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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

a WHEREVER LOVE - Freeing the Soul

Gorongosa, Mozambique

I always loved the wild and the nature with no signs of civilization. It makes me feel free and safe. There isn't anyone with instructions to give, paths to point out, tasks to be executed, taxes to pay back and nothing in return to wait for. I think quite often why we were born free, but as soon as we get our head outside, chains start to be installed in a row.

With that state of mind, i went to Gorongosa, to free myself from all the fears that want to take over in my life, that Gorongosa offer to me by the memories of others and conquered by myself in previous stays. Just chasing for a life filled of a tasteful today, absolutely naked of any sense of tomorrow. With Love & Friends. With Latché Swing (Sweet Georgia Brown), José Konda (Golgotha) and Athuzela Brown (you are my Mansion).  

Merry Christmas and a life free of chains, to you all

a WHEREVER LOVE - Freeing the Soul from nunocruz on Vimeo.

Sempre adorei o estado selvagem, a natureza pura e dura. Faz-me sentir livre e seguro. Não está ninguém por detrás da porta com instruções para dar, caminhos para apontar, tarefas para executar, impostos para largar, taxas para deixar e nada em troca para receber. Penso montes de vezes porque é que nascemos sem amarras, mas mal saimos cá para fora, as grilhetas sucedem-se sucessivamente sem cessar. 

Nesse estado de alma, fui libertar-me de todos os "tremores" que me assolam a vida para essa imensa Gorongosa de memórias, primeiro deixadas por outros nas partes livres do meu cérebro, depois crescidas em mim em passagens anteriores, Em busca de segundos de vida plena no agora, e absolutamente despidas de qualquer senso de amanhã, com Amor & Amigos, com Latché Swing (Sweet Georgia Brown), José Konda (Golgotha) e Athuzela Brown (you are my Mansion). 

Bom Natal e uma vida livre de grilhetas para todos 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

a WHEREVER LOVE - Carpe Diem

Quelimane, Mozambique

And bike just keep going furiously on. Only now i know how to keep in equilibrium. I look back, to the beginning of this adventure, and i really don't know where it started. Back to the times before Troika, when a crescent mass of people that live on the effort of a decrescent mass of productive people. It sunk my beloved competency and life got tough. And as so, we just have to abandon those routines that insidiously addict you and we jumped to an uncertain tomorrow (will not be always uncertain, the tomorrow?), deeply changing our horzons, our lives, our smiles.

It was not to here that i taught i would come, not at all. But it was to here that life brought me, and it is here where i am. I´m more and more convinced that we don't avoid, refuse or escape life. It is simply to be tastefully lived, moment by moment, with all the things "she" brings along. Come with me to Quelimane and its Praia Zalala (Mozambique), and spend a short break among friends, and with Start Again by Monk Turner & Fascinoma (http://www.monkturner.com).

Kisses and hugs

a WHEREVER LOVE - Carpe Diem from nunocruz on Vimeo.

E não é que a biciclete continua a rolar à mesma velocidade estonteante. Só que agora eu não me desequilibro, sei como manter o control. Olho para trás, para o inicio desta aventura, e já nem sei bem onde ela começa exatamente. Lá para trás, para trás dos tempos da troika, quando uma horda crescente de gente que vive sem fazer nada, em cima duma massa decrescente de gente que produz. Afogou-se-me a amada competência e a vida endureceu. E assim, saímos do conforto com que as rotinas insidiosamente nos viciam, e mandamo-nos para a incógnita de um amanhã incerto (mas não será o amanhã sempre incerto?), rejuvenescendo e revolucionando os nossos horizontes (individuais e de grupo), a nossa vida, o nosso sorriso. 

Não foi para aqui que me pareceu que a vida vinha, não de todo, mas foi para aqui que ela me trouxe, e é aqui que me encontro. Cada vez tenho mais essa certeza que a vida não se evita, não se torneia, não se finta. Vive-se, saboreando-a com aquilo com que ela se nos apresenta. Um momento desses , em Quelimane e na praia Zalala (Moçambique), vivido num intervalo de trabalho no meio de toda esta correria. Sabe bem ouvir neste ambiente, as palavras cantadas de Start Again de Monk Turner & Fascinoma (http://www.monkturner.com).

Beijos e abraços

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

a WHEREVER LOVE - Happy drops within dark clouds

Savane, Mozambique

The bike hasn’t stop rolling after all. Not at all. The glance of water world (last movie) was not more than a quick glance given by a drop that smashed into my crazy uncontrolled path. A happy drop within the dark cloud I am in. 
But the thoughness of the way is still there, has it was before. Only now, I have a glance of how to get the necessary balance, which has been always there, although I could not see it. Truly, I start to understand that within this dark horizons there are millions of loose drops filled with colour, happiness and balance that you only have to catch. And every time I bump into one, it splashs around colouring all the picture where I am standing.

With surprise I understand that balance is not in the bike but in myself. The bike doesn´t fall by itself. It is me in my inability that create the instability. In fact, it is enough to deviate the look from the ground, from the wheel, from the bike, towards the horizon to have a good look of those millions of drops and everything get balanced. This time I bump into the life of Mozambican fishermen dancing for me in their labour with the music Everything Already de Monk Turner & Fascinoma (http://www.monkturner.com).

Kisses & hugs


a WHEREVER LOVE - Happy drops within dark clouds from nunocruz on Vimeo.

A bicicleta afinal não parou de rolar, à mesma incrível velocidade. A vida subaquática (do ultimo filme) não passou de um vislumbre que me chegou de uma gota que esbarrou na minha trajetória louca de movimento descontrolado. Uma gota de felicidade perdida no meio do horizonte confuso em que me encontro.
A dificuldade do caminho está lá toda intacta, nada mudou, apenas conquistei uma forma de equilíbrio que esteve lá todo tempo, mas que eu não tinha conseguido enxergar. Na verdade, começo a aperceber-me que no meio do horizonte mais negro existem gotas coloridas carregadas de coisas boas em movimentos aleatórios. Estão lá, só temos que as agarrar. E de cada vez que cada uma esbarra comigo transmite toda a sua côr, alegria, felicidade e equilibrio ao quadro em que me encontro. Com surpresa acabo por perceber que o equilíbrio em cima da bicicleta naquela correria louca é possível e não está na bicicleta, mas em mim próprio. A bicicleta não cai sozinha, sou eu que torno o equilíbrio precário com a minha azelhice. Mas basta desviar o olhar da bicicleta, do guiador, do terreno que desliza sob “nós”, para o horizonte onde planam milhares dessas gotas, e tudo se equilibra. Como num navio em mar revolto, tudo abana, mas o horizonte não. Está lá, estável servindo de ponto de equilíbrio. Instintivamente, tiro os olhos do chão em que rolo e apanho no ar outra gota que me pinta o cenário novamente da cor que me faz falta. Desta vez, mergulho na vida dos pescadores de moçambique que na sua labuta dançam para mim ao sabor do mar e da musica Everything Already de Monk Turner & Fascinoma (http://www.monkturner.com). 

beijos & abraços

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

a WHEREVER LOVE - a Heaven on Earth

Reefs of Vilankulos (Mozambique)

The Bicycle starts speeding and speeding. The rythm goes up, the feet loose the pedals and you go towrds your limit equilibrium. First the physical, then the spiritual, then the emotional. Byke keeps speeding up and my control is merely two hands firmly on the wheel. The legs strechting the body back. God Help me cause i´m going to squash my self into de ground.

Amazingly, i keep up in equilibrium, thanks to the instict. But then it speeds up again and i loose in definitve the control and... GOD HEEEEEEEEEEEEEEEEEEELP ME...sink myself below the waterline of Indic Ocean.

SPLAAAASH

All of a sudden, all that turbulence stops by a touch of magic, and here i am smoothly sliding in a world of other colour and other "artists", a world i thaught it was forbidden for me due to my organic limitations, But that is true for diving, not for snorkling. God really heard me. and gave my a gift for being there. Stop the fall and abandoned me in the gardens of Even. A messenger comes sliding through and leaves me with a camera, filling my soul. Without stopping is movement he whispers to my hears
" Don´t think in anything else Take the best of it."

An that's what i did. It gave me breath, fill me up with energy, that snorkling around in the reefs of Bazaruto, Magarruque and Benguerra (Mozambique) sliding with the sound of Overlooking Eternity by ANIMA (animassound.bandcamp.com/track/overlooking-eternity).

My soul has now a bit more of that sea of my adventures in Tailwind and Creoula, this time the world below the water line. Instintively i foresee a counter-weight for all the toughness of that adventure i´m involved with.



a WHEREVER LOVE - an Even on Earth from nunocruz on Vimeo.

A bicicleta começa a ganhar vida, rolando cada vez mais depressa. O ritmo acelera e os pés perdem os pedais, encosta-se nos limites, primeiro do fisico e depois, por arrasto, do espiritual e do emocional, E a bikla continua a acelerar, deixando o meu controlo reduzido a um par de mãos firmemente agarrado no guiador, com as pernas a esticar o corpo para trás, esvoaçando ao vento. Deus me ajude que eu vou-me espalhar.
Incrivelmente embora desgovernado, com o instinto vou conseguindo o equilibrio, mas o movimento acelera ainda outra vez e como numa montanha russa que acelera repentinamente perco definitivamente o equilibrio e... AI DEUS ME AJUUUUUUUUUUUUUDE!... espalho-me com estrondo na linha de água do Oceano Indico

SPLASH

De repente, todo aquele frenesim pára, como que por encanto, e eis-me placidamente deslizando por um mundo de outra cor e de outros "artistas". Um mundo que me julguei vedado, pelas minhas limitações orgânicas. Não posso mergulhar... mas snorkling posso. Deus Ajudou-me, parou aquilo, e deu-me uma prenda por ter chegado ali. E deu-me um descanso profundo, ainda que soubesse que aquele era simplesmente um pit-stop. Um mensageiro chega e deixa-me uma máquina fotográfica estanque na mão, como que dizendo...
 "Aproveita o máximo deste presente onde deslizas". 

Foi o que fiz. E deu-me folêgo, encheu-me de energia, esse descanso sub-aquático, snorkling around ao largo de Vilankulos nos recifes das ilhas de Bazaruto, Magarruque e Benguerra (Moçambique) deslizando ao som de Overlooking Eternity dos Anima (animassound.bandcamp.com/track/overlooking-eternity). Ganho para a minha essência um pouco mais daquele mar das minhas aventuras no Tailwind e no Creoula que são hoje profundamente alma minha. Desta vez, abaixo da linha de água.

Instintivamente antevejo um contraponto a toda a turbulencia e dureza da aventura em que estou metido.

sábado, 28 de novembro de 2015

a WHEREVER LOVE - Pain is everywhere

Vilankulos and its islands, Mozambique

When this wave of emigration felt over Portugal, as a consequence of the explosive econimic crisis that came after a period of insane way of life i followed that movement through so many colleagues and friends that needed or wanted to go after a better life, reaching friends of my closest cluster and finally to my own family. Within this period i saw joy and i saw sadness, enthusiasm and desperation, strong emotions and tears of hope. In all of them i saw an adventure of life, as any other adventure, you don't know how it is gonna end. But we don't avoid them. 

Suddenly i saw myself in the situation, having to strecht my intrinsic love to another dimension, the one of 10.000km in between. Will relationship survive and get stronger, or it simply sink down.? Anguish, anxiety, "Saudade" in an explosive thrown to their physical, emotional, rational limits.

Should i withdraw, give up, turn back? Both of us knew from the beginning that this kind of adevnture is not to refuse, otherwise you loose a path of your life and that would be a disgrace.        

Today and in the following weeks i invite you to share steps of this Wherever Love adventure in the land where it occured, that magnificent Mozambique. In this movie sliding within Vilankulos and its barrier islands, Magarruque, Bazaruto, Sta Carolina and Benguerra,  with the sound of Wooden Ambulance, with Pain is everywhere and Good old Bad Times (http://www.facebook.com/wooden.ambulance).   

Quando a vaga de emigração resultante do estouro económico advindo de anos de regabofe (em que tudo ia ficar mais ou menos rico) caiu sobre o nosso Portugal, acompanhei esse movimento através de inúmeros colegas de trabalho  e amigos que tiveram ou quiseram sair à procura de uma vida melhor. Aos poucos foi-se estendendo a amigos do "núcleo duro" até que naturalmente me chegou a mim. Vi alegrias, vi entusiasmos, vi tristezas e dilacerações, vi emoções fortes e lágrimas de esperança. Em tudo e em todos vi uma aventura de vida que como todas as aventuras, para serem verdadeiramente aventuras, não se sabe como acabam. Mas não se recusam. Foi precisamente isso que me aconteceu. De repente, vi-me a braços com essa aventura de ter de esticar o amor a uma outra dimensão, a de 10.000 km de distancia, que passaram a vigorar no seio da minha família. 

Ficará mais forte o amor e a união depois desta experiência ou pelo contrário cairá tudo em pedaços? 
Angustia, ansiedade, saudade numa mistura explosiva atirada para os limites do físico, do emocional, do racional. 

Recuar? Ambos sabemos, desde o inicio, que essa é uma aventura que não se recusa, senão perde-se um trajeto de vida e isso sim seria uma desgraça. 

Hoje e nas próximas semanas convido-vos a saborear comigo esse país lindo que é moçambique enquanto partilho os passos dessa aventura de um Wherever Love. Hoje, ao largo de Vilankulos, passeando pelas suas ilhas barreira de Magarruque, Bazaruto Sta. Carolina e Benguerra ao som de Pain is everywhere and Good old Bad Times dos Wooden Ambulance
 (http://www.facebook.com/wooden.ambulance).

sábado, 21 de novembro de 2015

SON OF A FISH KNOWS HOW TO SWIM - Toledo

Toledo

The town of the 3 Religions. It is surely adequate to mention Toledo this week. The peaceful existence of Christians, Jews and Musleems that happen in Toledo for centuries should be an horizon for us in our so troubled times.
Simbolically with the music of Maria Pien (Auto ayuda, Spring inside and Fruto prohibido, http://mariapien.com/) and again with the words full of hope of my sweet Francisca (Cruz), this is my tribute to those who saw their lifes tragically taken away in Paris, last week. What for??? We all ask as they would ask.
I´m sure that most of them would like to see peace in the world they  have just left.

Looking for my own being
Looking for the meaning of my life
How good it was if I could read it
Understand it
Learn it
Everybody feels it like a penitence
And never abandon themselves to such an experience
I die to dive into the turbulence of my soul
I´m afraid to drawn deep in my ocean
I hope I can find the calm I need
I never give up
I give myself to myself
Hold on tight
Hold on to the convictions
And within the friction between reason and emotion

At the end, the heart talks out louder 



Toledo from nunocruz on Vimeo.

A cidade das 3 religiões. Toledo é certamente uma cidade que deve ser simbolicamente nomeada esta semana em resultado da sua história (penso que única) onde coexistem pacificamente há vários séculos Cristãos, Judeus e Muçulmanos. Esse claramente deveria ser um horizonte para onde coincidisse o coração do ser humano nestes tempos de cada vez maior obscurantismo.

Simbolicamente, com a música de Maria Pien (Auto ayuda, Spring inside and Fruto prohibido, http://mariapien.com/) e outra vez com as palavras plenas de esperança que brotam diretamente da alma da minha Kikitas (Francisca Cruz), este é o meu tributo àqueles que viram a sua vida tragica e prematuramente ceifada, no fim de semana passado em Paris. Para quê??? perguntamos todos como eles perguntariam


Tenho a convicção de que a maior parte deles (senão todos) gostaria de ver PAZ na Terra, lá de onde quer que estejam sentados.


Em busca do meu ser.
Em busca do significado da minha existência.
Oxalá fosse algo que se pudesse ler.
Compreender.
Aprender.
Todos se acham em fase de penitência
e não se entregam a tal experiência.
Anseio mergulhar nas agitações da minha alma.
Receio afogar-me no fundo do meu mar.
Espero encontrar a minha calma.
Evito da minha índole abdicar.
Entrego-me a mim.
Agarro-me com força.
Seguro-me com convicção.
E na fricção entre o racional e o emocional,
no fim,
quem me fala mais alto é o coração.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SON OF FISH KNOW HOW TO SWIM - Aranjuez

Aranjuez, August, 2015

The thing i always wanted with my kids is to teach them the freedom of mind. Even if it is the freedom of not being free. It´s up to them. The following words come out from the soul of Francisca, daughter of mine, 18 years old. I see in those words i was succeeded in that. 
Enjoy them with the music  "Verde"  and "Por mí, que llueva" 

by Maria Pien  (http://mariapien.com/)  


I went out looking for anyone
But I didn’t find him
Embrace the weaknesses
And the strengths took over
I made myself a hostage.
Hostage of my doubts
Hostage of my sadnesses
However…
I found my self.
Emerging from my questions
I found my own answers
I am happy to see me
I am happy to have me

I am happy to know me


The Palace and Gardens of Aranjuez from nunocruz on Vimeo.


A coisa que sempre quis como pai e educador foi apenas ensinar os meus filhos no caminho da liberdade de pensar pela sua própria cabeça. Mesmo que queiram decidir não ser livres. O sentimento que brota das palavras da alma da minha filha Francisca, 18 anos, mostram o quão bem sucedido fui nessa empreitada. 
Saboreiem-nas com "Verde"  e "Por mí, que llueva"  da fabulosa Maria Pien  (http://mariapien.com/)   

Fui à procura de alguém,
mas não o descobri.
Abracei as fraquezas
e ganharam as forças.
Fiz de mim refém.
Refém das minhas incertezas,
das minhas tristezas.
Porém…
Encontrei-me a mim.
Emergi nas minhas perguntas,
até que encontrei as minhas respostas.
Fico feliz por me ver.
Fico feliz por me ter.
Fico feliz por me reconhecer.

(Francisca Cruz)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A 6 mãos - The movie


Once upon a time there was a father, a man of a huge culture, that always read before making love, and also after. And a mother that loved above all things with an endless capacity for giving. And they made love so many times with that condition and contradiction. Together they made 6 children, leaving their genes of reason and emotions, without choosing any particularly. And they launch them to life. None of the 6 noticed that, not at all, because it was delivered in small parts, a little bit to each one. One sixth of culture, one sixth of love that melted in the instincts of each one, with no suspect. And each one face life in separate ways, some more creepy, some more sweet. Always with the happiness of those that don’t care about tomorrow. One in finance, another in medicine, others in natural sciences, engineering and the magic world of the numbers (mathematics). Some with rationality, some with emotions, not suspecting that there was emotions in the rationality and rationality in the emotions. Some with the success that precedes the drawback, some with the drawbacks that precede the success. Until one day, a shiny day, the sixth of the father that read before and after making love plus the sixth of the giving mother melted their nature with a past, without a present and with the best of the futures. And each one of the six took their combined sixths and melted with the bro on his side. And sixth by sixth a heart, an intense and huge soul and an endless happiness were made. Things that only could come from a father that read before and after making love and a mother that loved and gave above all things.     
And this is the overwhelming adventure that was lived by the sixth, the best of the sum of their lives. A book written by six hands, with six crossed looks about things lived on six different times. Me and my brothers.

Shakespeare said one day, surely marked by emotion and rationality, that true family is the friends we choose. We had the luck and the wisdom of building a brotherhood over a true friendship that this book brought up to the surface.

Enjoy the party with the music of Lee Maddeford (http://www.leemaddeford.ch/listen.html), "Squelette de petales" and "Be what you wanna be"

Kisses and hugs to everybody



6 Hands - The Movie from nunocruz on Vimeo.

Era uma vez um pai, senhor de uma cultura exemplar, que lia sempre antes de fazer amor. E também depois. E fazia-o com uma mãe que amava acima de tudo e de todas as coisa, com uma incomensurável capacidade de dar. E fizeram amor, nessa terrível condição e contradição, vezes sem fim. E juntos fizeram 6, largando o gene do racional e o gene do emocional, indiscriminadamente, despudoradamente. E largaram-nos na vida. Nenhum se apercebeu do legado assim deixado, não de todo, porque fora largado aos poucos, um pouquito a cada um, por cada um dos progenitores. Um sexto de cultura a cada um, um sexto de amor. Misturaram-se as duas nos instintos de cada um, sem que nenhum suspeitasse, de leve que fosse. E cada um se fez à vida por caminhos separados, uns mais tortuosos, outros mais esplendorosos. Sem saberem bem como e porquê, foram-se fazendo ao caminho com a felicidade de quem vive o dia a dia sem querer saber do amanhã. Um pela finança, outro pela medicina, outros pela engenharia outros pelas ciências da natureza, outros ainda por caminhos traçados pelos números. Uns pela racionalidade outros pela emoção, sem suspeitarem que havia emoção na racionalidade e racionalidade na emoção. Uns com o insucesso que precede as coisas com sucesso, outros com o sucesso que precede o insucesso. Até que um dia, num belo dia e sem suspeita, o sexto do pai que lia mais o sexto da mãe que dava se mesclaram num uníssono natural de uma natureza com passado, sem presente e com o maior dos futuros. E cada um pegou nesses sextos mesclados e de novo o mesclou com o outro sexto do lado. E de sexto em sexto se fez um coração inteiro, uma alma intensa e imensa, uma felicidade tão suprema quanto perene. Coisas que só poderiam vir de um pai que lia antes e depois de fazer amor e de uma mãe que amava acima de tudo e de todas as coisas.
E esta é a história singela de uma aventura genial, a melhor de todas as aventuras que cada um e todos haviam alguma vez vivido. Um livro escrito a seis mãos, sobre seis olhares cruzados sobre coisas vividas em seis tempos diferentes. Eu e os meus irmãos
Shakespeare disse um dia, certamente eivado pela razão e pela emoção, que os amigos são a família que escolhemos. Nós tivemos a sorte e a sabedoria de construir uma irmandade em cima de uma genuína amizade que agora se destapa.        

Saboreiem o momento com a musica de Lee Maddeford (http://www.leemaddeford.ch/listen.html), "Squelette de petales" and "Be what you wanna be"

beijos e abraços

domingo, 24 de maio de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Be Better Than Worse

Potsdam

I have just left Berlin, which touches Potsdam in its extremity, forming the metropolitan area of Berlin/Bradenburg. I land there in that magnificent and historical town that was once the home of the Kings of Prussia, with my soul full of that huge tragedy of splitting Germany and spceially Berlin. It is impossible not to comment to myself the Allies Conference after WWII that happened there and where it was decided what to do with the post war germany. Split, cut pieces of a country as a war trophy. How was this possible?
As always, the ascension of power takes you to the submission of some instead of a full integration of a new context, a new beginning that avoids the wars of the past. Almost certainly the Politics in Power will behave as the owner of the "building" instead of the executive admnistrator that they should be.
And i cannot avoid thinking how much we would gain if we invest in peace, in giving, in love as much as we do in fights & wars, in competition and in the selfishness "of my stomach full".
I depart from Potsdam, after a until the last drop week-end, where ther was a lot of joy and love, emerged in implicit good-byes of a difficult horizon i have to face. I will do it, as well as i can, with the courage i can mobilize, hoping to take all this to a safe harbour. I get that emotional courage from:
Siesta
Jahzzar
(http://www.betterwithmusic.com)
Gravity
Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
  
I will see you around
Hugs


UNTIL THE LAST DROP - Be Better Than Worse from nunocruz on Vimeo.

Acabo de sair de Berlim que na sua extremidade encosta praticamente em Potsdam, com quem forma a região metropolitana de Berlim/Bradenburgo. Ali chego, com a alma e o cérebro vivo pela tragédia que durante várias décadas se abateu sobre a Alemanha, com particular incidência em Berlim. Impossível não "comentar para dentro" a conferencia entre os aliados da WWII que ali se deu e onde foi decidido o que fazer com a alemanha no pós-guerra. Separar, distribuir com trofeu de guerra, foi o mote. "Como é que isto foi possivel?" 
Como sempre, a ascenção em poder, ou o alcançar de uma vitória, conduz à submissão de uns por parte dos outros, em vez de um esforço para integrar todos num novo contexto. Inevitavelmente a politica mandante comporta-se como o dono do prédio ao invés do administrador do condomínio que devia ser.
E não consigo deixar de pensar no quanto se ganharia se investíssemos tanto na paz, no altruismo, nos actos de dádiva e de amor como investimos na guerra, na competição e no egoismo da "minha barriga cheia". 
Venho-me embora, depois de um fim-de-semana cheio de amor e alegria, mergulhado em saudades e implictas despedidas que geram um horizonte difícil pela frente. Enfrento como posso, com a coragem que consigo mobilizar, esperando conseguir levar tudo isto a bom porto.
Vou buscar a coragem emocional que necessito na musica de: 
Siesta
Jahzzar
(http://www.betterwithmusic.com)
Gravity
Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)

Vemo-nos por aí
beijos e abraços

domingo, 10 de maio de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Breathing Berlim

Berlim

Berlim is one of the most incredible cities of our world. You cannot see,  you cannot hear, you cannot feel "her". You'll have to go there and breath its long history with no marked tradition, always looking and creating the future. From the old Prussians to the birth of Germania, the center of two world wars, the nazism and the comunism, everything has a strong accent on her marking its history but not marking the future. And the most remarkable thing (for me), a city that during 50 years was deeply splitted in two different societies, cultures, educations and believes condamned to live side by side separated by a wall and at the end of that period re-assumed is personality as it nothing had occured meanwhile.

So don´t go there looking for monuments or a nice old town, or all the other things you usually go after in common cities. Just go there and breath it. It is the only way of meeting "her"

Hugs with
Hiawatha's Lullaby (Michael Holt) 
(http://www.myspace.com/mikeyholt)
Blammo (Poddington Bear) 
(http://podingtonbear.com)
Fire (Fierbinteanu)
(fierbinteanu.com)
Silent Film (Krestovsky)
(http://freemusicarchive.org/music/Krestovsky/)   


UNTIL THE LAST DROP - Berlim from nunocruz on Vimeo.

Berlim é uma das cidades mais incriveis que já visitei. Não é cidade para se ver ou para se ouvir. Apenas para se respirar, na sua longa história sem tradição, sempre voltada para o futuro e para a criação. Os Prussianos, o império Austro-Hungaro, a luta da Germania, as duas guerras mundiais, a capital do nazismo seguida da emersão no comunismo, tudo isso lhe marca a história mas não lhe marca o futuro

E para mim, a coisa mais incrível daquela cidade é o facto de durante 50 anos ter estado tragicamente dividida não só no espaço, como nas formas de viver, na cultura e na educação, emanadas de duas sociedades tão diferentes quanto o foram as do capitalismo e do comunismo, e mesmo assim quando o muro caiu, de imediato re-assumiu a sua personalidade única e fascinante. 

Por isso, quando lá forem não procurem monumentos, bonitas "cidades velhas" ou todas as outras coisas que se procuram num turismo de cidade. Simplesmente respirem-na. É a única maneira de a conhecerem.

Abraços com

Hiawatha's Lullaby (Michael Holt) 
(http://www.myspace.com/mikeyholt)
Blammo (Poddington Bear) 
(http://podingtonbear.com)
Fire (Fierbinteanu)
(fierbinteanu.com)
Silent Film (Krestovsky)
http://freemusicarchive.org/music/Krestovsky/)   

sexta-feira, 1 de maio de 2015

UNTIL THE LAST DROP - 28, the Lisbon tram

Lisbon, Tram 28, from Estrela to Graça

With tram 1 yet dancing in my eyes, here I am in Lisbon, in transit within one of my long trips, with a 8 hour gap between flights. Instead of losing 8 hours of my existence (every day that goes is one day shorter), dragging myself between shops and waiting rooms, opening computers, reading papers, watching people, I decide to go on a trip in the old 28, considered a best tram tour of the world, through the heart of the old Lisbon that looks to the river (Tagus). From Estrela to Graça, gracefully two woman names. Instead of killing time I fill my soul with what I do with it.  Come along with me and:  

Cantina Rag, Jackson F. Smith
(http://freemusicarchive.org/music/jackson_f_smith/jackson_frederick_smith/cantina_rag)
Povo Que Caís Descalço, Dead Combo
(https://freemusicarchive.org/music/Dead_Combo/Creative_Commons_The_2015_Unofficial_Mixtape/01_Povo_Que_Cais_Descalco)
El Diablo, Cletus Got Shot
(http://freemusicarchive.org/music/Cletus_Got_Shot/Unamerican/Cletus_Got_Shot__UNAMERICAN_-_10_El_Diablo)


UNTIL THE LAST DROP - 28, the Lisbon tram from nunocruz on Vimeo.

Ainda com os laivos do douro visto do electrico, eis que me encontro em Lisboa, em transito para mais uma viagem das grandes, com 8 horas de espera entre voos. Em vez de perder 8 horas da minha existência (que em cada dia que passa está mais curta) arrastando-me por lojas, abrindo o computador numa sala de espera, lendo jornais, enfim numa espera inútil, decido-me por uma volta no 28, o mítico electrico de Lisboa que já foi considerado o melhor do mundo no género, atravessando o miolo da Lisboa ribeirinha desde a Estrela até à Graça. Em vez de matar o tempo, encho a alma com o que dele faço. Excelente ideia. Venham daí comigo e com:

Cantina Rag, Jackson F. Smith
(http://freemusicarchive.org/music/jackson_f_smith/jackson_frederick_smith/cantina_rag)
Povo Que Caís Descalço, Dead Combo
(https://freemusicarchive.org/music/Dead_Combo/Creative_Commons_The_2015_Unofficial_Mixtape/01_Povo_Que_Cais_Descalco)
El Diablo, Cletus Got Shot
(http://freemusicarchive.org/music/Cletus_Got_Shot/Unamerican/Cletus_Got_Shot__UNAMERICAN_-_10_El_Diablo)

sábado, 25 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - "Tramming" Down

Ribeira, Porto, Portugal

Today is April 25th, the day we celebrate freedom from an ancient dictatorship. 41 years ago. Memories of that sun that suddenly rose warming everybody came up to my mind, followed by the (grey) inverse way that we are walking. Without noticing, we are losing a small piece of that freedom everyday. I think about this when i walk around Miragaia, i "unthink" all the empty speaches that steal the true value of the the revolution, when i step up on the tram 1. I fall down in the leather seat allowing myself to drawn in this sweet tic-tac of its motorized heart, waiting to free all its power and move forward. I'm delighted to slide down and follow the smooth river curves through the smaller and smaller houses with their roofs growing to the ground, in this last journey of the epopee of Douro, where he abandon himself in fresh arms of the ocean.
Come with me and with the sound of:

A Day in Port Royal, Ending Satellites
(http://endingsatellites.com)

What I Know, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/07_-_Traveling_in_Stereo_-_What_I_Know)

Just a Dream, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/02_-_Traveling_in_Stereo_-_Just_a_Dream)

Hugs

UNTIL THE LAST DROP - the Final Slide from nunocruz on Vimeo.

25 de Abril, dia da nossa Liberdade. Memórias caem em catadupa desse tempo libertário, dos meus tempos de menino. Alegria, explosão, o livre bater das asas sem nada que as impeça. Tristeza, desespero, frustração ao ver o cinzento caminho inverso que agora percorremos e sorrateriamente nos vai retirando bocados dessa liberdade que tanto custou a ganhar.

Penso isto tudo enquanto deambulo por Miragaia e "des-penso" todos os discursos de palavras vazias que retiram o valor das coisas, quando o trepo para dentro do electrico, o 1 do Infante. Esborracho-me no assento de couro, deixando-me invadir por aquele característico palpitar engasgado do seu coração motorizado, em espera para se lançar para a frente num tão decidido quanto romantico movimento. Delicia-me este derradeiro percurso da epopeia do Douro, de curvas suaves que me afastam cada vez mais do centro histórico através do casario que vai decrescendo em altura até tocar o chão, lá no finzinho onde o rio merecidamente se dilui em abandono nos frescos braços do mar. Sinto o sangue a aflorar-me ao rosto. E o seu estimulo no cérebro, que envia uma mensagem para o meu coração. Enquanto houver eléctrico, enquanto houver Douro, enquanto houver electrico que acompanhe o Douro, a minha liberdade não se esvairá,  Saboreiem o passeio comigo e com o som de

A Day in Port Royal, Ending Satellites
(http://endingsatellites.com)

What I Know, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/07_-_Traveling_in_Stereo_-_What_I_Know)

Just a Dream, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/02_-_Traveling_in_Stereo_-_Just_a_Dream)

Abraços

sábado, 18 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Porto and Douro, hand on hand

Porto

The train stops in the overwhelming railway station of Porto (S. Bento). I leave the train and start wlaking towards the old part of one of the most ancient towns in Europe, Unesco World Heritage, home for a permanent sense of freedom that deeply marks its history and the history of the country (Portugal). And my own, I should say. I was born here and lived my childhood and youth, and it was from here that I departed to the World.
I just love this historical town that was always fundamental in the most important pages of our Free Portugal. The re-conquest of the city against the Moorish, the independence warranty against the power of Castilla, the resistance against the French Napoleonic Invasions or against Absolutism of D. Miguel (which would give it the title of Invictus, illustrating the brave spirit of its people), the fundamental role in the “Hot Summer” of the April revolution (1974) and the fantastic epopee of the most representative football club (FC Porto, naturally my club) that helped to put the city in a world scale. A history carved by the tough work, willing capacity, courageous persistence and the right to freedom.
I walk in this historical área, turning round and around in the narrow streets, passing by  Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, going up in rua dos Caldeireiros up to Cordoaria, from where i face the Clérigos Tower, keep walking in slow motion through Passeio das Virtudes, from where I can have taste the delightfulness of some rich details of Douro River (always with its eyes on me). It make me remember the words, first of my grand father, of humble origin, then of my father an illsuter member of the city (by his achievements, not by name) highlighting the fundamental role of competency, skills and honesty in a free responsible and healthy (mentally) life. Words that have had deep impact in my own personality, due to the enclosed sharpness. They melt my horizon with the city endless horizon.  
Again, in slow motion i move down towards the river, but without touching him since I decide to go up again to the top hill where the city cathedral seats guarded by Vimara Peres, the hero of the conquest agians the Moorish (IX century). A few steps further i´m above the middle of river, in D. Luis Bridge, seeing its last section before it dies in the sea, thinking about this precise moment of our history marked by a huge wave of scandals that start at the highest personalities of the State but crossing all sectors of society, leaving no doubt about the globalized occurrence. People so well dressed and wrapped, with not a single sign of valuable content, that can not see anything far from their noses and confuses success with the ability to survive on other’s work in a complete spirit poverty. As a consequence, installed competencies were drawn in an ocean of acquired corrupto-incomptences that unable to see the unsustainability of their own way of life.
Based in the identity that marks its history, I foresee, with hope and willingness, new fundamental achievements in the turning page of this de-structured world that will have to happen.
Then I fall down from the cliff of the northern abutment of D. Luis Bridge, smashing on Ribeira where the city and the river give their hands, and from where I will depart (by tram) sliding the last section of the right (north) river bank of Douro (movie to be published next week). I abandon myself in Ribeira with this taught and with the music of:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
And also with the words at the end of the movie(so illustrative of what I have said), extracted from
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)

See you next week


UNTIL THE LAST DROP - Porto from nunocruz on Vimeo.

O comboio apita e detêm-se na fabulosa Estação (Ferroviária) de S. Bento. Deixo o comboio e penetro na parte histórica de uma das cidades mais antigas da Europa (o Porto), Património da UNESCO desde 1996, berço de uma liberdade intemporal que marca a sua história e a história de Portugal. E a minha história pessoal também. Foi aqui que nasci, que vivi a infância e juventude até partir para Coimbra (para a universidade) e me lançar definitivamente no Mundo. Amo esta cidade que tanto marcou a nossa história e esteve na origem dos episódios mais marcantes do nosso Portugal livre. A reconquista aos Mouros, a garantia da independência face ao reino de Castela, a resistência vitoriosa às invasões napoleónicas, a resistência ao absolutismo miguelista (que haveria de emprestar o titulo de Invicta ao escudo da cidade, traduzindo o indomável espirito das gentes que a ergueram e que diariamente a sustentam), o papel fundamental no verão quente da revolução de abril e a fantástica epopeia do clube de futebol da cidade (FC Porto, o clube do meu coração, naturalmente) que em muito ajudou à projecção mundial que a cidade hoje tem. Uma história esculpida pelo esforço do trabalho, pela empreendedora capacidade, pela corajosa persistência e pelo direito à liberdade.
Calcorreio esta parte da zona histórica em voltas e voltinhas pelas ruas e vielas, passando à frente da magnifica Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, subindo a rua dos Caldeireiros até à Cordoaria, de onde vislumbro a Torre dos Clérigos, seguindo em passo lento para o Passeio das Virtudes num belo pormenor do rio espreitando por entre o colorido do casario. Chama-me para ele. Ecoam-me as palavras, primeiro do meu avô Augusto, gente humilde, depois do meu pai, gente ilustre da cidade (por feitos, não por nome), acerca da imperiosidade da competência e da honestidade numa vida livre, responsável e mentalmente saudável. Palavras que me marcaram a personalidade, de tão certeiras que foram, num desígnio idêntico ao da minha cidade.
Vou descendo depois em lenta vertigem até quase tocar o rio na rua Mouzinho da Silveira, contudo sem lhe tocar, porque subo ao alto da escarpa norte no terreiro da Sé Catedral ao encontro de Vimara Peres, o herói da conquista da Cidade aos Mouros no Séc. IX. A visão privilegiada do curso do Douro, de cima da Ponte de D. Luis põem-me a olhar o momento da história que hoje vivemos, marcado pela escandaleira sem rei nem roque partindo de muitas altas figuras de estado e aos trambolhões por aí abaixo, numa onda de ocorrências que indubitavelmente deixa a nu o estado generalizado e globalizado a que isto chegou. Gente muito faustosamente embrulhada, sem ponta de conteúdo e que se confina ao próprio umbigo, que confunde sucesso com habilidade para viver à custa dos outros numa completa pobreza de espirito. E assim, competências instaladas foram-se afogando num mar de corrupto-incompetências adquiridas, que actualmente começa a dar sinais de nem sequer existirem as competências para garantir a sustentabilidade do seu próprio “eco-sistema”.  

Adivinho por isso, confesso que com um misto de esperança e entusiasmo, novos cometimentos da cidade e das suas gentes a partir das crenças que lhe fazem a história, para o inevitável virar de página que terá de surgir. Espero naturalmente poder enrolar a minha vida com a (minha) cidade nesse marco histórico do futuro.
Despenho-me do alto da escarpa, esborrachando-me na ribeira, onde a cidade e o rio dão as mãos e de onde lamberei outra vez a margem do rio, desta vez de eléctrico, até à sua foz (filme da próxima semana). Deixo-me por ali ficar embebido pela musica de:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
E as palavras que ilustram o que aqui digo, mesmo no final do filme extraídas de
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)


Até para a semana

sexta-feira, 10 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Douro river by...train

From Pocinho to Marco de Canaveses, by train

I leave the source of the nile with a strong will to go downriver towards egypt, where i floated the same river many years ago. Between Luxor and Asswan. It is just the willing, because it is not feasible without preparation. And I don’t have the time.
To kill the sorrow, I follow the river of my land, my childhood, my dreams, my commitments. The Douro. I was born in the same place he dies, in Foz-do-Douro, Porto, Portugal. It always tasted good its refreshing flavor, sliced by the port wine mountains it passes through. It always gave me the perfect image of freedom, the one I carry in my mind. And every time I come back from all the places I go, here HE is, always welcoming me, always refreshing me, always drawning me with his freedom
I know well its curves, for so many times I went him through. But there is always something else… This time, I took my friends Lucas & Luquinhas and follow the river by…train, through the overwhelming Douro line, which seats almost entirely in the right riverbank (between Pocinho and Marco de Canaveses). UNFORGETTABLE. You should try (it is just pick up the ticket in the railway station and go). You can go in the morning, from Porto to Pocinho (2,5 hour) have lunch and come down with sunset. Strongly recommend.
Have a glance of it in the movie (down the river) with drops of emotions given by the fantastic sound of Ending Satellites and Michael Chapman & The Woodpiles:
Palos de la Frontera e Interlude 9 (http://endingsatellites.com)
 Deportee and A Stranger Map of Texas (Michael Chapman & The Woodpiles)


UNTIL THE LAST DROP - The Douro river by...train from nunocruz on Vimeo.


Saio do Nilo, querendo-me mandar rio abaixo, seguindo as placas, até ao Egipto, onde há muitos anos naveguei nele entre Luxor e Asswan. Não deu, nem dá para fazer sem preparação. Fica no horizonte.
Para matar a pena, mando-me para o rio da minha terra, da minha infância, dos meus sonhos e dos meus cometimentos. O Douro, nasci onde ele vem morrer, na Foz-do-Douro, no Porto. Sempre me soube bem esse sabor refrescante que dele emana, com um travo a cálice de “Porto”. Sempre banhou a minha alma e a minha liberdade (que sempre procurei assegurar). E de cada vez que regresso, dos muitos sítios para onde parto, lá está ele, sempre me esperando, sempre me banhando, sempre me afagando com a sua liberdade.
Conheço-lhe bem os contornos, mas de cada vez ele tem algo de novo para mostrar. Desta vez, juntos uns amigos, o Lucas e a Andreia e os seus luquinhas, e vou pela assombrosa linha de caminho de ferro do Douro, que serpenteia pela sua margem desde o Pocinho até ao Marco de Canaveses. 2,5 horas e meia para cada lado entremeadas com uma lauta refeição (de carne pois claro) seguido do respectivo digestivo e uma passeata para desmoer. Por minha conta, na carreira regular. Recomendo vivamente.
Saboreiem esse trajecto, na perspectiva descendente, acompanhados por essa picadela nas emoções que a só a música pode trazer. Desta vez com os recentemente descobertos:
Palos de la Frontera e Interlude 9 (http://endingsatellites.com)
Deportee and A Stranger Map of Texas (Michael Chapman & The Woodpiles)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - The Source of the Nile

Uganda
UNTIL THE LAST DROP - This will be the soul of the story (6 movies) that will start to post today, and follow weekly, of my globe-trotting in an intense and tiring period of 2 months, that included two trips to Malawi and one to Uganda with almost all the time spent working in the field, meetings, flying and long waits in aeroports, during with also intense period of personal life. The story is not, obviously, about that. It is simply about the holes I managed to open in that working panel, tasted UNTIL the LAST DROP. The needed energy to supply the work demands.  
The story will start in the Source of the Nile in the Ugandese, proceed downstream in the railway line that goes in the margin of Douro river (Portugal), then jump out of the train in Porto, and walk through the old city until hop on the tram (1 – Infante/Foz) that follows the margin of the river up to its end in Foz. From there a magic jump to come aboard of the 28 and go from Estrela to Graça through the heart of the Lisbon that looks the Tagus river. I wanted to go to its end again, but the time was not enough. And from Lisbon, once the capital of a dominant empire and so marked by its past, i end up going through the tragic and stimulating Berlin, that always re-invents itself and its people, suggesting a deep reflection in what we are and what we want. With the exception of the latter (Berlim and Potsdam) that took one week-end, all the other adventures did not take more than one solar day. A path for launching new friendships, renewal recent ones and coloring life with love. Small spots of pure pleasure tasted until the last drop.
Let’s then walk the first step. To the Source of the Nile
I left Portugal with destination to Kampala in Uganda with a horizon loaded with exhaustive work and a tight calendar. From Uganda I knew just a little, besides the sadly known history of the country played by Idi Amin, as learnt in two famous movies that illustrate a part of the country history: Raid in Entebbe and the Last King of Scotland. I should say that it was a pure misunderstanding, the idea that those stories suggest. It is just a dark shadow of History. As it happens in any History.  I knew also about the Gorillas (although by extending it from Quenia), but I also knew that would be impossible to fit it in my tight calendar.
What I did not know (or at least I cannot remember) was that the source of the Nile was located in Uganda (Jinja), in its jurisdiction of lake Vitória, not far from Kampala. But it was precisely that that was offered to me by a bunch of nice and warm people met in the working spot. It was physically exhausting (6 hours in the car to have 4 hours in the spot) as it was mentally revigorating, crossing our histories (mine, Sergio Licurgo, Armindo Cerqueira, Fernando Magalhães and Justino Silva’s) with the histories of that adventurer that feed my imagination in youth and of that truly divine Mahatma Gandhi that makes me believe in a better world. Two “horizons” of my life.
I can´t avoid to think that it may symbolize the beginning of a cycle that we all feel, foresee and desperately want to happen. Out from this vortex that is swallowing everybody and everything and will end up swalling itself.
Follow us within this step, emotionally blown by:
1 - River, Entertainment for the Brain Dead
(http://entertainmentforthebraindead.com)
2 - Requiem for a Fish, The Freak Fandango Orchestra
(http://www.freakfandango.es/)
3 - Gonna Make it Through this year, Great Lake Swimmers
(http://www.greatlakeswimmers.com/)
4 - Go, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)



UNTIL THE LAST DROP - The Source of the Nile from nunocruz on Vimeo.

Uganda
ATÉ À ULTIMA GOTA - Este é o tema dos próximos filmes que publicarei, com a cadencia habitual das minhas histórias, isto é, uma semana. E consta da história das minhas andanças num período intenso e extenuante de menos de dois meses, que incluiu duas viagens a Nacala, uma viagem ao Uganda, de trabalho intenso, dias passados em aeroportos e aviões, fins-de semana a trabalhar ou a viajar de um lado para o outro e uma situação pessoal extremamente exigente e “demandante”. Disso não vão ver nada que isto não é filme só para engenheiros. Isto é a história dos (curtos) buracos no meio disso, esmifrados até à última gota, de onde tirei energia para viver e responder ao que me foi sendo solicitado  
Começo na nascente do Nilo no meio da parte ugandesa do Lago Vitória, desço depois rio abaixo, agora pela linha férrea que acompanha o Douro desde o Pocinho até ao Marco de Canaveses, entrando depois na cidade que ele (o Douro) serve e que lhe dá a projecção (o Porto), acabando a descer o que lhe resta, novamente pela margem, desta vez em eléctrico, o 1 do Infante até à Foz. De um pulo entro noutro eléctrico, o 28 de Lisboa, da Estrela até à Graça através do coração da Lisboa do Tejo. Não vou até à sua foz, como queria, que o tempo não me chega. Finalmente, pintalgo a aventura com o amor, agarro numa amante muita antiga que eu tenho, a quem volto com toda a frequência, e “bora lá curtir” essa mítica cidade de Berlim cuja dramática história nos faz refletir bem fundo naquilo que somos e o que queremos. À excepção de um fim de semana para Berlim (e Potsdam), cada uma dessas aventuras não gastou (porque não pôde) mais do que um dia solar. No meio, lanço novas amizades (como sempre gosto de fazer), renovo votos com outras e curto a aventura do amor
Demandemos pois ao Nilo, neste primeiro episódio.
Sai de Portugal com destino a Kampala, com uma perspetiva dura de trabalho exigente e a “abrir”. Do Uganda, pouco conhecia, para além da sua história ligada ao tristemente célebre Idi Amin, bebida através das duas histórias que cruzaram salas de cinema onde sentei: Raid em Entebbe e O Ultimo Rei da Escócia (este último que recomendo vivamente). Puro engano, o que elas sugerem. Essa é apenas uma sombra negra da História, como todas as Histórias têm. Conhecia também a presença dos Gorilas que nunca vi, por extensão ao Quénia dos Gorilas na Bruma, mas imaginava o quão difícil seria encaixar um episódio desses no meu apertado calendário. Mas o que não conhecia de todo (ou pelo menos não lembro) que a nascente do Nilo, cuja busca foi mote para inúmeras aventuras que me povoaram o imaginário juvenil, se encontra no Uganda, bem dentro do seu quinhão do Lago Vitória. Até lá chegar. Mas foi precisamente isso que me veio a surgir no caminho presenteado por um grupo de bem-dispostos personagens conhecidos todos naquela hora, naquela obra, naquelas circunstâncias. Partir na demanda da nascente do Nilo numa viagem tão fisicamente extenuante (6 horas no carro, 4 horas no local), quanto mentalmente revigorante. Cruzo os meus passos (como sempre gosto de fazer) com os do Sergio Licurgo, do Armindo Cerqueira, do Fernando Magalhães, do Justino Silva. E de passo acertado, num belo pedacito de vida, cruzamos as nossas histórias com as histórias do fantástico e intrépido Livingstone e desse homem de dimensão divina que foi Mahatma Ghandi. Dois personagens que “horizontam” a minha personalidade.
Simbólico, profetizando talvez o início do novo ciclo que se sente, se cheira, se adivinha e se quer muito que aconteça. Para fora deste vorticiano sugadouro que todos engole e que acabará a engolir-se a si próprio.
Sigam-nos, embalados com a musica:
1 - River, Entertainment for the Brain Dead
(http://entertainmentforthebraindead.com)
2 - Requiem for a Fish, The Freak Fandango Orchestra
(http://www.freakfandango.es/)
3 - Gonna Make it Through this year, Great Lake Swimmers
(http://www.greatlakeswimmers.com/)
4 - Go, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)