares sempre inspiram. Sinto o mergulho no canyon a perspassar-me, entranhando-me a natureza Kazakistan, deliciosamente condimentado com a intimidade entre todos que vai crescendo com uma naturalidade inquestionável e surpreendente. Ao ritmo e semelhança de uma outra que começou numa viagem ao Deserto do Sahara 20 anos atrás, com 8 mais ou menos desconhecidos que nunca mais se separaram. Daqueles amigos cada vez mais raros que dispensam os “favores”. 4 desses 8, seguem de novo nesta, com os the Mind Orchestra (The Minoan) sussurrando a sua musica pelas entranhas do canyon. Muito bom. 

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - The city of Apples

Almaty, Kazakistan

They got into my class one morning, with 3 weeks later than supposed by tricks of burocracy, 5 smily kazakistans that, as a group, marked the difference in the class of Rock Mechanics that i teach in Aveiro University. I felt lucky to see them evolving along the semester, mainly because I just love what team work means. You give the best of yourself, without thinking in your payback, although it is inevitable that it will come to you. Usually generates generosity, giving, sharing, loving, a delightful path. Furthermore, i slowly tasted the intrinsic joy that arose from them, just for being there in a longinquous mitic country (Portugal is a mitic longinquous country with a powerful history for people from “the other side”), living this piece for their lives. All the senses and live emotions in my soul of my first mitic longinquous countris (Tibete and Sri Lanka) came up to the surface, completely enlightening my loving heart.
This walk with them along the semester brought back my early dreams of fantastic histories of adventures evolved in the farway Central Asia, from Gengis Khan to the Silk Road, from Jules Verne to Nicolau Gogol. I was seeing the faces of those histories right in front of me. Fatally, I cancelled previous bookings, and move my soul towards that unknown country for me. Me, and one more, plus one more and even one more, fell in the contagious enthusiasm of my heart for that travelling adventure. At the end, we were 8 when the plane landed, at 4.00 o’clock, in the City of the Apples (Almaty), the old capital of Kazakistan (until 1998) and the most important city of Kazakistan, located in the way of the centurian railway line Turquestan – Siberia.
Waiting for us, the joy and giving hearts of Ulmeken and Ardak that would live together with us until the last minute of our stay.
Come and meet them (I am sure you will love them) and follow us around the city of the apples, floating with the Flight of the Falcon (Learning Music)   

Entraram-me pela aula dentro numa bela manhã que jamais esquecerei, com 3 semanas de atraso por danos da burocracia, 5 serenos kazakistões em grupo coeso e inteligente que rapidamente ultrapassaram o atraso e se colaram aos melhores desse curso. Deleitei-me a observá-los, porque sempre dou muito valor ao trabalho de equipa, ao contributo generoso de cada um para o bem comum que necessariamente o separa do egoísmo vivencial. Dá-se simplesmente. O retorno nem se pensa nele, mas está sempre garantido. Mais fatal que o destino. Mais ainda, saboreei a alegria intrínseca que deles emanava, simplesmente por estarem ali vivendo esse seu pedaço de vida. Saltaram-me `flor da pele a emoção e excitação das minhas primeiras viagens para míticos destinos longínquos como o tibete ou o sri lanka. Portugal tem uma história que raia o mítico… para quem vive “do outro lado”, isso mesmo me disseram eles.
Com toda a naturalidade a nossa vivência conjunta foi-me repescando as histórias que li dos povos daquela zona do globo, do Gengis Khan à Rota da Seda, do Julio Verne ao Nicolau Gogol, a que se foram juntando as histórias por eles contadas em primeira mão. A Ásia Central. Com mais naturalidade ainda, desmarquei a rota que já tinha marcado, e apontei baterias a esse país para mim desconhecido. Primeiro eu a que se foi juntando este, mais aquele, mais o outro, que se deixaram contagiar pelo entusiasmo com que pus o coração nessa viagem. Ao todo, acabamos aterrando 8, pelas 4.00 da manhã, na cidade das maçãs (Almaty), a antiga capital do Kazakistão (até 1998) e ainda hoje a cidade mais importante do País. Por aqui passa a centenária via-férrea Turquestão-Sibéria que desde logo lambi com a alma. À nossa espera, a Ulmeken e a Ardak, com os seus contagiantes sorrisos e enormes corações, prontas para uma aventura que dava ali os primeiros passos. 
Bora lá daí conhecê-las, e com elas conhecer a cidade das maçãs ao som de Flight of the Falcon (Learning Music)

sábado, 28 de outubro de 2017

KAZIKTRAVELLING - The prologue and epilogue of a great trip

Amsterdam, the Netherlands

Travelling is something that i increasingly need. As worse is my context with the world, more the travelling time becomes in a fundamental freedom essence of my reason and my soul. Any time I start moving, my smile wides completely disintegrating all the impotence and disappointment against the creepy increasing corruption and lies that you are confronted everyday in your activities. More and more. However you have to hold on to your convictions, otherwise it will be even worse. Therefore I need very much to dive through new natures, open dialogs with other people, other faiths, other lives, digging smiles on those faces I have never seen before and probably not seeing again in the future, but that will remain in my soul mixing with other smiles that I kidnapped in other movements.
The travelling, just for itself, creates that atmosphere. But sometimes, by unusual circumstances that converge to the same horizon, the intensity of things transport you to an unforgettable upper level of intensity. And that was exactly what happened with this trip to Kazakistan. Eight people (friends of friends but not yet friends) moving through scenaries hardly dreamt before, freeing their emotions and intensifying feelings, guided by two other girls that opened to us the doors of  Kazakistan through their own hearts, whose story I will tell in the following weeks
It started and ended in Amsterdam, this unforgettable trip, ending in an Obelix party with all the tripmates in a fantastic dinner offered by the sweet Christine, a dutch friend that I haven’t seen for 25 years (last time was in my wedding), where we met my eternal love, Dicky, a partner of love and life since the romantic university times and Jildou, another friend that slept under my ceiling and to whom I have widen the smile with the breath of our Portugal. Awesome moments and feelings that flooded to the main (trip)stream until becoming part of the trip itslef.  I thought I was about to die, while returning after that dinner, given the impossible intensity that was exploding inside me.
La Vie est Belle, by Lee Maddeford, lend the words and bring the emotions for the prologue and epilogue of that trip. Enjoy


KAZAKITRAVELLING - The prologue and epilogue of a great trip from nunocruz on Vimeo.

A viagem é uma coisa que nos dias de hoje cada vez mais necessito. Quanto pior é o meu contexto com o mundo, que vai piorando com o passar dos dias, mais a viagem se torna numa essencia libertária da minha alma e da minha razão. Cada vez que arranco para qualquer que seja o lado, o sorriso alarga-se deixando cair a impotência e a desilusão que vou sentindo pelo crescer das arrepiantes corrupção, engodo, mentira, falta de respeito, arrogância, incompetência, que diariamente nos engole no desenrolar social. O desgaste de quem esbraceja contra esta maré é imenso e quase certamente pejado de insucessos. Contudo, mesmo que isolado e sem “sumo” aparente, mantenho fielmente o apego às minhas convicções e enquanto isso ponho um pouco mais de peso no prato mais leve da balança. Posso não conseguir “virar” o mundo, mas resisto até à última gota.
Por isso preciso muito de banhar-me em outras naturezas, desbravar conversas e desvendar os mistérios de outras gentes, outras crenças, outras vidas e rasgar sorrisos nesses rostos que nunca vi, e que provavelmente não voltarei a ver. Tudo isso me fica gravado na alma mesclando-se com outras emoções que capturei nas andanças anteriores. E com isso, armazenar ar suficiente nos pulmões para o novo mergulho nesse poluído mundo onde vivo.
Uma viagem normalmente proporciona tudo isso (pelo menos para mim), mas vezes há em que o registo emocional atinge picos inolvidáveis, por circunstâncias especiais que se conjugam favoravelmente potenciando o efeito “viagem” para níveis estratosféricos.
Foi isso que aconteceu no rasgão que inscrevi no meu mapa de viagens, concretamente no Kazakistan. Oito pessoas, viajando juntas por estranhas terras que a imaginação não alcançara antes, libertando as emoções e intensificando as relações. Em harmonia com outras duas que nos abriram as portas do kazakistan através dos seus enormes corações
Começou e acabou em amsterdam essa fantástica viagem que vos darei conta nas próximas semanas. E acabou com um “jantar de Obelix”, com todos os viajantes em casa da Christinne, uma amiga que não via desde o dia do meu casamento (25 anos atrás), mais a minha eterna  Dicky que que revejo sem falhas todas as vezes que por ali passo e que trago sempre comigo no coração). Ainda outra, a Jildou que dormiu sob o meu teto e a quem alarguei sorriso com a beleza do nosso Portugal. Fantásticos momentos que fluidamente se juntaram à viagem até se tornarem parte da mesma.
Acreditei que morria, no regresso após o jantar, tal a impossível intensidade do que sentia. Uma vez mais, com a alma cheia e o amor mais profundo. La Vie est Belle, de Lee Maddeford, empresta as palavras e faz a emoção do prólogo e do epílogo dessa viagem        


quinta-feira, 2 de março de 2017

COLOMBIAN STORIES - Raquirá, Ecce Homo, Terraccotta house

Boyacá region

I get up in the morning decided to move around the colonial área of Villa de Leyva, to take everything i tis got to offer, which in reality gives me na unsuspected richness. I grab my friends while we jump into the car rented in Bogotá, and laughing out loud the happiness we feel in our hearts we just head to Raquirá (near 30 km from Villa de Leyva), another coulored colonial city that is considered the colombian capital of pottery. In 1994 it was considered one of the most beautiful places of colonial Boyacá by the Corporacion Nacional de Turismo de Colombia. In the local indian language Raquirá means the Land of Pottery. And so we got lost in that beauty full of history that ends up in a overwhelming meal in a  famous local restaurante. 

And with the brain somehow dizzy by the wine that followed the meal we pu tour legs on the way towards the famous monastery that religiously rule the region. The monastery Ecce Homo that owns its title from the famous painting with the same name, that was stolen in Rome by a spanish soldier. The daughter of that soldier, Catalina Casallas, dreamt with a saint, talked to his brother and the monastery was born. In 1998 it became arquitectonic heritage of Colombia. I breath the peace that always come from thes places, but i also feel the brutality of the church on those dark times of cristianization.

From there, we just followed our path back to Villa Leyva, stopping by another local amazing place: The House of Terracotta a life project of the Colombian arquitect Octavio Mendoza, the biggest piece of pottery in the world as he like to name it. It was built exclusively by hand using only clay and baked in the sun and without any single piece of cement or steel. Inside, the rooms curve and flow into each other, as though the entire house was cast in a single mold. The dream of Mendoza gives not only the fantastic piece of work that i tis, but also points out a way to built handicraft houses making use of the most famous thing of the region (pottery). As divine as the monastery that we had visited a few hours before. 

As usual, i just melt the music (Como el Humo by Mama Patxanga, Cantate Domino by Les Petites Chanteurs de Montigny, Maria Magdalene y Maria Jacobi by Tudor Consort and Be Free by Derek Clegg) that echoes in my ears, expecting to activate the travelling soul that must inhabits every soul of those that read my stories

Kisses & Hugs and… get happy.

Levanto-me pela manhã decidido a envolver a zona de Villa Leyva com aquilo que ela tem para me ofertar, o que na realidade me traz uma riqueza insuspeita. Agarro-me aos amigos enquanto saltamos para dentro do carro alugado em Bogotá e, gargalhando alto pela serenidade que aquele ambiente nos trás dirigimo-nos a Raquirá (a cerca de 30 km de distância), uma colorida cidade colonial que é considerada a capital do barro artesanal da Colombia e foi agraciada em 1994 pela Corporacion Nacional de Turismo como um dos sítios mais bonitos da provincia de Boyacá, graças à pitoresca decoração das suas casas. Na língua indígena, Raquirá significa a terra dos Potes. Manhã santa deleitando-me com essa beleza impregnada de história que acaba com uma lauta refeição bem regada num famoso restaurante local. 

Bem regadinhos, apontamos baterias ao famoso convento dominicano do Século XVII que religiosamente domina a região e que deve o seu nome (Monasterio Ecce Homo) ao quadro do Santo Ecce Homo que foi saqueado em Roma e trazido para o Novo reino de Granada (Colombia) por um soldado espanhol cuja filha Catalina Casallas haveria de sonhar com esse convento e acabaria por convencer o irmão a construi-lo. Em 1998 foi declarado património arquitetónico da lista de bens culturais da Colombia. Respiro-lhe a paz que sempre ascende nesses sítios, mas também lhe sinto a opacidade feroz com que foi feita a colonização cristã, sobretudo a espanhola.

Regresso no cair da tarde a Villa Leyva, passando pela espantosa casa de Terracotta projeto de vida do arquiteto colombiano Octavio Mendoza. A casa foi toda feita em argila, a lembrar os adobes dos climas secos, completamente moldada pelo dito arquiteto, e construída à mão, sem um único pedaço de cimento ou de aço. Espantosa a modernidade, a simplicidade e o conforto dessa casa totalmente construída em argila de formas arredondadas e perfeitamente integradas no cenário montanhoso que a envolve. O sonho de Octavio Mendoza, oferece não só a originalidade que ela constitui como aponta caminhos para se construirem casas de modo económico, baseadas no trabalho artesanal que dá riqueza à região (a olaria). Tão divina como o mosteiro por onde passei umas horas antes.

Junto-lhe novamente uns pós da música (Como el Humo de Mama Patxanga, Cantate Domino de Les Petites Chanteurs de Montigny, Maria Magdalene y Maria Jacobi de Tudor Consort e Be Free de Derek Clegg)  que me ecoa os ouvidos durante este pequeno périplo de maravilhas de Boyacá, com o que espero activar a alma viajante que habita em todos os que me lêem. 

Beijos e abraços e…sejam felizes.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

COLOMBIAN STORIES - Villa de Leyva

Villa de Leyva is a colonial town founded in 1572, that lays at 2140m in the middle of the mountains of Boyacá (200-300 km from Bogotá). It was once the town for spanish families and vice-roys to relax, and, frozing in time, Villa Leyva preserved more or less intact the original characterisitics and today is considered as one of the main atractions of the Colombian National Network of Heritage Towns. It is really worthy, if you have the opportunity.

If you have legs and lungs, go towards the small santuary that you may see from that impressive plaza mayor until you see jesus in your size. One hour and an half to go climbing steep, plain of sweat, but at the end you will have waiting for you a unique view of the villa, especially to understand the real dimension of that overwhelming plaza mayor.

As usual for me in this kind of places, history penetrates my soul and my brain is swallowed by sliding histories of love and war, generosity and evil, romantism and obcurantism. I add some music to the brain (the 5th Reason by Remus, Blue Draggish by Underscore Orchestra, Go to tell it on the mountains by Petits Chanteurs de Montigny) and type in my memory the pleasure i had in that week-end with a bunch of good friends.

Kisses and hugs, especially to those with an anxious present


Villa Leiva, Colombia from nunocruz on Vimeo.

Villa de Leyva é uma pequena vila fundada em 1572, encalacrada a 2140m de altitude no meio das montanhas do distrito de Boyacá (200-300 km de Bogotá). Villa Leyva foi no passado a casa de repouso dos vice-reis espanhois e de muitas familias endinheiradas espanholas e hoje constitui um retrato mais ou menos intacto daquele tempo, razão pela qual faz parte da lista de cidades históricas do património colombiano. Claramente um sitio a visitar, para quem tiver oportunidade.

Se tiverem pernas e pulmão, ponham-se a caminho dessa imagem pequenina de Jesus encavalitada num ressalto montanhoso e cheguem-se a ela (imagem) até que a mesma tenha o vosso tamanho. Uma hora e meia a subir em modo empinado, verdadeira suadela. Mas no final vale a pena porque tem uma fabulosa vista completa da vila e, sobretudo, permite apreciar verdadeiramente a dimensão daquela espantosa praça de armas.

Como de costume, a história penetra-me e na minha cabeça deslizam histórias de amor e de guerra, de generosidade e safadeza, de romantismo e obscurantismo. Junto-lhe uma musiquinha (the 5th Reason by Remus, Blue Draggish by Underscore Orchestra, Go to tell it on the mountains by Petits Chanteurs de Montigny) e escrevo na memória o prazer que aquele fim-de-semana me deu com um punhado de gente muito boa.

Beijos e abraços, em especial para aqueles a quem o presente não favorece

sábado, 17 de dezembro de 2016

FAR EAST - a Unique Brisbane

Brisbane, Queensland, Australia

And there we were with a day free to walk around the lovely and lively Brisbane. In a mostly cloudy and rainy day. And that gave us a unique flavour of the city, since this kind of weather rarely happens in those surroundings. Sunny Brisbane, we can catch any time i want. Grey Brisbane... most of you have to see this movie. Slide down the river that cuts Brisbane in two, with us and The Freak Fandango Orchestra (At World's End and A Russian Circus) and Josh Woodward (Swiming in Tuppertine)
Kisses and hugs to everybody and an awesome Christmas.
Far East - a Unique Brisbane from nunocruz on Vimeo.


E de repente ali estavamos nós (silvia fernandes e carlos rodrigues) com um dia livre para circular em Brisbane. Um dia globalmente enublado, por vezes chuvoso. Deslizamos rio abaixo saltando de barco em barco no incrivel sistema de transportes publicos que operam no rio que divide a cidade em dois, lá fomos bebendo a paisagem de uma Brisbane unica, já que dias daqueles são uma raridade naquelas bandas. Uma Brisbane solarenga, todos podemos ter em qualquer altura. Uma Brisbane de fundo cinza e pingo na testa... a maior parte terá que ver no meu blog. Abençoados fomos, por isso, nesse dia. Venham lá dai connosco, com The Freak Fandango Orchestra (At World's End e A Russian Circus) e com o Josh Woodward (Swiming in Tuppertine).
 Beijos e abraços

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

FAR EAST - A Town called 1770 & Agnes Waters)

1770 & Agnes Waters, Queensland

And suddenly, in our way back to “business” we decided to make a small deviation and stay overnight in a town called 1770, which is the place where Captain Cook landed for the first time. Truly, it is not a town, but just a small marina, a few houses, one of those complexes of villas for tourism and Bustard Bay, where Captain Cook left the boat and put his feet on shore. They say that one can see more or less the same that Captain has seen. 1770 exists together with another small town, named Agnes Waters, a well known place of Surf in Australia. As fast as we arrived, at the sunset, we were sorry not to have come earlier. A simple place, with just the basics for supporting life, a relaxing nature and an touching easy going atittude. And when talking in the reception of the hostal with some nice costumer that was around, he asked me how long i would stay.
 - Unfortunatly, i have to leave tomorrow, which is a tremendous pitty, i said
- Why do you leave, if this is a tremendous pitty, he asked back
- I have to be in Brisbane for work, tomorrow night.
His face turn serious, he look into my eyes, put a finger in the mouth and whistle:
- ssshhhh. You are forbidden to mention WORK in here.
I just smile back, recognizing the wisdom in it and moved along with my friends with Cletus Got Shot (https://cletusgotshot.bandcamp.com/) singing “the Congressman” in my hears, to taste every single second of it.
In the “Mouche”

FAR EAST - 1770 from nunocruz on Vimeo.

E assim, já no caminho de regresso a Brisbane, decidimos fazer um pequeno desvio e passar por uma terra chamada 1770 que é nem mais nem menos o sitio onde o Capitão Cook fundeou e pôs pela primeira vez o pé em terra australiana. Na verdade, não é sequer uma aldeia, apenas uma marina, com duas lojas e um café, mais umas quantas casas dispersas, um complexo (pequeno) turístico e a histórica Bustard Bay. O sitio ganha um pouco mais de dimensão, porque se “agarra” a Agnes Waters, outro sitio igualmente pequeno com um centro com o que é preciso, um bar altaneiro e uma praia que se completa com as duas urbes, famosa no mundo do Surf.
Assim que ali chegamos, por altura do pôr do sol, assim nos arrependemos de não ter vindo mais cedo (ou antes, de não ter tempo para nos arrastarmos por ali). Um sitio mesmo simples com o básico para a “sobrevivência”, uma natureza relaxante, uma atmosfera solta e descontraída. E quando, após um belo jantar num restaurante catita, regado com uma soberba cerveja artesanal, estou na recepção do hostal à conversa com um tipo que meteu conversa comigo ele me pergunta:
- Quanto tempo vais ficar por aÍ?
- Infelizmentemente, tenho de partir amanhã, o que é uma enorme desgraça, retorqui
- Então porque partes, senão te apetece, insistiu ele
- Porque não posso. Tenho trabalho em Brisbane
A cara dele pôs-se séria, o sobrolho franziu um pouco, levou o dedo à boca e sibilou:
-sssssshhhhhh. Aqui, é heresia falar de trabalho.

Sorri, saboreando a saborosa sabedoria daquele comentário. Bati-lhe a continência e fiz-me à vida com os meus amigos, com o Cletus Got Shot (https://cletusgotshot.bandcamp.com/) soprando “the Congressman” nos nossos ouvidos, disposto a aproveitar cada segundo de paz e harmonia com que aquele sítio me penetrou.  
Tiro Certeiro, esse desvio, sem dúvida alguma.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

FAR EAST - Orgasmic Nature

Whitsunday Islands, Great Barrier Reef

One of the of the seven wonders of the natural world and the second “to be seen before you die”, as i heard from BBC TV, stepping on my way. The Great Barrier Reef, the only living thing that can be seen from the moon. It starts at the level of Bundaberg (Hervey Bay, Fraser Island are nearby in its south limit) and strecthes along 2300km up to Torres Strait, with a maximum width of 80km and a distance to shore that varies from 300km (in the south) and 30km (north). It is the home for 1500 different species of fish, 4000 breeds of clams and other moluscs, 800 echinoderms including sea cucumbers, 500 types of seaweeds, 200 bird species, 1500 different sponges and six type of turtles. A fantastic sanctuary of life and biodiversity that we couldn’t escape from. We only had time (and money) for one spot, so we followed the always useful lonely planet previously installed in the tablet, and hit the road up to the lovely and live Airlie Beach, the main gateway to Whitsunday Islands in the Great Barrier Reef National Marine Park.
It was a small touch in the Reef, we know that, but it was an astonishing one. I (once again) felt myself in the skin of the brave Portuguese sailors when they first put an eye on it in the beginning of XVII century. This is the gateway to PARADISE, it has to be. Surprisingly no one (dutch and french also were around at the same time of Portuguese) claimed for that land until 1770 when Captain Cook took possession of it.

See for yourself, this fantastic wave surffed in the company of the Mind Orchestra (Spirit Walk)

FAR EAST - Orgasmic Nature from nunocruz on Vimeo.

Uma das 7 maravilhas do mundo natural e. simultaneamente, o segundo local daqueles para ver obrigatoriamente antes de morrer, segundo ouvi da BBC, acabava de tropeçar no caminho que eu podia trilhar. As Whitsunday Islands no Great Barrier Reef National Marine Park. A grande Barreira de Coral, a única coisa viva que se consegue avistar da Lua, começa ao nível de Bundaberg (Hervey Bay e Fraser Island estão nas proximidades) e estica-se ao longo de 2300 km até ao limite norte no Torres Strait, com 80 km de largura máxima e uma distancia à costa que varia entre 300 km (a sul) e 30 km (a norte). Dentro desse espaço fervilha um impressionante orgasmo de vida e biodiversidade que inclui 1500 especies diferentes de peixe, 4000 tipos de moluscos, 500 variantes de algas marinhas, 200 espécies de pássaros, 6 tipos diferentes de tartarugas, entre outros números impressionantes. E assim, pusemos o pé na estrada e lá fomos por aí fora, passando em Mackay até à pequena mas buliçosa Airlie Beach que é a porta de entrada das Whitsunday’s onde acabaríamos por desaguar e “snorklar”.
Foi apenas um pequeno “arranhão” do Reef, eu sei, mas foi um bem espectacular. Uma vez mais, na minha história de viagem, imaginei-me na pele dos marinheiros portugueses, que juntamente com holandeses e franceses andavam por aqui no principio do Sec. XVII, quando das primeiras vezes avistaram aquele cenário próprio de um paraiso. Surpreendentemente, ninguém reclamou aquelas terras até mias de um século mais tarde, em 1770, quando o Capitão James Cook tomou posse delas dando inicio ao que viria a ser o estado de Queensland.
Bora lá surfar essa espantosa “onda” connosco e com the Mind Orchestra (Spirit Walk) 

sábado, 15 de outubro de 2016

FAR EAST - K'Gari, the Aboriginal Paradise

Fraser Island (K'Gari), in the south limit of Great Barrier Reef, Australia

I wake early, very early, because i want to take advantage of what the day offers. Put my shoes on, grab my canon and the GoPro, throw them inside my bagpack and run into the harbour to take another boat, this time to Fraser Island, a Island that lives under the aboriginal culture lores, giving a breath of adventure that my soul truly enjoys. Located 300 km north from Brisbane, the island is more than 1800km2, the biggest sandy Island in the world, with its infinite dune system and subterraneous water creeks that feed rivers and more than 200 lakes of sweet water. The result is that despite the sandy nature of the local ground the cover of the Island is dense and green, making it a very unusual place. As a consequence, Unesco declared it as World Heritage in 1992.
The 'Butchulla' people would originally name the Island, 'K'Gari' - a fitting name they gave this tranquil place that means 'paradise'. Most of today's history suggests that "K'Gari" was occupied by the 'Butchulla' people for five thousand years, and some even say that it was much longer at around twenty thousand years. There was a permanent population of 400–600 that grew to 2,000–3,000 in the winter months due to abundant seafood resources. The arrival of European settlers in the area was an overwhelming disaster for the Badtjala people. European settlement in the 1840s overwhelmed the Aboriginal lifestyle with weapons, disease and lack of food. By the year 1890, Aboriginal numbers had been reduced to only 300 people. Most of the remaining Aborigines, the Badtjala tribe, left the island in 1904 as they were relocated to missions in Yarrabah and Durundur, Queensland. It is estimated that up to 500 indigenous archaeological sites are located on the Island. In October 2014, Native title rights were granted to the Badtjala people by the Federal Court. This essentially enabled the indigenous people to hunt, fish and take water for domestic purposes and could open the island up to economic opportunities for current and future generations of Butchulla people through ecotourism and related business development.
The actual name Fraser Island comes from Eliza Fraser and her story of survival from a shipwreck on the island. Captain James Fraser and his wife, Eliza Fraser, were shipwrecked on the island in 1836. The ship was holed on coral while travelling through the Great Barrier Reef. During the trip in the lifeboats, Captain Fraser's pregnant wife gave birth in the leaking lifeboat. The infant died soon after birth. The Captain's lifeboat was becoming more and more unseaworthy and was soon left behind by the other lifeboat which continued on. The sinking boat and its crew was beached on what was then known as the Great Sandy Island. Whether the survivors died due to disease, hunger, exhaustion or battles with the native population will never be known for sure; most likely a little of all of the above. Captain Fraser died leaving Eliza living among the local peoples. She was rescued 6 weeks after being shipwrecked by a convict, John Graham,[10] who had lived in the bush as an escapee, and who spoke the Aboriginal language. He was sent from the settlement at Moreton by the authorities there who had heard about Eliza's plight, and negotiated her return. Within 6 months, Eliza had married another sea captain. She moved to England and became a sideshow attraction in Hyde Park telling ever more lurid tales about her experiences with white slavery, cannibalism, torture and murder. As she is known to have told several versions of the story, it is unknown which version is the most accurate. She was killed in a carriage accident in Melbourne in 1858.
Come along with us, blown by the themes Enjoy the Nature and Respect then Love (the Mind Orchestra), so adequate to Butchulla lores, tasting the flavour of this unique and sustainable spot of nature in our planet.

Kisses & Hugs

FAR EAST - K'Gari, the Aboriginal paradise from nunocruz on Vimeo.

Acordo cedo, muito cedo, que o dia é para aproveitar, o melhor que puder. Enfio os xanatos nos pés, rebusco a minha canon e a go pro, acondiciono-as na mochila e…toca a zarpar, de novo de barco, em direção à Fraser Island, uma ilha governada ao sabor da cultura aborígene, o que certamente me enleva a alma aventureira. Localizada 300 km ao norte de Brisbane, a Ilha Fraser tem aproximadamente 1800 km², sendo a maior ilha de areia do mundo, com infinitas dunas e um sistema de águas subterrâneas que formam rios e mais de 200 lagos de água doce, propiciando um micro-clima único na Austrália, que mesmo num solo 100% arenoso, desenvolveu uma vegetação densa, que lhe dá características únicas. Por ser um lugar tão especial, a ilha foi declarada como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1992.
O nome original da ilha, dado pelos Butchulla (aborigenes) que habitaram ilha por mais de 5000 anos (até aos dias de hoje), era K’Gari que significa Paraiso, o que se adequa perfeitamente à sua localização e condição. A sua relação em equilíbrio com a natureza permitiu a sua preservação por longo tempo, até à chegada dos colonos europeus que, como de costume, arrasaram esse equilibrio com a exploração massiva de recursos (madeira para a construção de navios) acabando por expulsar toda a população local, em 1904. Mas como a história dá muita volta e reviravolta, os direitos dos nativos locais acabariam reconhecidos pela autoridade australiana em 2014, permitindo o seu regresso e re-estabelecimento sustentável na ilha, autorizados que estão a praticar caça e pesca de sobrevivência e utilização de água doce, bem como a exploração económica do eco-turismo
O nome actual da ilha advém da história de sobrevivência da mulher de um capitão de um navio, Eliza Fraser, que naufragou defronte da ilha em 1836, depois de rasgar o casco nos recifes de coral da Grande Barreira de Coral. Durante o resgate, Eliza deu à luz no próprio salva vidas, mas o miúdo não resistiu mais do que um par de horas e os restantes sobreviventes foram morrendo (incluindo o próprio marido e capitão do navio desgraçado) devido a doenças, fome, exaustão e quiçá em lutas com a população nativa local até que Eliza ficou sozinha entre os aborígenes. Acabaria salva, 6 semanas depois, por um foragido da justiça, de nome John Graham, que vivia entre os aborígenes e falava a sua língua. Pouco tempo depois, Eliza casava corajosamente com outro capitão de navio e regressaria a Inglaterra, onde se tornaria conhecida pela sua aventura de sobrevivência, apimentada com escravatura branca, canibalismo, tortura e homicidios contada em primeira mão e quiçá romanceada. Eliza acabaria por regressar à Australia, onde novo infortúnio lhe poria fim à vida, vítima de um acidente da carruagem em que viajava, em Melbourne em 1858.
Venham lá daí comigo, no sopro dos temas Enjoy the Nature e Respect then Love (the Mind Orchestra), tão em sintonia com os princípios dos Butchulla, saboreando este lugar único no mundo e um dos principais destinos para quem passa por aquelas bandas.

Beijos e abraços

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

FAR EAST - Playing with Whales

Hervey Bay, Queensland, Australia

After 14 hours of a furious finger tapping on the back of the front seat (playing solitaire) interbedded with 2 movies seen between yawns and the infinite and unavoidable indispositions that a long flight brings to your body, finally we arrived in Brisbane, with 17 hours delay to the planned. Midnight, what to do?. Stay in Brisbane or move up driving the 400km we were planned to do during the day. And so we did it. We drove it to Hervey’s bay where we arrived at 4:00 in the morning to face only closed doors to a nice and confortable bed. Only after 7:30. And so we packed our 3 bodies along the ca rand let ourselves drawn with the huge and scaring noise of an intensive bird life that was just waking up for another day. Breakfast, reception details, and without a sleep, we jump on board of the boat that will take us off-shore towards a meeting that had already escaped from twice (In Azores and in Argentinian Patgónia): Whales.
A delightful and unforgettable afternoon dancing with whales,
with Josh Woodward (a Thousand Skins)
  (http://www.joshwoodward.com/)
and with Big Blood (Time Stands Still)
(http://dontrusttheruin.blogspot.com/)
in a constant aproximation and crescent cumplicity until we became part of the same space, the same walk, the same little piece of life.

I felt smashed by the lightness and tenderness of that huge being of the seas, both in the movement and in the connection with us. Orgasmic, no doubt. Then, deeply happy with another piece of the Sea History inside of me, i follow the night fall and fell finally asleep. 60 hours had passed from our departure time.

Após 14 horas a martelar furiosamente com os dedos nas costas do banco da frente (a jogar “solitário”) entremeado com um ou dois filmes que vi entre bocejos e os infinitos e inevitáveis desesperos causados pelas incomodidades de postura que sempre acompanham as viagens de avião, chegamos ao aeroporto de Brisbane com 17 horas de atraso relativamente ao previsto. Meia-noite, que fazer? Insanos que somos, e na necessidade de comprimir os dias para incorporar o atraso, decidimos arrancar de imediato e fazer os 400 km que tínhamos previsto fazer durante o dia. Pé na estrada, bora lá, e lá fomos pausadamente ao doce ritmo das estradas australianas em direção a Hervey´s Bay, onde chegaríamos pelas 4.00 da manhã e onde nos aguardava mais um daqueles percalços que dão vida a uma viagem. Impossível arranjar alguma alma que nos arrendasse um quartito para finalmente pousar os ossos. Acabamos defronte de um hostal, criteriosamente deitados no carro descansando, esperando a recepção abrir, sob uma “assustadora” algazarra de pássaros a acordarem para o dia. Se o tamanho dos pássaros for proporcional à sua voz, diria tratar-se de seres à escala dos tempos dinossáuricos. Segue-se o pequeno almoço, uma volta pelo Porto de Hervey´s Bay e toca de pular para dentro de um barco em direcção às baleias que nesta altura do ano povoam a costa oriental da Austrália. E assim, 50 horas depois de ter saído, sem ter visto os olhos a uma cama e com o sentido do prazer apurado pelo cansaço, finalmente agarrava um encontro que já me escapara entre os dedos por duas vezes (nos Açores e na Patagónia): Baleias.
Uma deleitosa tarde bailando com elas,
com Josh Woodward (a Thousand Skins)
e com Big Blood (Time Stands Still)
(http://dontrusttheruin.blogspot.com/)
numa constante aproximação e crescente cumplicidade até ficarmos verdadeiramente juntos no mesmo espaço, na mesma passada, no mesmo pedaço de vida.

Sinto-me esmagado pela leveza e pela delicadeza com que aquele ser de proporções descomunais se vai aproximando, lenta e decididamente, até o contacto entre nós se definitivamente estabelecido e prosseguir para uma amena convivência. Orgásmico, sem dúvida. Cai a noite e caio (finalmente) na cama, profundo e feliz, com mais um bocado da história do mar dentro de mim. 

sábado, 1 de outubro de 2016

DUBAI - a new city is born

Dubai, United Emirates

I feel an incontrolable breath entering my nose, with the idea of a sweet nomading. This time to go towards the eastern point i have ever been.  Brisbane, Queensland, Austrália. With Silvia and Carlos rodrigues and also with the Mind Orchestra and the so adequate theme “Nomad”.
 In my way to the aeroporto i am informed that there is some confusion due to a strike of safety personel. Damn them that made me lose the flight to Brisbane, stealing 14 day hours of our time in Australia. Although the huge heat that our bodies had to face when leaving the airport, our souls sang out louder to move around that so called excentric city, where the police drive lamborghinis. Let’s take the chance, Forget the misfortune.
30 years ago, there was no more than a little village in this arid landscape in the margins of the Arabian Sea. In 30 years, a modern city emerged from the desert and from land reclaimed to the sea. Everything is clean, everything is organized, everything is controlled. Too much of those 3. Too less of that youth soul that makes cities live.
And then… we realize that this is a borning city, the first one i met, with a history that haven’t happened yet, a life it hasn’t lived, the sadnesses and anguishes it hasn’t felt. Everything can happen, this future is not previewable, everything can be dreamt. For sure i will not see to where all this thing went on, but i was blessed with a glance of its birth. I will not forget it.
A couple of hours later, i’m shipped for the terrible 14 hour trip that separates Dubai from Brisbane. I'm on the road, again. I´ll see you in Australia

Sinto essa brisa incontrolável a entrar-me pelas narinas, de novo, na expectativa de mais um doce nomadar. Desta vez, para o ponto mais a leste para onde viajei. Brisbane, Queensland, Austrália, na companhia da Silvia e desse meu amigo eterno, o Carlos Rodrigues, a que junto os the Mind Orchestra com o adequado tema “Nomad” para nos embalar a viagem.
Uma longa lufada de ar antes de mergulhar de novo na profundeza do dia a dia. Desta vez saio à tarde, em vez da habitual saída ainda a noite dorme profunda. Gosto mais de sair de dia, mas desta feita o tiro saiu ao contrário. Uma greve de seguranças do aeroporto é-nos anunciada pelo vitor, a caminho do aeroporto. Antevejo que não chego ao destino no calendário. Dito e feito, aterro no Dubai quando o avião para Brisbane já se foi. Ficaremos no Dubai por umas 14 horas. Hesito perante a enormidade do calor, mas nem ele nos cala a alma. Aproveitemos para um city tour nessa terra excêntrica plena de excêntricos e das suas conhecidas excentricidades. Aproveitemos o ensejo, saltemos o desatino.
Há 30 anos, não havia mais do que uma pequena aldeia perdida no deserto árido debaixo de calor infernal, junto ao mar (Arábico). Hoje, o deserto vai cedendo debaixo de um impressionante paliteiro de arranha céus e de vastas áreas ajardinadas em resorts, campos de golf e afins, enquanto mar vê a terra avançar em espasmos de riqueza. Está tudo impecável, tudo organizado, tudo controlado. Até tem o inverno empacotado numa enorme caixa onde se pode apanhar frio e fazer ski. Não vislumbro um grafiti numa parede, nem um desarranjo provocado pela muita e variada construção que lhe assinala o crescimento. Não encontro miséria (mas sei que há), nem pobreza, nem o subúrbio escuro de todas as grandes cidades onde se acumula a droga e a prostituição. Não ouço o chilrear de crianças, nem a garridice da juventude inquieta que garante o futuro. Tudo demasiado limpo, demasiado asséptico. Soa, sabe e parece estranho.
No meio disso apercebo-me que é a primeira vez que estou numa cidade com tão tenra idade. Imagino-lhe a  história que ainda não tem, a vida que ainda não viveu, as incertezas e angustias que ainda não sentiu. Tudo pode acontecer, que o futuro não se adivinha e eu não vou estar cá para o ver. Mas vi, lá isso vi, e pela primeira vez, uma cidade a nascer. Reduzo, por isso, a intensidade da maldição que lancei aos seguranças do aeroporto, pelo transtorno que causaram no meu cronograma. Sempre acabei por levar algo em troca. Volto ao hotel, já noite caída, apenas para jantar. Dormir não vai dar, porque sou empacotado de novo para o aeroporto pela meia-noite do mesmo dia para 14 horas de viagem até Brisbane. On the road, again. Vemo-nos na Austrális


sexta-feira, 10 de junho de 2016

INCREDIBLE INDIA - Dolce Fare Niente

Goa

A couple of days laying on our back, sliding through the day in a "Dolce Fare Niente". As soon as you get in Goa you understand right away why this is recognized and tagged with Paradise. It is the moisture in the air, it is the hot sun that forces you to move slowly, reducing the speed of life, thus conquering the taste of the moment. Furthermore and above all, the gentle way of the Goans that spread peace around, touching everybody and making you feel that life can be so easy (if you manage to reduce the weight of the "Money" and the need of Power in your life). I felt proud of our portugality that was able to inprint so deeply our soul in that distinctive region of India.
I was delighted to see those revealing smiles on the faces of so many people from everywhere that once came to Goa and stayed forever. And for 5 days we (me and my Kika) were able to live like that. Delightfully tasting every single moment.
Come along with us and Josh Woodward (Water in the Creek", www.joshwoodward.com/), Bombay Laughing Club (Brother, www.peppermillrecords.com/pm004) and R. Stevie Moore (A Whiter Shade Of Pale, www.rsteviemoore.com/), and enjoy Anjuna and its flee market, the sunset with a crazy football player that "wanted" Francisca in Vagator, Fort Aguada and a delicious bullfight (bull against bull) in Candolim beach until the day falls into the night in the roof top bar of an hotel in Candolim.
And that was it. 
Afterwards, picked up our back and front packs and started the long way back home that included 36 hours and 6 fligths. To finish with beauty, the armed soldiers that control airport access opened their strict faces to a smily smile send directly to Francisca showing their appreciation for her and somehow, inviting her to come back.
I’ll see you soon.

INCREDIBLE INDIA - Goa's Paradise from nunocruz on Vimeo.

Um par de dias, caído de costas no descanso absoluto, no "Dolce Fare Niente". Mal entrei em Goa que percebi porque é que aquilo é considerado um paraiso na terra, onde cai gente de todo o lado, que pretende viver descontraidamente e sobretudo em paz. É a humidade do ar e o calor intenso que te reduzem inevitavelmente a pressa que está carimbada no teu corpo e na tua mente atirando-te para o sabor intenso de cada momento. É aquela calma indulgente que espalha paz e amor em redor, mostrando quão simples pode ser a vida. Enterneceu-me olhar os  flower power que abundam por ali, muitos deles nos seus sessentas-setentas com aquele sorriso revelador da harmonia em que vivem. E por 5 dias intruimos nessa forma de vida, num vagaroso saborear de cada momento. Inunda-me o orgulho da minha portugalidade cuja alma marca o caracter distintivo que Goa tem na India e no mundo.
Venham daí connosco e com Josh Woodward (Water in the Creek", www.joshwoodward.com/), Bombay Laughing Club (Brother, www.peppermillrecords.com/pm004) e Stevie Moore (A Whiter Shade Of Pale, www.rsteviemoore.com/), e saboreiem Anjuna e a sua feira-da-ladra, um pôr do sol em Vagator com um futeboleiro nigeriano que “queria” a Francisca, Forte Aguada e uma deliciosa manifestação de vida numa espontânea tourada (touro contra touro) na praia de Candolim para acabar vendo o dia cair na noite no terraço superior de um Hotel em Candolim.
E “that´s it”. Depois viria ainda um ultimo sorriso acolhedor aberto à passagem da Francisca nas faces cerradas e soturnas dos militares armados que controlavam a entrada no aeroporto de Mumbai. Mostrando uma vez mais o apreço por ela num claro convite para que volte. Foi cereja em cima de bolo que deu força para a interminável viagem de 36 horas e 6 voos de que se fez o regresso a casa.
Até um dia destes

sábado, 4 de junho de 2016

INCREDIBLE INDIA - Panjin and the portuguese soul

Old Quarter, Panjin, Goa

I always like to step in the Portuguese soul in my ways around the world and so, in Panjin, i rent us a bagpacking hostal in the Bairro das Fontainhas (Old Quarter), an expression very strong of our soul in India. Walking there brought up to the surface of my thoughts the portuguese sounds in what they are more beautiful (in my opinion). 
I remember our Viviane (Recomeçar, www.viviane.com.pt), who i'm proud to call "cousin", and the soul she breathes away when she sings
I remember Antonio Costa, son of a "brother in guitar" that played together with me in Estudantina, and the fantastic project of "Palpita" (Um contra o Outro, http://www.palpitafado.com/), that bring a new interesting and appealing level of the portuguese sing &soul, by the hands of the guitar of Antonio, the sing of a dutch "Musa", Merel, and the Flamencan hands of Ralph. 
And they came along and "painted" the Old Quarter of Panjin with their portuguese soul 

Then, watching the sunset as you ought to do every single day in India because their magic, a granny, daughter of a Father Cordeiro (Lamb) and a Mother Lobo (Wolf) with opposite personalities, approach us and kindly enthusiastic asked permission:
" I really have to embrace the light that come up from that girl (Francisca)"
Once again, francisca gave herself to the moment. We seat their talkin, letting ourselves fall with the sun and finally i understood the "glamour" of my kika. It is the audacy and mind freedom that she "breathes", mixed together with her natural sweetness. This is what bewitch them. At the end of the day, when falling in my bed, put the Celebration (shelter, http://celebrationelectrictarot.com/) on my iPod and sealed a record in my heart of that magic sunset we have just lived

INCREDIBLE INDIA - Panjin from nunocruz on Vimeo.

Gosto sempre de tropeçar na alma portuguesa nas minhas andanças pelo mundo e por isso acabei com naturalidade no portuguesíssimo Bairro das Fontainhas on Old Quarter of Panjin, uma expressão muito nítida da nossa presença na India. “viver” por ali, por uns dias trouxe à superfície da minha nuvem de pensamentos, os sons indeléveis da instrumentalidade que marca a alma portuguesa: a guitarra e o acordeão.
E vem-me à memória a Viviane (Recomeçar, www.viviane.com.pt), de quem orgulhosamente sou familiar, e a alma que emana do seu canto
E vem também o Antonio Costa, filho de um “irmão-de-guitarra” que teve arte que eu não tive de passar a música de uma forma tão efectiva (tenho até alguma inveja). Que a música que emana da guitarra do António, da voz da holandesa Merel e das mãos flamengas do Ralph (Palpita, Um contra o Outro, http://www.palpitafado.com/), traz um saboroso, fresco e diferente contexto ao cantar nacional
Convoco-os, aos Palpita e à Viviane, e eles vem e “pintam” o Old Quarter com o som da alma Portuguesa. Tão bom.
 E depois…
Enquanto nos deixavamo cair com a tarde aguardando o mágico cair do dia que sempre acontece na India, eis que surge uma avozinha, filha de um Cordeiro (Pai) e uma Loba (Mãe) com personalidades trocadas em relação ao nome, que nos aborda com doçura e entusiasmo:
“Vocês desculpem, mas eu tenho muito que abraçar essa menina tão linda (Francisca)”
Como de costume, a Francisca entregou-se e ganhou o momento. Ali ficamos à conversa os 3 deixando-nos cair com o pôr-do-sol que nos fazia o cenário. E então eu percebi a razão daquela romaria em direção a ela. A audácia e liberdade que emanam dela, sempre embrulhadas em molho de doçura. Foi isso que os magnetizou, que os enfeitiçou. À noitinha quando caído na camarata do hostal, agarrei no ipod, pus a tocar the Celebration (Shelter, http://celebrationelectrictarot.com/) e adormeci gravando para sempre no meu coração aquele mágico pôr-do-sol em Goa.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

INCREDIBLE INDIA - Old Goa

Old Goa

We arrived in Goa by the Old Town (Old Goa), where everything started and the graveland of another hero of mine, this one by the travelling and adventure that his life represents. I am talking about S. Francis Xavier, the Saint of Goa as known widely in the East. Departing from Lisbon with 34 years old, in 1542, in charge of cristianization of East as charged by King D. João III of Portugal, in 10 years he crossed several times Pacific and Indic oceans, thousands km in land and more than 50 countries visited (that is my number in 50 years). At the end of his day, when he died in China in 1552, he was venerated by millions belonging to all social status, ages and religions by the example of humility, solidarity and love that his life was. 

Amazingly, is travelling was extended one year beyond his death, for transporting his body from China to the awesome red brick Basilica do Bom Jesus in Goa, where is body rests.
Take my Francisca (selfies & smiles keep on the same rythm) Celebration (I will not fall), Swear and Shake (The Light) e Weinland (Letter Deux) and together we move to an emotional tribute to that fantastic saint. 

Entramos em Goa pela velha Goa (Old Goa) onde tudo começou e onde repousa outro herói meu, este pela enorme afinidade da viagem e da aventura que ele representa. Falo de S. Francisco Xavier, o Santo de Goa, por sinal um basco de nascença (Pamplona) formado em Filosofia e Teologia na Sorbonne e que acaba por chegar a Lisboa em 1540 enviado pelo Papa a pedido do Rei de Portugal. No ano seguinte embarca na armada das Indias com destino a Goa, como nuncio apostólico das Indias conforme o Breve Papal de D. João III. Quando morreu, 10 anos depois na China, havia percorrido milhares de quilómetros, cruzado várias vezes os mares do Índico e do Pacífico, visitado mais de cinco dezenas de reinos (50 Paises em 10 anos e sem avião à mistura é uma aventura e pêras, mesmo nos dias de hoje), fundado Igrejas e reorganizado as missões. No final desse périplo era venerado por milhões de pessoas de todas as condições sociais, de todas as idades, de todas as etnias por via do exemplo de humildade e de solidariedade cristã, de amor ao próximo e de evangélica pobreza. A sua viagem estendeu-se ainda um ano para além da sua morte, da China até Goa onde o seu corpo jaz numa riquíssima urna de prata, na belíssima igreja de tijolo que é Basílica do Bom Jesus.

Pego na minha filhoca (os sorrisos e as selfies continuam ao mesmo ritmo de sempre), junto-lhe uns pós de Celebration (I will not fall), Swear and Shake (The Light) e Weinland (Letter Deux) e vamo-nos ao Santo, prestar-lhe a sentida homenagem. 

Da Goa de hoje falarei para a semana, sentado no portuguesíssimo bairro das Fontainhas em Panjin.