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sexta-feira, 26 de julho de 2013

AN AFRICAN CROSS COUNTRY - The joy of enjoying the way

Maputo

And so, another adventure comes to the end, with the happiness built along the way. And that one is inside me now, is part of me. I leave you with a little tour around Maputo, while i am waiting for the moment to get in the plane and step on the long way that will lead me home. Happy and in a good mood, despite the horrible toothache that has been torturing me for the last couple of days. With Beirute (Nantes and Appolonia) and Moby (Everloving), to relax. Kisses and hugs for my travelling companions, Francisco "Comodoro" Asseceiro, Eduardo "Broken Back" Fortunato, Elsa "Holy Mother of the Waters" Alves.

See you in the next adventure


AN AFRICAN CROSS COUNTRY - The joy of enjoying the way from nunocruz on Vimeo.

E assim mais uma aventura chega ao fim, com a felicidade que o caminho emprestou. E essa, já cá está dentro, já faz parte de mim. Deixo-vos com uma voltita por Maputo, enquanto espero que chegue a hora de embarcar de novo na interminável viagem de regresso a casa. Feliz e bem disposto, apesar do abcesso bárbaro que me atormenta há uns dias. Com a musica de Beirute (Nantes e Appolonia) e Moby (Everloving) para descontrair.

Um abraço especial para os meus companheiros de aventura Francisco "Comodoro" Asseceiro, Eduardo "Costa Quebrada" Fortunato, Elsa "Senhora das Águas" Alves.

Vemo-nos na próxima aventura

sexta-feira, 19 de julho de 2013

AN AFRICAN CROSS COUNTRY - Smiling out loud

Cahora Bassa

A friend (João Pedro Matos Fernandes), which happens to be actually living in Mozambique, threw out a sentence to the heart of a working group like this one that stayed forever marked in my brain and in my heart. He said:
-        Don´t make confusion between working in joy and a bad sense of responsibility. It is laughing that you are able to produce a good work
And that multidisciplinary group, working in the Azorean coastal area management, commanded by the fantastic Ana Barroco (Quaternaire, Portugal), was a living image of what he meant to say. More than 10 years after, this working team is still breathing joy at work, no matter those who left and those who joined in, and I believe that it will last forever.
In this African cross country it happens exactly the same, without need for the sentence to be said. It was actually said by our instincts, at every hour and every minute of this FUNTASTIC journey. Despite going through exhausting days, painted with colours of toothaches (Miracle man), broken backs tortured by jumps in impossible roads and smashed by the dreisin hard suspensions (Broken Back) or by the African dizziness that you never know if it is a problem of food, malaria or something else (The Holy Mother of Waters), the smile never felt and miracles just happened at the rhythm of a clap (Miracle man). Everything under the fantastic supervision of the Commodore, who conquered that extraordinary achievement in Africa of doing everything as scheduled. At the end he was with a toasted ear as a result of so many hours on the phone, but he never lost his “north” and his smile. And I, quietly seated in my corner, feel the same thing I felt with the Azorean adventure.      
In our way back, we couldn´t deny ourselves a jump to a Portuguese pride that Broken Back had wined for us: the Dam of Cahora Bassa. A little bit of tha shining Portugal that we are proud of to compensate the shadowed Portugal that we actually have. Guyamas Sonora (Beirut) is perfect to illustrate that trip, that place, those friends, those smiles. Join along and smile with us.


AN AFRICAN CROSS COUNTRY - Smiling out loud from nunocruz on Vimeo.

Um amigo, que por acaso reside actualmente em Maputo, o João Pedro Matos Fernandes, atirou com uma frase para o meio de um grupo de trabalho, tal como este, multidisciplinar, que me ficou profundamente gravada na cabeça e no coração. Disse ele:
- Não se confunda alegria no trabalho, com irresponsabilidade, desleixo, desonestidade ou incompetência. A rir se faz o trabalho bem feito.
E esse grupo de gente que se juntou para fazer uma série de planos de ordenamento da orla costeira açoreana (Quaternaire), encarnava precisamente aquilo que ele queria dizer. Há longos anos dura essa equipa, que as gentes que saem e as outras que entram não lhe retiram alma, pelo contrário, e eu acho que não acabará nunca (vai daqui um beijinho enorme à Ana Barroco, que soube lançar e conduzir toda essa boa gente ao longo de todos estes anos; beijos e abraços naturalmente para todos os outros com quem tenho tido o prazer de conviver).
Pois bem, nesta viagem aconteceu precisamente o mesmo, sem que a frase tenha sequer chegado a ser dita. Foi dita simplesmente pelo nosso instinto a toda a hora e minuto desta jornada. Espectacular. Por entre dias desgastantes, à mistura com abcessos (Milagreiro), profundas dores nas costas carregadas por saltos da 4x4 ou pelo matraquear da Dreisin (Costa Quebrada) ou mal-estares de África daqueles que nunca sabes se vem da comida, da malária ou de outra coisa qualquer (Sra. das Águas), nunca o sorriso se escondeu e os milagres sucederam-se ao ritmo do bater das palmas (Milagreiro). Superiormente conduzidos pelo Comodoro que conseguiu essa coisa fantástica de conseguir em África numa jornada deste tipo, de tudo correr dentro do planeado. Ficou com a orelha quente de tanto telefonar, mas nunca perdeu o rumo nem o sorriso. E eu, sentado no meu cantito, vejo a mesma coisa que sempre vi na aventura açoreana.

No regresso, não podíamos deixar de fazer a peregrinação a um santuário da engenharia portuguesa, que o Costa Quebrada tinha descolado para todos. Cahora Bassa. Um pouquito do Portugal radioso de que todos nos orgulhamos, para abafar o Portugal sombrio de fraca gente que actualmente temos. Guyamas Sonora (Beirut) traduz bem aquela viagem, aquele lugar, aqueles amigos, aqueles sorrisos. Cheguem-se para cá e sorriam connosco.

domingo, 14 de julho de 2013

AN AFRICAN CROSS COUNTRY - From Sena to Tete

Every morning, early in the morning, while the sun still rests...
Get up and move to the track, to take every possible minute of sunlight 
Long run in our yellow "Porsche" (the dreisin), getting on and off, on and off, on and off, leaving our legs absolutely dead. A corridor of war histories, with dammged rails, exploded bridges, abandoned carriages. Histories of an estrategic corridor to link North and South of Mozambique (to where i was about to go, at the beginning of my professional life). 
Histories of the colonial war and the followed civil war. 
Histories of pain and horror that are meant to be left behind. 
Histories of Africa's fight for independence and stability,
Histories that tell you about the uselessness of the war
Histories that brought up to my mind one of my heroes of youth, Steve Biko. I keep the movie in my brain and the immortal tribute to him (composed by Peter Gabriel) in my heart. I leave you with this song while going through a less known Africa, from Sena to Tete,  as a cry out loud of the uselessness of wars.



An African Cross-Country - Sena-tete from nunocruz on Vimeo.
Todas as manhãs, antes ainda da alvorada do dia, saltava-mos da cama e marchava-mos para a linha com o intuito de aproveitar todas as horas de luz e a "janela" que tinhamos de via aberta. 
Longa caminhada no nosso "Porsche" amarelo (a dreisin), saltando abaixo, subindo, e saltando abaixo de novo e de novo subindo, num interminável movimento de paragens e inspecções e novos arranques, que deixavam as nossas pobres "canetas" num estado pouco mais que deplorável.
Um corredor de histórias de guerra numa faixa estratégica na ligação entre o Norte e o Sul de Moçambique,  ilustradas pelos carris retorcidos, carruagens descarriladas e abandonadas, pontes dinamitadas e tantos outros sinais da dor e dos horrores ali vividos. 
Enfim, histórias que provam a inutilidade da guerra e me trazem à memória um dos meus herois de juventude, Steve Biko. Vi o filme de que guardo a história no meu cérebro e a imortal música (composta pelo Peter Gabriel) no meu coração. Deixo-vos com esse som enquanto atravessam connosco uma África menos conhecida, entre Sena e Tete, num grito sobre a inutilidade da guerra.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

AN AFRICAN CROSS COUNTRY - From Beira to Sena

Mozambique

Lao Tsé said once that if you work in something you like, you will never have to work a single day in your life. I would go a bit further on (i´m sorry if i may seem arrogant) and say if you do that in team you will get the best of life. The history of this African cross country I start posting today is a magnificent foreseeing of that. Four people who hardly know each other, 

Francisco “Comodoro” Asseiceiro, the captain of the expedition
Eduardo “Broken Back” Fortunato, the Guru of Platforms
Elsa “Das Águas” Alves, the holy mother of Waters
Nuno “Miracles” Cruz, the wizard that could feel the soils and with a single clap of his hands, miracles could happen,

together in a hard mission of 500km of inspection of a railway line between Beira and Tete (Mozambique) for its rehabilitation. Twelve days of hard travel that the four were able to transform in a journey as efficient as delightful, as honest as tasty, as skilled as glorious. A overwhelming trip cross countrying through Africa, far from cities, lodges or touristic attractions. Nothing but the line and rail stations lost in the middle of nowhere. Four lifes melting tracks, four friendships blowing up. I thank that to my journey partners, as a birthdate gift, which happens to be today

Beginning of journey with the sweet voice and words of Vivianne (Life is not enough), touring around Beira, between food shopping and preparation. It came up to our minds, the memories brought by ancesters of ours with their histories of other times. Everything that was told is still in there. Although degradated, we could tell what life there should have been, and foresee the future that may arise.

Before dawn, when the day was still asleep, we jump into a 4x4 with a previously prepared breakfast between hands and left for Dondo (station outside Beira) where the Atacadeira (Rail working vehicle) for the next 300 km where waiting for us. Then, Tchuk-Tchuk, Tchuk-Tchuk, at the rhythm of Penguin Café Orchestra (Dirt e Paul’s Dance).

I'll see you in the next chapter. from Sena to Tete, with Peter Gabriel


CROSS COUNTRY IN AFRICA - From Beira to Sena from nunocruz on Vimeo.

Lao Tsé disse que se fizeres aquilo que gostas não terás de trabalhar um único dia na tua vida. Eu acrescentaria (passe a presunção) que se o fizeres em equipa alcançarás a plenitude. A história de um corta-mato em África que começo hoje a publicar é um magnífico vislumbre do que acaba de ser dito. Quatro pessoas que mal se conheciam, 

Francisco “Comodoro” Asseiceiro, o comandante da expedição
Eduardo “Costa Quebrada” Fortunato, o Guru da Plataforma
Elsa “Das Águas” Alves, a Nossa Senhora das Águas
Nuno “Milagreiro” Cruz, o bruxo que sentia terrenos e que com um simples bater de palmas fazia milagres acontecerem



juntas na desgastante missão de ter de levantar 500 km de linha férrea entre Beira e Téte (Moçambique), para posterior melhoramento. Doze dias de viagem tão eficiente quanto aprazível, tão honesta quanto bem-disposta, tão competente quanto gloriosa. Uma viagem deslumbrante, de 4 amigos feitos entretanto, corta-matando através de uma África pura e dura, longe das cidades, dos lodges ou de atracções turísticas. Uma aventura que sinceramente agradeço aos meus parceiros de jornada e considero uma espécie de prenda de anos pelo meu aniversário que acontece ser hoje.

Inicio de jornada na Beira, ao sabor da doce voz de Vivianne (a vida não chega), com uma tarde para dar uma volta pela cidade, entre as compras de viveres e preparação da jornada, em que ressaltou a memória que antepassados nossos trouxeram até nós. Está lá tudo e, embora degradada, adivinha-se aquilo que deve ter sido a vida por ali e antevê-se aquilo que pode vir a ser de novo.


De madrugada ainda o dia dormia, saltar da cama e atirar-se para dentro da 4X4 que nos deixaria na estação de Dondo (à saída da Beira), onde esperava a “atacadeira” em que nos transportaríamos nos 300 km que nos separavam de Sena. Tchuk-Tchuk, Tchuk-Tchuk, ribombando linha fora na cadencia dos Penguin Café Orchestra (Dirt e Paul’s Dance).

Vemo-nos no próximo post, de Sena a Tete com o Peter Gabriel