Beira
I land in Beira. Once again, Silvia is wating for me, this time with a long time friend with whom i worked in some curious engineering processes, and with whom i have work to do around here.
I face th city with curiosity and with the need of diving into her. It is a new start, that passes by here. I have a house here. The city opens slightly the door of my soul and look deep inside of me. I look for intimacy, i look for similarities. I found them easily, with the Granja-Aguda-Miramar, where i live. The same time represented in their houses and its urban ideas. One is brand new, the other is quite degradated, but both breathing out the same time of our history. I find also the same spirit of a city that oposes to institutional powers. Like Porto, where i was born. More dificulties, less income from a central power that discriminates, but holding a strong personality and culture. I feel good with this intimacy.
I walk, as much as i can, through the city, trying to assimilate every single detail. I fell in love with coast line with their houses and bars, Beira-Rio, Biques, Tuga, Luna-Mar, reminding me of my youth spend in the beach side, in Foz, in Porto. I move on to the historical center, carying in my mind my ancesters that lived here. I seat at the Riviera, where surely they have seat so many times. I can see its past, i foresee its future, which will melt together, further on.
I go back to the beach, to Estoril Light House. Step by step i walk the beach towards the fishermen place. With Silvia and Fernando, brotherized by the same paths and same curves of the way. I feel the sweet melancolie that touches almost every emigrant. A new adventure is arising and, as usual, i have 1000 hopes. Hope for a happy movement, hope for a stimule, hope to overcome the tireness, hope to keep my familiar cluster. I choose Thindersticks (Lets Pretend) and Andrew Bird (Solvay) to bring light to this movement. Fernando choose Yiruma (Kiss the Rain), so perfect for that movement in the beach.
I leave again, leaving Silvia and Fernando. A tear drop roll down in my face, with those sounds in my head. For Silvia and for Fernando. See you soon
KISSING AFRICA - The city of 1000 hopes from
nunocruz on
Vimeo.
Aterro na Beira. Á minha espera, outro amigo de longa data, o Fernando. Gonçalves, com quem fiz engenheirices curiosas e com quem me preparo para atacar outra obra. Com ele a Silvia, uma vez mais. Que bom, que bom.
Encaro a cidade com curiosidade e com necessidade de mergulhar nela. É o inicio de um novo caminho, que passa por aqui. Tenho uma casa aqui, agora, para a certa itinerancia intermitente. A cidade entreabre a porta do meu coração, e espreita lá bem para dentro de mim. Procuro semelhanças, intimidades. Encontro-as facilmente, com o eixo Granja-Aguda-Miramar. A mesma época retratada, uma mais cuidada, outra mais degradada, mas as duas exalam da sua estrutura outros tempos, que são os mesmos. Encontro outro paralelo com o Porto onde nasci. Duas cidades de contrapoder, com tudo o que isso implica. Mais dificuldades, menos benefícios face a um poder central que discrimina, mas uma personalidade forte na sua sociedade, na sua cultura. Deleito-me com essa intimidade que começo a sentir
Deambulo o mais que posso, procurando beber tudo o que ela tem. Encanta-me a marginal, o Beira-Rio, o Biques, o Tuga, o Luna-Mar, que me trazem mais memórias da minha infância passada à beira-mar, na Foz, no Porto. Prossigo para o centro histórico, carregando na minha alma os meus tios que por aqui passaram. Sentado no Riviera, um clássico do nosso tempo por lá onde eles de certeza muitas vezes se sentaram, adivinho o passado, antevejo-lhe o futuro que, estou certo, se mesclarará com o passado.
Volto à praia, ao Farol do Estoril. Passo a passo calcorreio a praia até à zona dos pescadores. Com o Fernando e com a Silvia, irmanados nos destinos e nas curvas do caminho. Sinto invadir-me a doce melancolia que assola qualquer emigrante. Eu itinerante, eles mais permanentes, mas com idênticos percursos. Ora estamos cá, ora estamos lá. O mesmo designio. Uma vida nova que se desenha, um horizonte para perscutar, um estimulo para responder, um cansaço para ultrapassar, uma saudade para saborear, um cluster (familiar) para manter em rumo. Enfim, um salto para outra aventura, que traz 1000 esperanças. Escolho Thindersticks (Lets Pretend) e Andrew Bird (Solvay) para nos acompanhar. O Fernando escolhe ainda Yiruma (Kiss the Rain), tão em modo daquele passeio na praia,
Parto de novo, deixando a Silvia com o Fernando. Verto uma lágrima, com aquelas notas pairando na minha cabeça. Por um e por outro. Até já