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sábado, 21 de junho de 2014

KISSING AFRICA - the side of the other side

Cortegaça, Portugal

And here i was back to my home, that sincerly i don´t know anymore where it is. Silvia was not there waiting for me, she had stayed in there new life in Mozambique. Instead, Cristina, another emigrant (in Colombia)  who was here for a short period of vacations, picked me up. 

A welcome party came up, which is usual among my friends. There is always a good motive for a party. Especially now, that there is always someone close that had to move away. I feel this side also, right now. The side that sees husbands or wifes, or parents, or brothers or sisters or close friends going away, far. The deep missing sensation that cuts our souls, the wave of feelings that drawn us, the big hole that we feel inside, the insecurity of the life, the overload of work that remains for those who stay. Truly, emigrating is experienced by both, who depart or who stay. 

I arrive on that beach house, always ready to let love flow. The Palheiro de Cortegaça that belongs to friends of my cluster. I feel in peace with all those brothers and sisters and sons and daughters, and friends around me, welcoming me back and holding together the sorrow for those that are far. Vitor (who departed sometime ago in the eternal emigrancy) flew into my mind, and made me remember of flower power. And so, Jim Morrison (Road House Blues) and Queen (Bohemian Raphsody) were chosen as the emotional base for the movie.

Hope you like it. The music i´m sure you all like. It is intemporal.

I´ll be seeing you


KISSING AFRICA - The side of the other side from nunocruz on Vimeo.

Pois é assim. Depois de uma catrabanzada de horas de aeroportos e aviões (Blantyre, Joanesburg, Maputo onde por 3-4 horas fui o unico passageiro na sala de embarque, Lisboa) lá aterrei no Porto, onde a Silvia (emigrada em Moçambique) não me esperava, mas esperava-me uma outra emigrada (na Colombia) que estava cá de férias. 
Seguiu-se uma festa de boasvindas, que entre os meus amigos tudo é motivo para uma festa. Sobretudo agora, que está sempre alguém próximo fora. Eu agora comungo também este lado. O lado do que vê partir os maridos, as mulheres, os pais, os amigos ou os irmãos. A saudade que por vezes dilacera a alma, o turbilhão de emoções que nos assaltam, o buraco que por vezes se sente cá dentro, a insegurança com que a vida fica (por uns tempos, pelo menos) a carga de trabalho que aumenta e parece não ter fim. Pois é, nesta coisa de emigrar, tanto emigra o que emigra como aquele que vê o emigrado partir.


Chego a essa cabana tão ao jeito do amor, que é o palheiro de Cortegaça. Pertença de gentes do meu cluster. Sinto o carinho de todos eles, filhos, irmãos, amigos, e sabe-me bem esse afago gargalhento com que me recebem (pela minha chegada) e com que se solidarizam (por aqueles que tenho lá longe). Lembro-me do Vitor, esse que se foi na emigrancia eterna (aquela que todos teremos de enfrentar). Sinto a saudade de vê-lo ali. Vem-me à mente o Jim Morrison (Road House Blues) e os Queen (Bohemian Raphsody), desse tempo magnifico que foi o flower power. Construo o filme em cima das emoções desses tempos trazidos pela intemporalidade da música.

Deleitem-se. Até um dia destes.

sábado, 14 de junho de 2014

KISSING AFRICA - Naking the Soul

Beira  - Caia - Sena - Sinjal - Doa - Moatize - Tete - Zalewa - Blantyre

There we go again. This time for one of those long runs, that i´m used to. It will take me from Beira to Tete, and then to Nacala´s corridor in Malawi.

I jump into the off-road vehicle, with the other Cruz (Jorge) in the wheel. Once more brotherized by the same spirit of liberty that this movements always bring. Towards the end of the world. Sleeping in the car, in low class hostal, in the invented Train-Hotel, eating wherever and whenever it is possible, sliding through the landscape that railway have opened. In a glink of an eye we are in Caia, then Sena, crossing the Zambeze in that overwhelming 4km long railway bridge of Dona Ana. And so, we enter a new world, the world of places like Sinjal, Doa, Mecito, Necungas, Kamboulatsitse, until we get Moatize - Tete.

The net is lost in the middle of the course, the cells don´t work leaving us more and more on our own. Slowly we leave behind the rotten things that hide behind any news that come from our Portugal or our Europe. The connections, the society dances around favours, the invey, the states of war we live in. Slowly we melt within our souls, relaxing the muscles and the mind. And tastefully, everything becomes fluid, natural, in balance, and we just undress our souls and feel the liberty going thorugh our bodies. Jorge throws the rythm of John Butler (Oceans) i send back Paco de Lucia, Al Di Meola & John Maclaughlin (Meditarrenian sundance).

I embrace my brother, he is flying back to Maputo, i´m keep going by road, to Zalewa (Malawi) to meet António Azevedo, another strong emigrant of my circles. He is in his second wave of emigration. I have worked with him in 3 different countries. Always with sucess. In parallel we buld our friendship, a good frienship i should say. I embrace again Gonçalo, Quartel, Virgilio, all of them from Portugal. I answer their problems, with success. And i close my working period, ending the night with Helga and Abilio and Tânia, friends of mine that are always on the move. To wherever they are required.

Then, 30 hours in airports and planes until get home. For the first time in my life i was alone (for 3 hours) in an international airport (Maputo). It is really a mark, for me


KISSING AFRICA - Naked Soul from nunocruz on Vimeo.

Ala que se faz tarde. Outra vez. Desta vez num long run de trabalho que me levará da Beira a Tete e depois daí até ao corredor de Nacala. 

Salto para dentro da pick up, com o outro Cruz (o jorge) na condução, uma vez mais irmanados pelo mesmo espirito de liberdade que estes movimentos nos dão. Em direcção ao fim do mundo. Sem eira nem beira, nem leira nem fronteira, dormindo no carro, numa pensão manhosa, ou no inventado comboio-hotel, comendo quando calhar, deslizando pela paisagem que a via férrea rasgou. Dum tiro chegamos a Caia, depois a Sena, atravessamos o Zambeze pelos fabulosos 4km de ponte (Dona Ana) e entramos noutro mundo, o de sitios como o Sinjal, Doa, Mecito, Necungas, Kamboulatsitse, que dificilmente aparecem nos mapas. Até chegar a Moatize-Tete.   
Aos poucos desaparece a net e outras ligações, deixando-nos cada vez mais entregues a nós próprios. Pouco a pouco deixamos para trás a podridão que se esconde em cada canto de noticia que ecoa do nosso burgo, seja ele Portugal, seja ele a Europa. Desaparecem os "connects", as danças de bicos de pés para ver quem se chega mais à frente na altura da fotografia, as trocas de favores que acentuam a incompetência e esmagam a sua antónima. Pouco a pouco descemos lá bem para o fundo da nossa essencia, relaxando os musculos e a mente. Pouco a pouco tudo se torna fluido, natural, harmonioso. Despindo a alma e sentindo a liberdade a correr nos nossos poros, os meus e os do Jorge. O Jorge atira-me o ritmo de John Butler (Oceans) e respondo com o Paco de Lucia, Al Di Meola & John Maclaughlin (Meditarrenian sundance). 

Abraço o mano Cruz. Ele segue para Maputo. Eu, de novo em 4x4, sigo para Zalewa no Malawi onde me espera o António Azevedo. Outro emigrante, este já em segunda vaga. Já trabalhei com ele em 3 paises. Sempre com sucesso. A par da obra, vamos construindo a nossa amizade, uma amizade boa. Abraço com prazer o Gonçalo, o Quartel, o Virgilio, todos idos daqui. Respondo-lhes aos problemas. Saio-me bem. Fecho a tasca do trabalho e termino a noite  em Blantyre com a Helga & Abilio mais a Tània, gente "minha" que circula permanentemente pelo mundo. Por onde tiver de ser. 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

KISSING AFRICA - The City of 1000 Hopes

Beira

I land in Beira. Once again, Silvia is wating for me, this time with a long time friend with whom i worked in some curious engineering processes, and with whom i have work to do around here. 

I face th city with curiosity and with the need of diving into her. It is a new start, that passes by here. I have a house here. The city opens slightly the door of my soul and look deep inside of me. I look for intimacy, i look for similarities. I found them easily, with the Granja-Aguda-Miramar, where i live. The same time represented in their houses and its urban ideas. One is brand new, the other is quite degradated, but both breathing out the same time of our history. I find also the same spirit of a city that oposes to institutional powers. Like Porto, where i was born. More dificulties, less income from a central power that discriminates, but holding a strong personality and culture. I feel good with this intimacy.

I walk, as much as i can, through the city, trying to assimilate every single detail. I fell in love with coast line with their houses and bars, Beira-Rio, Biques, Tuga, Luna-Mar, reminding me of my youth spend in the beach side, in Foz, in Porto. I move on to the historical center, carying in my mind my ancesters that lived here. I seat at the Riviera, where surely they have seat so many times. I can see its past, i foresee its future, which will melt together, further on.

I go back to the beach, to Estoril Light House. Step by step i walk the beach towards the fishermen place. With Silvia and Fernando, brotherized by the same paths and same curves of the way. I feel the sweet melancolie that touches almost every emigrant. A new adventure is arising and, as usual, i have 1000 hopes. Hope for a happy movement, hope for a stimule, hope to overcome the tireness, hope to keep my familiar cluster. I choose Thindersticks (Lets Pretend) and Andrew Bird (Solvay) to bring light to this movement. Fernando choose Yiruma (Kiss the Rain), so perfect for that movement in the beach.

I leave again, leaving Silvia and Fernando. A tear drop roll down in my face, with those sounds in my head. For Silvia and for Fernando. See you soon  


KISSING AFRICA - The city of 1000 hopes from nunocruz on Vimeo.

Aterro na Beira. Á minha espera, outro amigo de longa data, o Fernando. Gonçalves, com quem fiz engenheirices curiosas e com quem me preparo para atacar outra obra. Com ele a Silvia, uma vez mais. Que bom, que bom.

Encaro a cidade com curiosidade e com necessidade de mergulhar nela. É o inicio de um novo caminho, que passa por aqui. Tenho uma casa aqui, agora, para a certa itinerancia intermitente. A cidade entreabre a porta do meu coração, e espreita lá bem para dentro de mim. Procuro semelhanças, intimidades. Encontro-as facilmente, com o eixo Granja-Aguda-Miramar. A mesma época retratada, uma mais cuidada, outra mais degradada, mas as duas exalam da sua estrutura outros tempos, que são os mesmos. Encontro outro paralelo com o Porto onde nasci. Duas cidades de contrapoder, com tudo o que isso implica. Mais dificuldades, menos benefícios face a um poder central que discrimina, mas uma personalidade forte na sua sociedade, na sua cultura. Deleito-me com essa intimidade que começo a sentir

Deambulo o mais que posso, procurando beber tudo o que ela tem. Encanta-me a marginal, o Beira-Rio, o Biques, o Tuga, o Luna-Mar, que me trazem mais memórias da minha infância passada à beira-mar, na Foz, no Porto. Prossigo para o centro histórico, carregando na minha alma os meus tios que por aqui passaram. Sentado no Riviera, um clássico do nosso tempo por lá onde eles de certeza muitas vezes se sentaram, adivinho o passado, antevejo-lhe o futuro que, estou certo, se mesclarará com o passado. 

Volto à praia, ao Farol do Estoril. Passo a passo calcorreio a praia até à zona dos pescadores. Com o Fernando e com a Silvia, irmanados nos destinos e nas curvas do caminho. Sinto invadir-me a doce melancolia que assola qualquer emigrante. Eu itinerante, eles mais permanentes, mas com idênticos percursos. Ora estamos cá, ora estamos lá. O mesmo designio. Uma vida nova que se desenha, um horizonte para perscutar, um estimulo para responder, um cansaço para ultrapassar, uma saudade para saborear, um cluster (familiar) para manter em rumo. Enfim, um salto para outra aventura, que traz 1000 esperanças. Escolho Thindersticks (Lets Pretend) e Andrew Bird (Solvay) para nos acompanhar. O Fernando escolhe ainda Yiruma (Kiss the Rain), tão em modo daquele passeio na praia, 

Parto de novo, deixando a Silvia com o Fernando. Verto uma lágrima, com aquelas notas pairando na minha cabeça. Por um e por outro. Até já