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sábado, 30 de maio de 2009

A PhD on the Road - A Sweet Letter from Home

Some of my childhood memories that pushed my nomad sense of life and the great pleasure i take from travelling, no matter the circunstances, results from the friendship with my uncle Duarte. I got used to see him around in my childhood, while he was studying Medicine in Porto and living with us in our house. He gave me a 300 postcard collection that i raised to 6000 and gave me the sense of the real size of the world. Then he finished his degree and went to the war in Mozambique, showing a frontier far behind my own backyard. I remember the nights with Mecas (is wife nowadays) in Tomar with messages from him to us about a life in war that never seem to end. Then we used to live the room and let Mecas dancing with his whisper of a tender love. 

Later in life, he presented me the first modern (digital) diaporama tha gave raise to what i´m doing today in this blog. (To be true, the first time i layed eyes on this form of communication was in a work of FRANCISCO ZAMBUJAL, who used to tell his travel stories in this form, but 40 years ago)

The purpose of all these is related to the fact that i left Tibet thinking that i should stop my mouvement for a while to think about my PhD experience and its results, stopping in Chegdu for that purpose. Diving in the subject, i was took by surprise by today´s diaporama sending by him (my uncle) which left me with a teardrop in my eye. Home, for me, it was always the place where they are people that i love and love me. So i leave you with this message from home (named Looking for God), while i prepare myself for anothe challenge: To conquer the Great Wall of China, that i will tell you about, next week.

Parte das minhas memórias de infancia que empurraram o meu sentido nomada e o grande prazer que consigo tirar de uma viagem, independentemente das circunstancias, advém da convivência com o meu "titicos" Duarte. Habituei-me a vê-lo por perto enquanto crescia e ele gravitava pela Faculdade de Medicina do Porto, dado que vivia em minha casa. Deu-me uma colecção de 300 postais de todas as partes do mundo que me aguçaram o apetite e que eu desenvolvi com sucesso (hoje possuo uma colecção de cerca de 6000 postais que englobam todos os continentes) e cujo engrandecimento nunca mais abandonei. Depois ele terminou o curso e arrancou para Moçambique (Mueda) no cumprimento do serviço militar, deixando em mim a ideia de que o mundo era muito maior que o meu quintal. Relembro agora os aerogramas que lhe escrevia e as mensagens deles para nós, sobretudo as noites de Tomar com a Mecas (hoje a mulher dele e minha tia de coração) em que ouviamos as cassetes com a sua voz e os ruidos de fundo de uma guerra que tardava em acabar. Depois saíamos deixando a Mecas com os sussurros de um amor bonito que ele lhe segredava através das ditas cassetes. Mais tarde, embora a ideia dos diaporamas gravitasse na minha mente, aquele que me serviu de base a toda esta coisa de diaporamas e exposições de fotografia foi dele que saiu. (Neste contexto, não posso igualmente deixar de recordar Francisco Zambujal, que na realidade começou a fazer isto 40 anos atrás com meios tecnológicos completamente diferentes e que igualmente contibuiu para o meu encantamento por esta forma de comunicação)

Tudo isto vem a propósito porque saí do Tibete decidido a pensar no meu PhD, fechando esse capitulo principal que se relaciona com a experiência de fundo da minha tese de PhD, e encalhei em Chengdu para escrever o capitulo respectivo. Nesse entretanto, o meu titicos (Duarte) manda-me uma missiva cheia de sentimento que (confesso) me deixou com a lágrima no canto do olho. Para mim, a minha casa é o sitio onde existem pessoas de quem eu gosto e que gostam de mim. Por isso, não desprezando todas as outras mensagens de saudade, amor e carinho que vou recebendo ao longo deste meu périplo, esta tem um enquadramento especial que gostaria de compartilhar com quem me acompanha. A mensagem diaporamica que o tio Duarte me envia é sem dúvida um momento de enorme significado para mim. Vejam e apreciem todo o sentimento nele inscrito e imaginem a sorte que eu tenho em ter gente tão boa em meu redor.    

Deixo-vos com esta mensagem, enquanto preparo o corpo para a abordagem a um momento único da minha viagem: o assalto à muralha da China cujo testemunho apresentarei na próxima semana 

4 comentários:

Anónimo disse...

E aqui fiquei, mais uma vez, a ler um texto e a pensar como as pessoas são bonitas!
Um abraço, M

Nuno Cruz disse...

Verdade da mais profunda. E o mundo tarda em ver isso.

myself disse...

Porque é que ás vezes temos tanto medo do belo?

Nuno Cruz disse...

Será porque tememos o feio?