Visualizations since May 2010

sábado, 25 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - "Tramming" Down

Ribeira, Porto, Portugal

Today is April 25th, the day we celebrate freedom from an ancient dictatorship. 41 years ago. Memories of that sun that suddenly rose warming everybody came up to my mind, followed by the (grey) inverse way that we are walking. Without noticing, we are losing a small piece of that freedom everyday. I think about this when i walk around Miragaia, i "unthink" all the empty speaches that steal the true value of the the revolution, when i step up on the tram 1. I fall down in the leather seat allowing myself to drawn in this sweet tic-tac of its motorized heart, waiting to free all its power and move forward. I'm delighted to slide down and follow the smooth river curves through the smaller and smaller houses with their roofs growing to the ground, in this last journey of the epopee of Douro, where he abandon himself in fresh arms of the ocean.
Come with me and with the sound of:

A Day in Port Royal, Ending Satellites
(http://endingsatellites.com)

What I Know, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/07_-_Traveling_in_Stereo_-_What_I_Know)

Just a Dream, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/02_-_Traveling_in_Stereo_-_Just_a_Dream)

Hugs

UNTIL THE LAST DROP - the Final Slide from nunocruz on Vimeo.

25 de Abril, dia da nossa Liberdade. Memórias caem em catadupa desse tempo libertário, dos meus tempos de menino. Alegria, explosão, o livre bater das asas sem nada que as impeça. Tristeza, desespero, frustração ao ver o cinzento caminho inverso que agora percorremos e sorrateriamente nos vai retirando bocados dessa liberdade que tanto custou a ganhar.

Penso isto tudo enquanto deambulo por Miragaia e "des-penso" todos os discursos de palavras vazias que retiram o valor das coisas, quando o trepo para dentro do electrico, o 1 do Infante. Esborracho-me no assento de couro, deixando-me invadir por aquele característico palpitar engasgado do seu coração motorizado, em espera para se lançar para a frente num tão decidido quanto romantico movimento. Delicia-me este derradeiro percurso da epopeia do Douro, de curvas suaves que me afastam cada vez mais do centro histórico através do casario que vai decrescendo em altura até tocar o chão, lá no finzinho onde o rio merecidamente se dilui em abandono nos frescos braços do mar. Sinto o sangue a aflorar-me ao rosto. E o seu estimulo no cérebro, que envia uma mensagem para o meu coração. Enquanto houver eléctrico, enquanto houver Douro, enquanto houver electrico que acompanhe o Douro, a minha liberdade não se esvairá,  Saboreiem o passeio comigo e com o som de

A Day in Port Royal, Ending Satellites
(http://endingsatellites.com)

What I Know, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/07_-_Traveling_in_Stereo_-_What_I_Know)

Just a Dream, Traveling in Stereo
(http://freemusicarchive.org/music/Traveling_in_Stereo/Traveling
_in_Stereo_EP/02_-_Traveling_in_Stereo_-_Just_a_Dream)

Abraços

sábado, 18 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Porto and Douro, hand on hand

Porto

The train stops in the overwhelming railway station of Porto (S. Bento). I leave the train and start wlaking towards the old part of one of the most ancient towns in Europe, Unesco World Heritage, home for a permanent sense of freedom that deeply marks its history and the history of the country (Portugal). And my own, I should say. I was born here and lived my childhood and youth, and it was from here that I departed to the World.
I just love this historical town that was always fundamental in the most important pages of our Free Portugal. The re-conquest of the city against the Moorish, the independence warranty against the power of Castilla, the resistance against the French Napoleonic Invasions or against Absolutism of D. Miguel (which would give it the title of Invictus, illustrating the brave spirit of its people), the fundamental role in the “Hot Summer” of the April revolution (1974) and the fantastic epopee of the most representative football club (FC Porto, naturally my club) that helped to put the city in a world scale. A history carved by the tough work, willing capacity, courageous persistence and the right to freedom.
I walk in this historical área, turning round and around in the narrow streets, passing by  Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, going up in rua dos Caldeireiros up to Cordoaria, from where i face the Clérigos Tower, keep walking in slow motion through Passeio das Virtudes, from where I can have taste the delightfulness of some rich details of Douro River (always with its eyes on me). It make me remember the words, first of my grand father, of humble origin, then of my father an illsuter member of the city (by his achievements, not by name) highlighting the fundamental role of competency, skills and honesty in a free responsible and healthy (mentally) life. Words that have had deep impact in my own personality, due to the enclosed sharpness. They melt my horizon with the city endless horizon.  
Again, in slow motion i move down towards the river, but without touching him since I decide to go up again to the top hill where the city cathedral seats guarded by Vimara Peres, the hero of the conquest agians the Moorish (IX century). A few steps further i´m above the middle of river, in D. Luis Bridge, seeing its last section before it dies in the sea, thinking about this precise moment of our history marked by a huge wave of scandals that start at the highest personalities of the State but crossing all sectors of society, leaving no doubt about the globalized occurrence. People so well dressed and wrapped, with not a single sign of valuable content, that can not see anything far from their noses and confuses success with the ability to survive on other’s work in a complete spirit poverty. As a consequence, installed competencies were drawn in an ocean of acquired corrupto-incomptences that unable to see the unsustainability of their own way of life.
Based in the identity that marks its history, I foresee, with hope and willingness, new fundamental achievements in the turning page of this de-structured world that will have to happen.
Then I fall down from the cliff of the northern abutment of D. Luis Bridge, smashing on Ribeira where the city and the river give their hands, and from where I will depart (by tram) sliding the last section of the right (north) river bank of Douro (movie to be published next week). I abandon myself in Ribeira with this taught and with the music of:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
And also with the words at the end of the movie(so illustrative of what I have said), extracted from
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)

See you next week


UNTIL THE LAST DROP - Porto from nunocruz on Vimeo.

O comboio apita e detêm-se na fabulosa Estação (Ferroviária) de S. Bento. Deixo o comboio e penetro na parte histórica de uma das cidades mais antigas da Europa (o Porto), Património da UNESCO desde 1996, berço de uma liberdade intemporal que marca a sua história e a história de Portugal. E a minha história pessoal também. Foi aqui que nasci, que vivi a infância e juventude até partir para Coimbra (para a universidade) e me lançar definitivamente no Mundo. Amo esta cidade que tanto marcou a nossa história e esteve na origem dos episódios mais marcantes do nosso Portugal livre. A reconquista aos Mouros, a garantia da independência face ao reino de Castela, a resistência vitoriosa às invasões napoleónicas, a resistência ao absolutismo miguelista (que haveria de emprestar o titulo de Invicta ao escudo da cidade, traduzindo o indomável espirito das gentes que a ergueram e que diariamente a sustentam), o papel fundamental no verão quente da revolução de abril e a fantástica epopeia do clube de futebol da cidade (FC Porto, o clube do meu coração, naturalmente) que em muito ajudou à projecção mundial que a cidade hoje tem. Uma história esculpida pelo esforço do trabalho, pela empreendedora capacidade, pela corajosa persistência e pelo direito à liberdade.
Calcorreio esta parte da zona histórica em voltas e voltinhas pelas ruas e vielas, passando à frente da magnifica Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, subindo a rua dos Caldeireiros até à Cordoaria, de onde vislumbro a Torre dos Clérigos, seguindo em passo lento para o Passeio das Virtudes num belo pormenor do rio espreitando por entre o colorido do casario. Chama-me para ele. Ecoam-me as palavras, primeiro do meu avô Augusto, gente humilde, depois do meu pai, gente ilustre da cidade (por feitos, não por nome), acerca da imperiosidade da competência e da honestidade numa vida livre, responsável e mentalmente saudável. Palavras que me marcaram a personalidade, de tão certeiras que foram, num desígnio idêntico ao da minha cidade.
Vou descendo depois em lenta vertigem até quase tocar o rio na rua Mouzinho da Silveira, contudo sem lhe tocar, porque subo ao alto da escarpa norte no terreiro da Sé Catedral ao encontro de Vimara Peres, o herói da conquista da Cidade aos Mouros no Séc. IX. A visão privilegiada do curso do Douro, de cima da Ponte de D. Luis põem-me a olhar o momento da história que hoje vivemos, marcado pela escandaleira sem rei nem roque partindo de muitas altas figuras de estado e aos trambolhões por aí abaixo, numa onda de ocorrências que indubitavelmente deixa a nu o estado generalizado e globalizado a que isto chegou. Gente muito faustosamente embrulhada, sem ponta de conteúdo e que se confina ao próprio umbigo, que confunde sucesso com habilidade para viver à custa dos outros numa completa pobreza de espirito. E assim, competências instaladas foram-se afogando num mar de corrupto-incompetências adquiridas, que actualmente começa a dar sinais de nem sequer existirem as competências para garantir a sustentabilidade do seu próprio “eco-sistema”.  

Adivinho por isso, confesso que com um misto de esperança e entusiasmo, novos cometimentos da cidade e das suas gentes a partir das crenças que lhe fazem a história, para o inevitável virar de página que terá de surgir. Espero naturalmente poder enrolar a minha vida com a (minha) cidade nesse marco histórico do futuro.
Despenho-me do alto da escarpa, esborrachando-me na ribeira, onde a cidade e o rio dão as mãos e de onde lamberei outra vez a margem do rio, desta vez de eléctrico, até à sua foz (filme da próxima semana). Deixo-me por ali ficar embebido pela musica de:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
E as palavras que ilustram o que aqui digo, mesmo no final do filme extraídas de
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)


Até para a semana

sexta-feira, 10 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - Douro river by...train

From Pocinho to Marco de Canaveses, by train

I leave the source of the nile with a strong will to go downriver towards egypt, where i floated the same river many years ago. Between Luxor and Asswan. It is just the willing, because it is not feasible without preparation. And I don’t have the time.
To kill the sorrow, I follow the river of my land, my childhood, my dreams, my commitments. The Douro. I was born in the same place he dies, in Foz-do-Douro, Porto, Portugal. It always tasted good its refreshing flavor, sliced by the port wine mountains it passes through. It always gave me the perfect image of freedom, the one I carry in my mind. And every time I come back from all the places I go, here HE is, always welcoming me, always refreshing me, always drawning me with his freedom
I know well its curves, for so many times I went him through. But there is always something else… This time, I took my friends Lucas & Luquinhas and follow the river by…train, through the overwhelming Douro line, which seats almost entirely in the right riverbank (between Pocinho and Marco de Canaveses). UNFORGETTABLE. You should try (it is just pick up the ticket in the railway station and go). You can go in the morning, from Porto to Pocinho (2,5 hour) have lunch and come down with sunset. Strongly recommend.
Have a glance of it in the movie (down the river) with drops of emotions given by the fantastic sound of Ending Satellites and Michael Chapman & The Woodpiles:
Palos de la Frontera e Interlude 9 (http://endingsatellites.com)
 Deportee and A Stranger Map of Texas (Michael Chapman & The Woodpiles)


UNTIL THE LAST DROP - The Douro river by...train from nunocruz on Vimeo.


Saio do Nilo, querendo-me mandar rio abaixo, seguindo as placas, até ao Egipto, onde há muitos anos naveguei nele entre Luxor e Asswan. Não deu, nem dá para fazer sem preparação. Fica no horizonte.
Para matar a pena, mando-me para o rio da minha terra, da minha infância, dos meus sonhos e dos meus cometimentos. O Douro, nasci onde ele vem morrer, na Foz-do-Douro, no Porto. Sempre me soube bem esse sabor refrescante que dele emana, com um travo a cálice de “Porto”. Sempre banhou a minha alma e a minha liberdade (que sempre procurei assegurar). E de cada vez que regresso, dos muitos sítios para onde parto, lá está ele, sempre me esperando, sempre me banhando, sempre me afagando com a sua liberdade.
Conheço-lhe bem os contornos, mas de cada vez ele tem algo de novo para mostrar. Desta vez, juntos uns amigos, o Lucas e a Andreia e os seus luquinhas, e vou pela assombrosa linha de caminho de ferro do Douro, que serpenteia pela sua margem desde o Pocinho até ao Marco de Canaveses. 2,5 horas e meia para cada lado entremeadas com uma lauta refeição (de carne pois claro) seguido do respectivo digestivo e uma passeata para desmoer. Por minha conta, na carreira regular. Recomendo vivamente.
Saboreiem esse trajecto, na perspectiva descendente, acompanhados por essa picadela nas emoções que a só a música pode trazer. Desta vez com os recentemente descobertos:
Palos de la Frontera e Interlude 9 (http://endingsatellites.com)
Deportee and A Stranger Map of Texas (Michael Chapman & The Woodpiles)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

UNTIL THE LAST DROP - The Source of the Nile

Uganda
UNTIL THE LAST DROP - This will be the soul of the story (6 movies) that will start to post today, and follow weekly, of my globe-trotting in an intense and tiring period of 2 months, that included two trips to Malawi and one to Uganda with almost all the time spent working in the field, meetings, flying and long waits in aeroports, during with also intense period of personal life. The story is not, obviously, about that. It is simply about the holes I managed to open in that working panel, tasted UNTIL the LAST DROP. The needed energy to supply the work demands.  
The story will start in the Source of the Nile in the Ugandese, proceed downstream in the railway line that goes in the margin of Douro river (Portugal), then jump out of the train in Porto, and walk through the old city until hop on the tram (1 – Infante/Foz) that follows the margin of the river up to its end in Foz. From there a magic jump to come aboard of the 28 and go from Estrela to Graça through the heart of the Lisbon that looks the Tagus river. I wanted to go to its end again, but the time was not enough. And from Lisbon, once the capital of a dominant empire and so marked by its past, i end up going through the tragic and stimulating Berlin, that always re-invents itself and its people, suggesting a deep reflection in what we are and what we want. With the exception of the latter (Berlim and Potsdam) that took one week-end, all the other adventures did not take more than one solar day. A path for launching new friendships, renewal recent ones and coloring life with love. Small spots of pure pleasure tasted until the last drop.
Let’s then walk the first step. To the Source of the Nile
I left Portugal with destination to Kampala in Uganda with a horizon loaded with exhaustive work and a tight calendar. From Uganda I knew just a little, besides the sadly known history of the country played by Idi Amin, as learnt in two famous movies that illustrate a part of the country history: Raid in Entebbe and the Last King of Scotland. I should say that it was a pure misunderstanding, the idea that those stories suggest. It is just a dark shadow of History. As it happens in any History.  I knew also about the Gorillas (although by extending it from Quenia), but I also knew that would be impossible to fit it in my tight calendar.
What I did not know (or at least I cannot remember) was that the source of the Nile was located in Uganda (Jinja), in its jurisdiction of lake Vitória, not far from Kampala. But it was precisely that that was offered to me by a bunch of nice and warm people met in the working spot. It was physically exhausting (6 hours in the car to have 4 hours in the spot) as it was mentally revigorating, crossing our histories (mine, Sergio Licurgo, Armindo Cerqueira, Fernando Magalhães and Justino Silva’s) with the histories of that adventurer that feed my imagination in youth and of that truly divine Mahatma Gandhi that makes me believe in a better world. Two “horizons” of my life.
I can´t avoid to think that it may symbolize the beginning of a cycle that we all feel, foresee and desperately want to happen. Out from this vortex that is swallowing everybody and everything and will end up swalling itself.
Follow us within this step, emotionally blown by:
1 - River, Entertainment for the Brain Dead
(http://entertainmentforthebraindead.com)
2 - Requiem for a Fish, The Freak Fandango Orchestra
(http://www.freakfandango.es/)
3 - Gonna Make it Through this year, Great Lake Swimmers
(http://www.greatlakeswimmers.com/)
4 - Go, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)



UNTIL THE LAST DROP - The Source of the Nile from nunocruz on Vimeo.

Uganda
ATÉ À ULTIMA GOTA - Este é o tema dos próximos filmes que publicarei, com a cadencia habitual das minhas histórias, isto é, uma semana. E consta da história das minhas andanças num período intenso e extenuante de menos de dois meses, que incluiu duas viagens a Nacala, uma viagem ao Uganda, de trabalho intenso, dias passados em aeroportos e aviões, fins-de semana a trabalhar ou a viajar de um lado para o outro e uma situação pessoal extremamente exigente e “demandante”. Disso não vão ver nada que isto não é filme só para engenheiros. Isto é a história dos (curtos) buracos no meio disso, esmifrados até à última gota, de onde tirei energia para viver e responder ao que me foi sendo solicitado  
Começo na nascente do Nilo no meio da parte ugandesa do Lago Vitória, desço depois rio abaixo, agora pela linha férrea que acompanha o Douro desde o Pocinho até ao Marco de Canaveses, entrando depois na cidade que ele (o Douro) serve e que lhe dá a projecção (o Porto), acabando a descer o que lhe resta, novamente pela margem, desta vez em eléctrico, o 1 do Infante até à Foz. De um pulo entro noutro eléctrico, o 28 de Lisboa, da Estrela até à Graça através do coração da Lisboa do Tejo. Não vou até à sua foz, como queria, que o tempo não me chega. Finalmente, pintalgo a aventura com o amor, agarro numa amante muita antiga que eu tenho, a quem volto com toda a frequência, e “bora lá curtir” essa mítica cidade de Berlim cuja dramática história nos faz refletir bem fundo naquilo que somos e o que queremos. À excepção de um fim de semana para Berlim (e Potsdam), cada uma dessas aventuras não gastou (porque não pôde) mais do que um dia solar. No meio, lanço novas amizades (como sempre gosto de fazer), renovo votos com outras e curto a aventura do amor
Demandemos pois ao Nilo, neste primeiro episódio.
Sai de Portugal com destino a Kampala, com uma perspetiva dura de trabalho exigente e a “abrir”. Do Uganda, pouco conhecia, para além da sua história ligada ao tristemente célebre Idi Amin, bebida através das duas histórias que cruzaram salas de cinema onde sentei: Raid em Entebbe e O Ultimo Rei da Escócia (este último que recomendo vivamente). Puro engano, o que elas sugerem. Essa é apenas uma sombra negra da História, como todas as Histórias têm. Conhecia também a presença dos Gorilas que nunca vi, por extensão ao Quénia dos Gorilas na Bruma, mas imaginava o quão difícil seria encaixar um episódio desses no meu apertado calendário. Mas o que não conhecia de todo (ou pelo menos não lembro) que a nascente do Nilo, cuja busca foi mote para inúmeras aventuras que me povoaram o imaginário juvenil, se encontra no Uganda, bem dentro do seu quinhão do Lago Vitória. Até lá chegar. Mas foi precisamente isso que me veio a surgir no caminho presenteado por um grupo de bem-dispostos personagens conhecidos todos naquela hora, naquela obra, naquelas circunstâncias. Partir na demanda da nascente do Nilo numa viagem tão fisicamente extenuante (6 horas no carro, 4 horas no local), quanto mentalmente revigorante. Cruzo os meus passos (como sempre gosto de fazer) com os do Sergio Licurgo, do Armindo Cerqueira, do Fernando Magalhães, do Justino Silva. E de passo acertado, num belo pedacito de vida, cruzamos as nossas histórias com as histórias do fantástico e intrépido Livingstone e desse homem de dimensão divina que foi Mahatma Ghandi. Dois personagens que “horizontam” a minha personalidade.
Simbólico, profetizando talvez o início do novo ciclo que se sente, se cheira, se adivinha e se quer muito que aconteça. Para fora deste vorticiano sugadouro que todos engole e que acabará a engolir-se a si próprio.
Sigam-nos, embalados com a musica:
1 - River, Entertainment for the Brain Dead
(http://entertainmentforthebraindead.com)
2 - Requiem for a Fish, The Freak Fandango Orchestra
(http://www.freakfandango.es/)
3 - Gonna Make it Through this year, Great Lake Swimmers
(http://www.greatlakeswimmers.com/)
4 - Go, Josh Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)