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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Nomad Minds

When you got some kind of Nirvana, you have to think to start over again, in another direction. That was what i felt with the work i showed in last post. For me, and for them, i had to step forward. So i started again, stumnling and falling, and standing up again, without knowing well where to go, but always sure that i would get somewhere. And so it was. Together we produced an evolutive manual in two different years

The first (Adriana Filipe, André Carvalho and an "Erasmus" Petr Suchanek form Chec republic) created a audio-visual document which linked a power point presentation with state of art papers, calculation sheets and films). In the second year (Luis Café, Joana Amaral, Bruno Soares, Rui Oliveira, Rita Melo), the movies were reproduced in format proper for really teaching the subject, divided by subjects.

The result is a very complete evolutive Rock Mechanics Manual to which it is possible to continuously add updating material, either coming from the international comunity or from each own experience.

Today, i present the introduction film of that manual. In the next four weeks the other 4 chapters will be presented and closing this Nomad Minds Adventure.

Kisses and hugs

Nomad Minds - The emotional manual, Part 1 from nunocruz on Vimeo.

Quando se atinge uma plenitude, um nirvana, logo outro horizonte tem de se abrir, porque não é possivel ficar extasiado com o "feito" indefinidamente. Foi isto que senti quando vi o trabalho que mostrei no ultimo post. Por mim, e por eles, tinha que dar um passo para a frente, buscando mais mares para descobrir. E foi isso que fiz. Primeiro, tateando novamente um caminho, sem saber bem que direcção tomar, mas persistindo na busca de outro esquema que, de qualquer modo, sabia que haveria de surgir. O resultado foi a construção de um manual evolutivo, em dois anos lectivos (com pessoas diferentes, naturalmente).

Os primeiros (a Adriana Filipe, o André Carvalho e o Petr Suchanek, um Erasmus da República Checa) fizeram um documento audio visual assente numa apresentação power point que além do resumo que encerra "faceia" também documentos escritos de referência, folhas de cálculo e filmes.

Os segundos (Luis Café, Joana Amaral, Bruno Soares, Rui Oliveira e Rita Melo) relatam a matéria de forma elaborada em filmes divididos por temas.

O resultado é um manual completissimo de mecânica das rochas, ao qual se pode acrescentar o que se quiser, isto é, é apenas uma base actualizada para os dias de hoje, mas que pode crescer, evoluir conforme a experiência do mundo ou de cada um em particular. Neste semestre vou repetir a coisa com os alunos de Prospecção e Ensaios In-Situ.

Nas próximas 4 semanas apresentarei os 4 filmes que fazem parte desse manual, cuja introdução consta do post de hoje, encerrando esta aventura das mentes nómadas.

Beijos e abraços

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nomad Minds

One morning, arriving in the university for a class of in-situ testing i found the classroom closed and the students outside with a notty smile on their faces. Opening the door, surprisingly i saw an empty room (only with chairs in U disposition) and the floor covered by soil. And then it started the most fantastic day of classes i´ve ever experienced. A students team (Mike Lopes, Catarina Lemos and David Felizardo) that were responsible for presenting Plate Load Test had created a constructuion environment for performing the test with incrdible detail. The test equipment (deflectometers working with mouvement) and a truck for loading in styrofoam, the noises of the truck and the construction field, and themselves recreating technical stuff, operators and drivers. A perfect representation that is the highest moment i have lived in my tutoring career. Unforgettable. A couple of months later we decided to pick up all the work produced by students in the previous 4 years and promoted a ArtScience festival that was "in the air" for a week, with a different program everyday. The post of today is that representation, to which i jointed a perfect music to make you feel those magic moments (Mannish boy, Muddy Waters).
I´m sure you are gonna love it.

Nomad Minds - Nirvana from nunocruz on Vimeo.

Um belo dia de manhã, ainda meio ensonado, dirigindo-me para a sala onde iria dar uma aula da cadeira de Prospecção e ensaios in-situ (de que sou responsável em Aveiro) deparando-me com todos os alunos cá fora à minha espera, com um sorriso maroto. Abri a porta para entrar e deparo-me com a sala completamente vazia, apenas com as cadeiras em U como sempre faziamos. O chão, no entanto, encontrava-se coberto por solo (sobre um plástico que dificilmente se vislumbrava). Fui completamente apanhado de surpresa e começou aí o dia de aulas mais fantástico que já tive. Um grupo de alunos (Mike Lopes, Catarina Lemos, David Felizardo) que tinha a seu cargo a apresentação do ensaio de carga em placa (PLT) recriara as condições de obra para a realização deste ensaio, em que se incluia, para além dos equipamentos todos feitos em esferovite com um nível de detalhe de funcionamento impressionante, um camião com ruido de motor e dos sinais sonoros de marcha atrás, a barulheira do costume em obra, bem como técnicos, operadores e motoristas representando com afinco o seu papel. Uma peça de teatro fabulástica que representa ainda hoje o momento mais sublime que tive a oportunidade de viver como tutor. Atingira aqui a plenitude da minha relação com os alunos, pelo que uns meses mais tarde, organizei com eles um festival de ArtCiência no departamento de Geociências (uma semana no ar, todos os dias com trabalhos diferentes) para contar a história desses 4 anos de aprendizagem em Aveiro.

O post de hoje é a representação dessa cena no festival, a que lhe juntei uma musica (Mannish boy, Muddy Waters) que acho que encaixa com aquele ambiente e aquela gente tão boa. Tenho a certeza que vão adorar

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nomad Minds

And one day, a student (that was at the same time a teacher), Lara Conceição, just presented me with the movie i´m posting today and with a nice letter telling me her feelings through the semester. Her doubts and uncertainties about the type of classes I was proposing, the worries about the true meaning of all that and what would be possible to learn with (for her it was really important to learn) and how everything started to be clear as the semester proceeded. At the end, she was happy with it and thinking that everything had been so worthy. For me it was a fundamental feed-back (the first written and explained one) making me sure that I was in the good side of the road. It made me feel proud (of course) and gave me an important income to have the strength to step forward.

Nomad Minds - Fundamental Feed backs from nunocruz on Vimeo.

Eis uma mensagem deixada por uma aluna (que ao tempo era também professora), Lara Conceição, que me deixou a alma babada, e a certeza no caminho que que decidira trilhar

"Foi-nos pedida uma crítica/comentário às aulas de mecânica das rochas e a todas as actividades envolvidas nestas. Aqui vai!

Sinceramente, no início do segundo semestre quando o professor se apresentou e começou a descrever as linhas em que as aulas iriam decorrer, assim como os parâmetros de avaliação, confesso que fiquei muito insegura e não gostei muito da ideia. Pensei: “é tudo muito lindo, não precisamos de fazer exame – que fixe – mas vamos ter que apresentar uma série de trabalhos que de certeza vão ser bem mais complicados do que seria fazer apenas um exame.” E nas primeiras semanas, admito que para mim o pior dia da semana era a quinta-feira, porque ia ter uma disciplina com a qual já estava o suficientemente preocupada e que, ainda por cima, não estava a perceber muito bem por uma série de razões:

- primeiro porque não tinha tido geologia estrutural e não tinha as bases que seria de esperar;

- segundo por causa do método inovador de professor (pelo menos diferente das aulas de matéria debitada pelos professores, a que estamos tão mal habituados), que no princípio me parecia arrojado demais;

- terceiro porque era a primeira cadeira de geologia que eu ia ter desde há dois anos ( que foi quando eu acabei o meu curso de Biologia e Geologia) e, portanto, já estava um bocado enferrujada, até nos conceitos mais básicos. Em conclusão, todas as quintas-feiras representavam, para mim, um teste aos meus conhecimentos, e pior, um teste ao qual eu tirava sempre negativa.

Com o decorrer das aulas, as coisas foram melhorando. Com a primeira saída de campo comecei a ver tudo mais claro, e os conhecimentos, que até então permaneciam na penumbra, vieram ao de cima. Foi como se, finalmente, visse alguma luz ao fundo do túnel. Sei que parece um bocado dramático mas era assim que eu me sentia: aliviada por finalmente estar a perceber alguma coisa. A partir desse momento, fui começando a entender melhor os conceitos e a dinâmica das aulas já não me metia confusão. Pelo contrário, as aulas passaram a representar, para mim, um espaço de debate de ideias, moderado pelo professor é claro, mas ao fim do qual chegávamos a conclusões muito frutíferas e as quais passavam a ser os conhecimentos a reter nesta disciplina. O ponto mais alto até agora foi aquando da elaboração do trabalho de grupo sobre o ensaio de laboratório que nos calhou. Não pelo ensaio em si, mas sim porque pôs à prova a minha capacidade de pesquisa, de resolução de problemas e, o mais importante de tudo, a capacidade de trabalho em equipa. Embora o trabalho tenha sido árduo, os frutos colhidos foram muito saborosos. Para além de ter conhecido colegas com quem gostei de trabalhar (e não estou só a falar dos meus colegas de grupo, mas de todos os colegas do curso que me receberam muito bem, e que me ajudaram a integrar), os conhecimentos que adquiri foram muitos e, por terem sido obtidos, por nós, a partir de muita pesquisa, ficaram bem consolidados. Uma das coisas que também constituiu uma novidade, foi o facto de termos de fazer um vídeo sobre a matéria abordada ao longo do semestre, como modo de avaliação e, que permitisse avaliar a nossa percepção da disciplina em si. Como professora-aprendiz que sou, admirei a ideia e entendi o intuito com que nos tinha sido pedida a execução de um vídeo desse género. Não só o professor conseguiria avaliar se tudo aquilo de que se tinha falado durante o semestre, tinha sido bem apreendido, mas também conseguiria suscitar em nós o nosso lado mais criativo. Mais um ponto a favor do professor.

Assim sendo, e a partir do momento que as aulas deixaram de me meter confusão, ficou claro para mim que o método usado pelo professor tinha a sua razão de ser. E agora tenho que dar a minha mão à palmatória e admitir que o método, que no início me deixava de pé atrás e me fazia duvidar que iria aprender alguma coisa, me fez perceber o quão errada eu estava. Em vez de não ter aprendido nada, consegui alcançar um maior número de conhecimentos do que aquele que normalmente adquiro nas aulas em que os professores se limitam a debitar matéria, pois nessas aulas a matéria fica como que colada, mas como fica mal colada acaba por cair. O que passou a acontecer nas aulas de mecânica das rochas foi que, por causa do modo como somos incitados a chegarmos, nós próprios, à matéria, tudo o que aprendi fica tão bem organizado na minha cabeça que acho que vai permanecer lá durante mais tempo do que é costume. Por fim, só posso dizer que, para mim, o método usado pelo professor é mais do que um simples método de ensino, é uma forma de partilha de experiências e confronto de opiniões, a partir do qual consolidamos ideias e adquirimos conhecimentos."

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Nomad Minds

The first subject i had to teach in Aveiro University was Rock Mechanics. Altough i had learnt quite a lot on the subject in my university time, the fact was that i had little practice. So i was ready again to study the subject with my "little friends". With the experience learnt with sanitary landfills (last posts) i prepared a scheme that can be explained as follows:

First i selected a lighthouse objective to make us focused. ENGINEERING IS TO BE GENIOUS was the main purpose to guide us through knowledge. Under this goal i prepared the following guidelines:
1 - Giving a value to the error, in order to free minds and allow people to comunicate with no fear of being mistaken
2 - Create a critical conscience about things, promoting permanent questioning
3 - Never giving the answer, but posing the question
4 - Free the art that is inside of young people, as a mean to be genious
5 - Promoting teamwork, as a way to potentiate engineering solutions

And in a flash i created a way to really understand the effects of this scheme. After 5 team works (One of colecting information to teach other goups, one field work, one of explaining a test and two spreadsheets of engineering calculations) a final individual work was to produce a film with all they have learnt during the semester. It was really a fundamental idea that helped me to evaluate their knowledge and the impact of all this in the teaching system. The movie of today illustrates pretty well the kind of obtained results and it was produced by David Felizardo, a special guy with a special artistic soul. I was particularly happy with this because it showed me how to use the best that people have to give as a way of estimulating minds in work. As Confucius once said ...

Choose a work you love and you will not work one single day in your life

I´m sure you are going to enjoy the movie.

See ya at the end of the week with another example.
A primeira matéria que tive de dar em Aveiro foi a de Mecânica das Rochas. Embora tivesse conhecimento bom sobre o assunto, apreendido nos tempos de faculdade, a verdade é que a prática no assunto não era muita. Assim, preparei-me de novo para aprender junto com os meus "amiguinhos" e, com a experiência adquirida na cadeira de aterros sanitários em Coimbra (posts anteriores) montei o seguinte esquema para o semestre.

Em primeiro lugar eleger um objectivo-farol, que guiasse os nossos passos ao longo do semestre. Tratando-se de uma cadeira de um curso de engenharia, pareceu-me apropriado o seguinte:

ENGENHARIA É ENGENHO.

Sob este chapéu estabeleci as seguintes regras de base:
1 - Valorizar o erro como forma de aprendizagem, de forma a promover o diálogo e evitar o medo de dizer "asneira" que tanto inibe os estudantes.
2 - Criar uma consciência critica, incentivando o permanete "Porquê?"
3 - Nunca dar o Peixe, mas ensinar a Pescar
4 - Libertar o espirito artistico que sempre existe dentro de cada um, sobretudo quando jovem, porque a creatividade é essencial para produzir engenharia
5 - Demonstrar que o trabalho de equipa é sempre muito mais efectivo do que o individual

E depois, num acesso repentino, ocorreu-me que a execução de um documento audio-visual (individual) a fazer no final. após 5 trabalhos de grupo (um de recolha bibliográfica e apresentação aos outros grupos, um de campo, um de apresentação de um ensaio de caracterização e dois de execução de folhas de cálculo), e versando toda a matéria estudada ao longo do semestre seria uma fantástica forma de avaliar o que fora apreendido por todos e, ao mesmo tempo, saber o impacto desta forma de ensino. Nada mais acertado, porque o resultado ultrapassou as minhas mais largas expectativas, como podem ver no filme de hoje (ilustrativo de muitos outros de igual valia) produzido pelo David Felizardo, um tipo especial com uma capacidade criativa fabulosa. Com ele aprendi a fazer uma coisa que nunca mais deixei de aplicar nas aulas e na gestão de grupos de trabalho industrial.

"A melhor forma de rentabilizar um grupo é ir buscar o que cada um tem de melhor e articular num todo com todos os elementos". Com isso consegue-se a paixão que alimenta muitissimo a eficiência de um trabalho. Lá dizia Confúcio...

...Escolhe um trabalho que ames e não terás de trabalhar um unico dia na tua vida...

Se conseguires ires buscar o que as pessoas tem de melhor e articulares tudo em equipa consegues duas coisas fundamentais em produção. Paixão (e prazer) pelo que se faz e uma eficiência em geral extraordinária. Vejam este com atenção, que tenho a certeza que vão adorar.

Volto de novo no fim-de-semana com um exemplo de outro tipo.