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domingo, 24 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Friendshiping

And that is it. The end of Kazakitravelling should end up with an Obelix Party. It started then and follow for a couple of more days until the overwhelming dinner "chez Christinne's" in Amsterdam that i told you about in the first chapter of this adventure.
The tail of that trip left in me the unique pleasure that only a FRIENDSHIPing travel can bring. Stays for eternity. Taste it with us, while "Drinking Tea" with Cletus Got Shot. 
And may god bless you with moments like this is during the season and further times. Merry Christmas.


E assim foi. O fim da aventura Kazak tinha de acabar numa festa de Obelix, tal a intensidade da mesma. Ao todo foram 3 arrasadores jantares de despedida (o ultimo em Amsterdam, já ilustrado no primeiro post desta aventura) em 3 dias.
Na pegada da aventura fica para mim o prazer único de uma viagem feita em “Amigando”. Ficam para sempre, essas viagens. Saboreiem-na connosco bebendo um cházinho com Cletus Got Shot (Drinking Tea).
E que deus vos abençoes a todos com momentos como estes na quadra natalícia e tempos consequentes. 
FANTASTICO NATAL E UM ASSOMBROSO ANO SUBSEQUENTE.

domingo, 17 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Sunshine People

Astana

And fatally we ended up in Astana, the 8 of us, the Crazy Portuguese, a title inherited by the noisy laughs, confusion and party that we bring with us all the time and also by the tail of curiosity that our movement to Kazakistan has provoqued a little bit around everywhere. 
We were received as kings of a far land by the clan of Ulmeken, in a smiley, warm and intimate dinner of horse meat and other flavours of the local gastronomy. Offered by the big, warm and open Kazak Heart of that family. Taken by the Portuguese Heart, with that soul that only a Portuguese Heart can show. And that was my Honour, my Pride, my Pleasure.
After our return, I was told by Ulmeken that her mother baptized us… Sunshine People. Again, Honoured, Proud, Pleasure.  A deep “thank you so much”, by the generous and sharing welcome with whom you have embraced us.
I invite you to come along with us to visit the city, the Expo and the people that made fantastic our stay, following the tail of The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).
E lá acabamos todos 8 em Astana, os crazy Portuguese, epiteto ganho à custa do estardalhaço, risota, confusão e festa que sempre armamos à nossa volta, deixando também um rasto de alegre curiosidade acerca do porquê de termos ido ali parar. E de férias??!!?? Fantásticofabulásticamente, acabamos recebidos pela Matriarca da Ulmeken e toda a sua prole num hospitaleiro, risonho, bem disposto, intimista e principesco jantar Kazak de carne de cavalo e um sem numero de iguarias da gastronomia local. Oferecido pelo enorme coração Kazak. Recebido pelo coração Português como só ele o sabe fazer. Uma Honra, um Orgulho, um Prazer
Depois, já após o regresso, soube que o nosso título mudara para “Sunshine People”. Nova Honra, mais Orgulho, redobrado prazer. Obrigado profundo, lá bem do fundo da alma pela generosidade com que nos envolveram. O brilho que aí porventura deixamos não é mais do que o espelho do brilho que vocês deixaram em nós.
Venham lá daí conhecer Astana, dar uma volta pela EXPO e reviver esses preenchentes momentos com uns pós da música The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - The Holy lakes

Borovoe, Kazakistan

Says the legend tha any country in the world has something special to present, astonishing beaches, awesome mountains, incredible rivers. And to Kazakistan, only steppe was given, which made them complain to God. And God, grabbed from the bottom of his hat a landscape of fantastic mountain cliffs diving into crystal waters, covered by trees and shrubs that were the home for several fishes, insects, birds and earth animals. And that, was naturally where we ended after crossing the infinity of the Kazak steppe. A wonderful time crossing that beautiful landscape, by the hand and the heart of Andres, an ex-soviet army fellow that stayed behind in that paradise after the soviet fall and got found of us. We share our canned sardines, he gave us back the smoked fish and his home made vodka, we shared revolutionary songs from our Portugal and his Russia, he took us all in his boats to the soul of the lake, blown by Our Friends (Mind Orchestra) and When Another Sun Shines (Innocent Bandits).
KAZAKISTRAVELLIN - The Holy lakes from nunocruz on Vimeo.
Diz a lenda que cada país do mundo tem qualquer coisa de belo para apresentar, desde praias a montanhas, a rios fabulosos, glaciares, mas ao Cazaquistão só teria sido dada a estepe, razão pela qual Deus foi questionado. Reconhecendo a sustentabilidade da questão, Deus num assomo magnânimo saca da cartola uma catrabanzada de promontórios mais ou menos escarpados, atapetou-lhes o piso com uma confortável vegetação, preencheu-lhe as depressões com lagos sagrados (Borovoe deriva de Auliekol, que significa lago sagrado) e povoou-lhes o espaço com um abundante reino animal. Borovoe é por isso inevitável no fim da travessia da estepe, atravessando-se inevitavelmente no nosso caminho. Magnificos dias cruzando aquela beleza, acompanhados pela hospitalidade de um russo, o Andres, ex-militar soviético que se deixou ficar por ali, e desta vez se encantou connosco. Trocamos sardinha enlatada por peixe seco, bebemos um home made Vodka, compartilhamos canções revolucionárias do nosso Portugal e da Rússia dele, deixamo-nos levar nos seus barcos pelo lago adentro ao sabor de Our Friends (Mind Orchestra) e When Another Sun Shines (Innocent Bandits).

sábado, 2 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - In Love with my Trains


Almaty - Astana by train

Wake up in the night, while dawn was still sleeping, with the sparkling that comes up to my pores when a train travel rises up in the horizon. His smooth and syncopated movement relax my full body, while the nowhere landscape existing between stations that slides way continuously in the window greatly stimulates my brain, my memories, my perception of the world history. Moreover, the train never confines my space and opens his doors in every station, giving me that sense of freedom on what my mind was built. That is why, the train has always been my preference for travelling.

Bubbles boil in my memory, the first travel on my own (15-16 years old) that started precisely in the mythic Portuguese Douro Railway line that follows the river with the same name, through a really incredible landscape that reports you to the origin of things. After that I have done the same with other two river lines (Tagus and Tua rivers), crossed Europe in the interail in my first big journey abroad, fell in love with La Trochita a historical coal train of the beginning of settlements in Patagónia, cut the Tramuntana (Mallorca Mountains) in a train that seemed to come out of a movie, and I was a lucky mother F… when, on my line of work at MOTA-ENGIL, I fell deep in the Nacala (Malawi) and Sena (Beira – Moatize, Mozambique) lines, within the coal railway paths, where I learn my love for Africa. Finally, i will have the Trans-Siberian and Orient Express lines permanently in my horizon, while i don´t slide on them.

The Famous Turk-Sib (Turkestan – Siberia) line, ended in 1930 passes through Almaty, and that was a temptation to me, but the path would get us away of Astana and Borovoie, marked destinations of our trip. As so, we picked up one parallel line that links the Turk-Sib and the Trans Siberean lines and passes through Almaty, Karaganda (important city of the coal) Astana, Borovoie before crossing the Russian border. Fantastic choice. 15 h riding in the immense infinity of the Kazak steppe, touching the incredible Laka Balkhash and mixing my nomad soul with the nomad nature of the country (the origin of the name Kazakistan was given by the neighbours to the nomads that live there and means those without ceiling), under the sounds of Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) and Cletus Got Shot (Bummin Around)

The trip ended with our arrest by the local Police because we were caught smoking in a forbidden zone:
“Let´s scare them” was the tought of the entire guarrison of the station that surrounded us, threat us with a Gulag and finally freed us in a magnanimous gesture. And so, there was done another train trip that nobody can take away from me


Acordo ainda de noite com aquele fervor que uma boa viagem de comboio sempre me trás, desde que o meu corpo sabe o que é viajar. Relaxa-me a continua massagem para o meu corpo dada pelo seu ronronar sincopado e, simultaneamente, estimula-se-me o cérebro e a criatividade ao deslizar pelo nenhures que habitualmente existe entre estações. Sobretudo encanta-me que nunca me aprisione o espaço e a porta para sair se abra em todas as estações, emprestando uma sensação de liberdade tão a jeito da minha alma que nenhum outro meio de transporte consegue assegurar. Por isso, o comboio sempre esteve no meu top de preferências.

Borbulham na minha memória as primeiras férias que passei completamente por minha conta, ao redor dos meus 15-16 anos, partindo na mítica linha do Douro, que serpenteia pendurada na margem do rio com o mesmo nome em direcção à fronteira com Espanha. Verdadeiramente, foi essa a minha primeira viagem. Além dessa, que saboreei muitas vezes depois dessa primeira, deslizei por outras duas linhas que languidamente se espraiam na paisagem fluvial de 2 outros rios portugueses, o Tejo e Tua. Cruzei a Europa em inter-rail na primeira grande viagem para fora de Portugal. Deliciei o coração e definitivamente me apaixonei pelo comboio, na mítica La Trochita, um comboio a carvão que enriquece a paisagem de Esquel a Nahuel Pan, na Patagónia, e me fez viver a conquista do mundo novo. Cortei a Tramuntana, (complexo montanhoso que domina a ilha de Mallorca, Espanha) num comboio que parecia de brincar (ferrocarril de Soller). Por um par de vezes me caiu ao colo a felicidade de o meu trabalho na MOTA-ENGIL me ter atirado, primeiro para a linha de Nacala (troço no Malawi) e depois para a linha do Sena (Beira-Moatize, Moçambique), onde bebi o verdadeiro perfume de África e onde aprendi a amar esse fantástico continente. Além disso, persigo ainda, há anos, os 3 transiberianos e o Expresso do Oriente que, por ainda não concretizados, não me saem da cabeça.

Aqui à mão, tinha a famosa Turk-Sib (Turquestão-Sibéria) pensada para escoar o algodão e concluída em 1930, que passa precisamente em Almaty, mas o destino afastava-nos de Astana, um dos destinos da viagem. Saímos numa outra, paralela à primeira, que passa por Almaty, Karaganda (cidade mineira muito importante na economia do Cazaquistão) Astana, Borovoie, atravessando depois a fronteira em  às linhas Trans-Siberianas. Boa aposta porque a viagem foi espectacular. 15 horas cavalgando na imensidão infindável da estepe do Cazaquistão, tocando o incrível Lago Balkhash e mesclando o meu sentido nómada com a nómada natureza deste país. Essa natureza é, aliás, expressa no nome do país que significa "terra dos sem tecto", nome atribuído pelos países vizinhos aos povos nómadas que habitavam aquela zona. A sedentarização desses povos só viria a ocorrer com a regulação soviética, isto é, há cerca de 100 anos atrás. E nesse ritmo compassadamente romantico, lá fui disparando a minha Canon, captando o deslizar daquela paisagem, que agora embrulho com a música de Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) e Cletus Got Shot (Bummin Around) 

No final, à chegada a Astana, esperava-nos a detenção policial por fumarmos fora do sítio. 
“Vamos lá pregar um susto aos moços”, pensou toda a guarnição policial da estação que nos rodeou, nos “ameaçou com um Gulag” e depois magnanimamente nos libertou. 
E assim se fez mais uma viagem que já ninguém me tira.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - High waters


Issyk and Big Almaty Lakes

There are no free lunches anymore, so they say.
There are only few, fewer and fewer, the politicians that don´t lie, that cheat the people, even those who elected them. And there is less public health, less justice, less education. Everything for the money. Shrinks with that the available persons who wish to set friendships without especting some favour, some money, some power, some what???. Sad thing, sad world. I keep going in another way, even though knowing that we cannot correct the world. But in my mathematics 0.05% resisting is better than 0%.
In this way I think that it won´t be long for having recently born paying to their parents that fuck that gave them the existence. Probably, with ATM machine at moment of birth. 
I fill my soul with the free sharing of such delicious friendship moments that rolls among us, within the awesome scenaries of the natural beauties of Issyk lake and Big Almaty lake (3000m), without anything to payback. With Edith Frost (Wonder wonder) whispering our hears and... a funny driver that we had for one day, that appeared and dissapeared into the fog as in any comic book.
Buuuuuuuuuueééééééé cool

Hugs


KAZAKITRAVELIN - The high lakes of Almaty from nunocruz on Vimeo.

Já não há almoços grátis
Já são poucos, muito poucos os políticos que não mentem, que não enganam todo o povo que os elege, em favor do próprio interesse
Já não há saúde competente, nem justiça justa, nem educação profunda e igual para todos. Tudo perdido em favor do Dinheiro
Encolhe com isso, cada vez mais, o número de pessoas dispostas a amizade sincera, sem esperar favores, sem querer um favor, um dinheiro, um poder ou um outro qualquer que ninguém se lembrou ainda. Neste rumo, penso que não demorará muito em que até os filhos terão de pagar aos pais a queca que lhes deu a existência. Se calhar com o ATM a ser a primeira coisa que o infante vê do mundo. Uma tristeza. Embora com sucesso limitado no que a mim diz respeito, a minha matemática diz-me que mais vale 0.05% num dos pratos da balança do que 0%.
Enche-me por isso a alma, o viver esse partilhar de vidas que rola na minha frente, deliciosamente desinteressada, descontraída, de gente que se gosta realmente, enquanto me pasmo com a beleza do Issyk Lake e do Big Almaty Lake, dois lagos de altitude que enchem “crateras” a 3000m de altitude. Com a Edith Frost (Wonder wonder) assobiando melodias nos nossos ouviditos e um fantástico motorista que atravessava o nevoeiro e surgia de todo lado como que saltando fora de uma banda desenhada qualquer. Muita Fixe

Abraços



sábado, 18 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELIN - All the way up

Shymbulak, Kazakistan

I was born facing the immense ocean that gave me the soul to dare the glance beyond the horizon, the need of penetrating him called by the horizon that always lies after the horizon. I love the taste of the salty foam that refreshes my face and my days. I love its infinite infinity that enlarges my perspective. I love his flow movements, sometimes serene sometimes tempestuous in the syncope that makes life flow. It have fed my instincts since my first minute on earth, the ocean. Always in the horizon of the windows of my life.
With the ocean in the instinct and in the horizon, i grew up facing the mountains, taken by hand by my father all the way to the top, in great freedom flows. At every climb, at every conquered summit, more mountain spirit was (and is) installed in my soul, melting with the instinctive ocean already in there. I love the vertigo of heights and conquers, felt in the sweet loneliness crossed by the whistle of the wind singing throughout the mountain valleys or by the sound of water playing against the gravel river beds followed by the chorus that arise from the local birds. That is why the spelling call of the mountains is unavoidable for me, everytime the mountain cross my way. I just let myself embrace into a heady dance. That was what happened once more in Shymbulak, a ski resort installed in the mountains that guard Almaty. Blown by the sound of Mountain Top (by Cletus got shot) i jump with all my team into the amazing cable car that takes us up to a 3200m mountain spot. As I get there, my legs take the lead and walk me, on the rhythm of Ovulation (by Learning Music), to the deep heart of the mountain. 
I fill up my lounges with a happy air and, like a hornpipe, I release it back singing out loud with my friends songs of freedom. Come along with us and enjoy that nature
Nasci defronte para a imensidão do oceano, que me deu a alma para sempre espreitar além do horizonte, de querer penetrá-lo porque há sempre mais um para encarar. Adoro a espuma salgada que dele emana e me tempera os dias, a sua infinita imensidão que me alarga a perspectiva, o seu movimento ora sereno ora revolto que empresta o gradiente para a vida rolar. Alimenta-me o instinto desde sempre, o mar. Sempre no horizonte das janelas onde vivi
Com o mar no instinto e no horizonte, cresci também defronte da montanha, levado pela mão de meu pai por ela acima em fluxos de liberdade. A cada escalada, a cada cume atingido, mais um bocado de montanha se entranhava dentro de mim, mergulhando harmoniosamente no instintivo mar lá instalado. Adoro a vertigem da altitude e da conquista, sentida na solidão cortada pelo assobio do vento cantando pelos vales, no som da água resvalando pelos fundos cascalhentos, acompanhada pelo coro que sai do papo dos pássaros que compõem o habitat. Por isso, o chamamento da montanha é incontornável para mim. Sempre que a tenho próximo, deixo-me conduzir serenamente por ela num bailado inebriante. Foi assim, uma vez mais, em Shymbulak, uma estância de neve instalada nas montanhas que protegem Almaty, ali mesmo à mão. Sob o som de Mountain Top (by Cletus got shot) salto com a restante troupe para dentro de teleférico e ascendo ao fim da linha, a 3200m de altitude onde apenas está a montanha servida por um bar-abrigo que aquece o corpo e a alma dos viajantes daquelas paragens. Num movimento sincopado com Ovulation (by Learning Music), as minhas pernas saltam do teleférico e compassadamente põem-se em marcha montanha dentro. Enche-se-me o peito de ar feliz e, tal como uma gaita de foles, liberto-o em seguida com os parceiros de caminhada cantando canções de liberdade a plenos pulmões. 

sábado, 11 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELIN - Diving into the Charyn Canyon

Charyn Canyon, Kazakistan

We left in the morning, after the confusion that 8 people waking up in the same apartment can create, which was brought into the well managed van (by JO, a friend that drove us all the way of this adventure). 10 people talking at the same time in crossed conversations, from the back to the front of the vehicle. I was delighted with the harmony created by people that hardly knew each other before, mixing professors and students, young people and people with doubled age, musleems, christians and non-believers, opening their hearts to a good trip. 200km on the road (and then the way back), crossing Almaty Province towards the Chinese border, where the Charyn (or Sharyn) river flows and the canyon of the same name scratches the landscape along a line with 80 km. It tells a magnificent geologic life story carved in the red sanstones by the waters that coming from the famous Tian Shan Mountains (Mountains of Heaven), by the eolic action of winds or even by some heat volcanic episodes. I walk with my friends the last 5 km of this canyon listening to the local histories, told by Ardak and Ulmeken, or by my own imagination. And the intimacy among the group is growing up to an unthinkable level, bringing up to my memory another trip to the Sahara desert 20 years ago where a friendship between 8 people started and never went away. Blown by the Mind Orchestra (The Minoan) we slide down the canyon towards the flowing river.  


KAZAKITRAVELIN - Charin Canyon from nunocruz on Vimeo.

Abalamos de manhã, após a estremunhada confusão que oito melros podem criar ao acordar, trazendo para dentro da carrinha sabiamente gerida pelo JO (outro amigo feito lá que nos conduziu a aventura), a algazarra que podem fazer 10 adultos, falando ao mesmo tempo desde trás até à frente, num arrepiante choque de conversas. Deliciei-me com a envolvente comunhão de amigos de uns e amigos de outros que tem um amigo no um, professores em final de carreira e alunos a terminar seus cursos, católicos, agnósticos e muçulmanos, abrindo portas e corações a uma boa viagem. 200 km de estrada (mais duzentos da volta), cruzando a provincia de Almaty até perto da fronteira chinesa onde se encontra um braço do rio Charyn (ou Sharyn). Charyn Canyon, um impressionante rasgão no planalto com cerca de 80 km de extensão contando uma belíssima história moldada na pedra vermelha arenitica, ora pelas águas vindas das miticas Tian Shan Mountains (Montanhas do céu), ora pela acção eólica dos ventos encanados assobiando pelos arenitos, ora ainda por alguns sobressaltos vulcânicos. Ao estilo do Grand Canyon (onde nunca estive). Fazemos-lhe os últimos 5 km, ouvindo as contadas (pela Ulmeken e Ardak) ou imaginadas histórias que aquele tipo de lugares sempre inspiram. Sinto o mergulho no canyon a perspassar-me, entranhando-me a natureza Kazakistan, deliciosamente condimentado com a intimidade entre todos que vai crescendo com uma naturalidade inquestionável e surpreendente. Ao ritmo e semelhança de uma outra que começou numa viagem ao Deserto do Sahara 20 anos atrás, com 8 mais ou menos desconhecidos que nunca mais se separaram. Daqueles amigos cada vez mais raros que dispensam os “favores”. 4 desses 8, seguem de novo nesta, com os the Mind Orchestra (The Minoan) sussurrando a sua musica pelas entranhas do canyon. Muito bom. 

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - The city of Apples

Almaty, Kazakistan

They got into my class one morning, with 3 weeks later than supposed by tricks of burocracy, 5 smily kazakistans that, as a group, marked the difference in the class of Rock Mechanics that i teach in Aveiro University. I felt lucky to see them evolving along the semester, mainly because I just love what team work means. You give the best of yourself, without thinking in your payback, although it is inevitable that it will come to you. Usually generates generosity, giving, sharing, loving, a delightful path. Furthermore, i slowly tasted the intrinsic joy that arose from them, just for being there in a longinquous mitic country (Portugal is a mitic longinquous country with a powerful history for people from “the other side”), living this piece for their lives. All the senses and live emotions in my soul of my first mitic longinquous countris (Tibete and Sri Lanka) came up to the surface, completely enlightening my loving heart.
This walk with them along the semester brought back my early dreams of fantastic histories of adventures evolved in the farway Central Asia, from Gengis Khan to the Silk Road, from Jules Verne to Nicolau Gogol. I was seeing the faces of those histories right in front of me. Fatally, I cancelled previous bookings, and move my soul towards that unknown country for me. Me, and one more, plus one more and even one more, fell in the contagious enthusiasm of my heart for that travelling adventure. At the end, we were 8 when the plane landed, at 4.00 o’clock, in the City of the Apples (Almaty), the old capital of Kazakistan (until 1998) and the most important city of Kazakistan, located in the way of the centurian railway line Turquestan – Siberia.
Waiting for us, the joy and giving hearts of Ulmeken and Ardak that would live together with us until the last minute of our stay.
Come and meet them (I am sure you will love them) and follow us around the city of the apples, floating with the Flight of the Falcon (Learning Music)   

Entraram-me pela aula dentro numa bela manhã que jamais esquecerei, com 3 semanas de atraso por danos da burocracia, 5 serenos kazakistões em grupo coeso e inteligente que rapidamente ultrapassaram o atraso e se colaram aos melhores desse curso. Deleitei-me a observá-los, porque sempre dou muito valor ao trabalho de equipa, ao contributo generoso de cada um para o bem comum que necessariamente o separa do egoísmo vivencial. Dá-se simplesmente. O retorno nem se pensa nele, mas está sempre garantido. Mais fatal que o destino. Mais ainda, saboreei a alegria intrínseca que deles emanava, simplesmente por estarem ali vivendo esse seu pedaço de vida. Saltaram-me `flor da pele a emoção e excitação das minhas primeiras viagens para míticos destinos longínquos como o tibete ou o sri lanka. Portugal tem uma história que raia o mítico… para quem vive “do outro lado”, isso mesmo me disseram eles.
Com toda a naturalidade a nossa vivência conjunta foi-me repescando as histórias que li dos povos daquela zona do globo, do Gengis Khan à Rota da Seda, do Julio Verne ao Nicolau Gogol, a que se foram juntando as histórias por eles contadas em primeira mão. A Ásia Central. Com mais naturalidade ainda, desmarquei a rota que já tinha marcado, e apontei baterias a esse país para mim desconhecido. Primeiro eu a que se foi juntando este, mais aquele, mais o outro, que se deixaram contagiar pelo entusiasmo com que pus o coração nessa viagem. Ao todo, acabamos aterrando 8, pelas 4.00 da manhã, na cidade das maçãs (Almaty), a antiga capital do Kazakistão (até 1998) e ainda hoje a cidade mais importante do País. Por aqui passa a centenária via-férrea Turquestão-Sibéria que desde logo lambi com a alma. À nossa espera, a Ulmeken e a Ardak, com os seus contagiantes sorrisos e enormes corações, prontas para uma aventura que dava ali os primeiros passos. 
Bora lá daí conhecê-las, e com elas conhecer a cidade das maçãs ao som de Flight of the Falcon (Learning Music)

sábado, 28 de outubro de 2017

KAZIKTRAVELLING - The prologue and epilogue of a great trip

Amsterdam, the Netherlands

Travelling is something that i increasingly need. As worse is my context with the world, more the travelling time becomes in a fundamental freedom essence of my reason and my soul. Any time I start moving, my smile wides completely disintegrating all the impotence and disappointment against the creepy increasing corruption and lies that you are confronted everyday in your activities. More and more. However you have to hold on to your convictions, otherwise it will be even worse. Therefore I need very much to dive through new natures, open dialogs with other people, other faiths, other lives, digging smiles on those faces I have never seen before and probably not seeing again in the future, but that will remain in my soul mixing with other smiles that I kidnapped in other movements.
The travelling, just for itself, creates that atmosphere. But sometimes, by unusual circumstances that converge to the same horizon, the intensity of things transport you to an unforgettable upper level of intensity. And that was exactly what happened with this trip to Kazakistan. Eight people (friends of friends but not yet friends) moving through scenaries hardly dreamt before, freeing their emotions and intensifying feelings, guided by two other girls that opened to us the doors of  Kazakistan through their own hearts, whose story I will tell in the following weeks
It started and ended in Amsterdam, this unforgettable trip, ending in an Obelix party with all the tripmates in a fantastic dinner offered by the sweet Christine, a dutch friend that I haven’t seen for 25 years (last time was in my wedding), where we met my eternal love, Dicky, a partner of love and life since the romantic university times and Jildou, another friend that slept under my ceiling and to whom I have widen the smile with the breath of our Portugal. Awesome moments and feelings that flooded to the main (trip)stream until becoming part of the trip itslef.  I thought I was about to die, while returning after that dinner, given the impossible intensity that was exploding inside me.
La Vie est Belle, by Lee Maddeford, lend the words and bring the emotions for the prologue and epilogue of that trip. Enjoy


KAZAKITRAVELLING - The prologue and epilogue of a great trip from nunocruz on Vimeo.

A viagem é uma coisa que nos dias de hoje cada vez mais necessito. Quanto pior é o meu contexto com o mundo, que vai piorando com o passar dos dias, mais a viagem se torna numa essencia libertária da minha alma e da minha razão. Cada vez que arranco para qualquer que seja o lado, o sorriso alarga-se deixando cair a impotência e a desilusão que vou sentindo pelo crescer das arrepiantes corrupção, engodo, mentira, falta de respeito, arrogância, incompetência, que diariamente nos engole no desenrolar social. O desgaste de quem esbraceja contra esta maré é imenso e quase certamente pejado de insucessos. Contudo, mesmo que isolado e sem “sumo” aparente, mantenho fielmente o apego às minhas convicções e enquanto isso ponho um pouco mais de peso no prato mais leve da balança. Posso não conseguir “virar” o mundo, mas resisto até à última gota.
Por isso preciso muito de banhar-me em outras naturezas, desbravar conversas e desvendar os mistérios de outras gentes, outras crenças, outras vidas e rasgar sorrisos nesses rostos que nunca vi, e que provavelmente não voltarei a ver. Tudo isso me fica gravado na alma mesclando-se com outras emoções que capturei nas andanças anteriores. E com isso, armazenar ar suficiente nos pulmões para o novo mergulho nesse poluído mundo onde vivo.
Uma viagem normalmente proporciona tudo isso (pelo menos para mim), mas vezes há em que o registo emocional atinge picos inolvidáveis, por circunstâncias especiais que se conjugam favoravelmente potenciando o efeito “viagem” para níveis estratosféricos.
Foi isso que aconteceu no rasgão que inscrevi no meu mapa de viagens, concretamente no Kazakistan. Oito pessoas, viajando juntas por estranhas terras que a imaginação não alcançara antes, libertando as emoções e intensificando as relações. Em harmonia com outras duas que nos abriram as portas do kazakistan através dos seus enormes corações
Começou e acabou em amsterdam essa fantástica viagem que vos darei conta nas próximas semanas. E acabou com um “jantar de Obelix”, com todos os viajantes em casa da Christinne, uma amiga que não via desde o dia do meu casamento (25 anos atrás), mais a minha eterna  Dicky que que revejo sem falhas todas as vezes que por ali passo e que trago sempre comigo no coração). Ainda outra, a Jildou que dormiu sob o meu teto e a quem alarguei sorriso com a beleza do nosso Portugal. Fantásticos momentos que fluidamente se juntaram à viagem até se tornarem parte da mesma.
Acreditei que morria, no regresso após o jantar, tal a impossível intensidade do que sentia. Uma vez mais, com a alma cheia e o amor mais profundo. La Vie est Belle, de Lee Maddeford, empresta as palavras e faz a emoção do prólogo e do epílogo dessa viagem        


quinta-feira, 2 de março de 2017

COLOMBIAN STORIES - Raquirá, Ecce Homo, Terraccotta house

Boyacá region

I get up in the morning decided to move around the colonial área of Villa de Leyva, to take everything i tis got to offer, which in reality gives me na unsuspected richness. I grab my friends while we jump into the car rented in Bogotá, and laughing out loud the happiness we feel in our hearts we just head to Raquirá (near 30 km from Villa de Leyva), another coulored colonial city that is considered the colombian capital of pottery. In 1994 it was considered one of the most beautiful places of colonial Boyacá by the Corporacion Nacional de Turismo de Colombia. In the local indian language Raquirá means the Land of Pottery. And so we got lost in that beauty full of history that ends up in a overwhelming meal in a  famous local restaurante. 

And with the brain somehow dizzy by the wine that followed the meal we pu tour legs on the way towards the famous monastery that religiously rule the region. The monastery Ecce Homo that owns its title from the famous painting with the same name, that was stolen in Rome by a spanish soldier. The daughter of that soldier, Catalina Casallas, dreamt with a saint, talked to his brother and the monastery was born. In 1998 it became arquitectonic heritage of Colombia. I breath the peace that always come from thes places, but i also feel the brutality of the church on those dark times of cristianization.

From there, we just followed our path back to Villa Leyva, stopping by another local amazing place: The House of Terracotta a life project of the Colombian arquitect Octavio Mendoza, the biggest piece of pottery in the world as he like to name it. It was built exclusively by hand using only clay and baked in the sun and without any single piece of cement or steel. Inside, the rooms curve and flow into each other, as though the entire house was cast in a single mold. The dream of Mendoza gives not only the fantastic piece of work that i tis, but also points out a way to built handicraft houses making use of the most famous thing of the region (pottery). As divine as the monastery that we had visited a few hours before. 

As usual, i just melt the music (Como el Humo by Mama Patxanga, Cantate Domino by Les Petites Chanteurs de Montigny, Maria Magdalene y Maria Jacobi by Tudor Consort and Be Free by Derek Clegg) that echoes in my ears, expecting to activate the travelling soul that must inhabits every soul of those that read my stories

Kisses & Hugs and… get happy.

Levanto-me pela manhã decidido a envolver a zona de Villa Leyva com aquilo que ela tem para me ofertar, o que na realidade me traz uma riqueza insuspeita. Agarro-me aos amigos enquanto saltamos para dentro do carro alugado em Bogotá e, gargalhando alto pela serenidade que aquele ambiente nos trás dirigimo-nos a Raquirá (a cerca de 30 km de distância), uma colorida cidade colonial que é considerada a capital do barro artesanal da Colombia e foi agraciada em 1994 pela Corporacion Nacional de Turismo como um dos sítios mais bonitos da provincia de Boyacá, graças à pitoresca decoração das suas casas. Na língua indígena, Raquirá significa a terra dos Potes. Manhã santa deleitando-me com essa beleza impregnada de história que acaba com uma lauta refeição bem regada num famoso restaurante local. 

Bem regadinhos, apontamos baterias ao famoso convento dominicano do Século XVII que religiosamente domina a região e que deve o seu nome (Monasterio Ecce Homo) ao quadro do Santo Ecce Homo que foi saqueado em Roma e trazido para o Novo reino de Granada (Colombia) por um soldado espanhol cuja filha Catalina Casallas haveria de sonhar com esse convento e acabaria por convencer o irmão a construi-lo. Em 1998 foi declarado património arquitetónico da lista de bens culturais da Colombia. Respiro-lhe a paz que sempre ascende nesses sítios, mas também lhe sinto a opacidade feroz com que foi feita a colonização cristã, sobretudo a espanhola.

Regresso no cair da tarde a Villa Leyva, passando pela espantosa casa de Terracotta projeto de vida do arquiteto colombiano Octavio Mendoza. A casa foi toda feita em argila, a lembrar os adobes dos climas secos, completamente moldada pelo dito arquiteto, e construída à mão, sem um único pedaço de cimento ou de aço. Espantosa a modernidade, a simplicidade e o conforto dessa casa totalmente construída em argila de formas arredondadas e perfeitamente integradas no cenário montanhoso que a envolve. O sonho de Octavio Mendoza, oferece não só a originalidade que ela constitui como aponta caminhos para se construirem casas de modo económico, baseadas no trabalho artesanal que dá riqueza à região (a olaria). Tão divina como o mosteiro por onde passei umas horas antes.

Junto-lhe novamente uns pós da música (Como el Humo de Mama Patxanga, Cantate Domino de Les Petites Chanteurs de Montigny, Maria Magdalene y Maria Jacobi de Tudor Consort e Be Free de Derek Clegg)  que me ecoa os ouvidos durante este pequeno périplo de maravilhas de Boyacá, com o que espero activar a alma viajante que habita em todos os que me lêem. 

Beijos e abraços e…sejam felizes.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

COLOMBIAN STORIES - Villa de Leyva

Villa de Leyva is a colonial town founded in 1572, that lays at 2140m in the middle of the mountains of Boyacá (200-300 km from Bogotá). It was once the town for spanish families and vice-roys to relax, and, frozing in time, Villa Leyva preserved more or less intact the original characterisitics and today is considered as one of the main atractions of the Colombian National Network of Heritage Towns. It is really worthy, if you have the opportunity.

If you have legs and lungs, go towards the small santuary that you may see from that impressive plaza mayor until you see jesus in your size. One hour and an half to go climbing steep, plain of sweat, but at the end you will have waiting for you a unique view of the villa, especially to understand the real dimension of that overwhelming plaza mayor.

As usual for me in this kind of places, history penetrates my soul and my brain is swallowed by sliding histories of love and war, generosity and evil, romantism and obcurantism. I add some music to the brain (the 5th Reason by Remus, Blue Draggish by Underscore Orchestra, Go to tell it on the mountains by Petits Chanteurs de Montigny) and type in my memory the pleasure i had in that week-end with a bunch of good friends.

Kisses and hugs, especially to those with an anxious present


Villa Leiva, Colombia from nunocruz on Vimeo.

Villa de Leyva é uma pequena vila fundada em 1572, encalacrada a 2140m de altitude no meio das montanhas do distrito de Boyacá (200-300 km de Bogotá). Villa Leyva foi no passado a casa de repouso dos vice-reis espanhois e de muitas familias endinheiradas espanholas e hoje constitui um retrato mais ou menos intacto daquele tempo, razão pela qual faz parte da lista de cidades históricas do património colombiano. Claramente um sitio a visitar, para quem tiver oportunidade.

Se tiverem pernas e pulmão, ponham-se a caminho dessa imagem pequenina de Jesus encavalitada num ressalto montanhoso e cheguem-se a ela (imagem) até que a mesma tenha o vosso tamanho. Uma hora e meia a subir em modo empinado, verdadeira suadela. Mas no final vale a pena porque tem uma fabulosa vista completa da vila e, sobretudo, permite apreciar verdadeiramente a dimensão daquela espantosa praça de armas.

Como de costume, a história penetra-me e na minha cabeça deslizam histórias de amor e de guerra, de generosidade e safadeza, de romantismo e obscurantismo. Junto-lhe uma musiquinha (the 5th Reason by Remus, Blue Draggish by Underscore Orchestra, Go to tell it on the mountains by Petits Chanteurs de Montigny) e escrevo na memória o prazer que aquele fim-de-semana me deu com um punhado de gente muito boa.

Beijos e abraços, em especial para aqueles a quem o presente não favorece