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sexta-feira, 30 de maio de 2014

KISSING AFRICA - A Sweet Slide in Rio Savane

Rio Savane

Fernando had to go back, to Maputo. We, the Cruzes, Jorge and me kept on moving. Luis, one more recent emigrant, also digging a future. Silvia rejoined, what a joy. Together we followed that straight road. one tasteful 1h30 to go 30 km and slide into the Rio Savane and end in a sandy platform to acess the ocean in an true spot for peace and harmony. I felt free and balanced. I felt the relieve of feeling it.
From there (Mozambique) i look back (to Portugal, Europe). I foresee a hope, from the results of recent elections. A complete storm, maybe the beginning of a re-set. I don´t know, but i hope. I hope, because we need ideals. Not new forms for the same path, a path that have already lost the soul.

Ideals are the oxygen for heartbeat of civilizations. 

Without them, we will disappear, sooner or later.
I abandon myself to the place, with my friends, and idealize. With Grizzly Bear (All we ask). I see a light at the end of my sigth... Might be something...I hope


KISSING AFRICA - Rio Savane from nunocruz on Vimeo.

O Fernando ficou para trás, teve de regressar a Maputo. Emergencia. Ficaram os Cruzes, uma vez mais Chegou-se o Luis, também ele recêm chegado à emigrância, também ele a tatear um futuro. Re-chegou-se a Silvia, que bom. Juntos corremos aquela estrada rectilinea, carregada de perigos (rodoviários) mil. 1h30 para saborear 30 km e desaguar no rio Savane, saltando-o para o outro lado, para uma língua de areia plena de paz e harmonia. Indescritivel a sensação de liberdade e equilíbrio. Sinto o alivio de sentir isso 
De lá olho para cá. Vislumbro uma esperança nos resultados eleitorais, de que comecemos todos a acordar e a ir ao âmago da questão. A barafunda que o voto criou. Um que ganha mas não consegue falar mais do que na derrota do adversário, o outro que perde, mas parece que ganha, esboçando um sorriso confiante na vitória que se seguirá, sem compreender sequer (a ser verdade o meu anseio) que não tem razões nenhumas para sorrir. Nenhumissimas. Nem eles nem todos os outros (suspeito que mesmo aqueles que parece que ganharam)  Porque o problema é saber para que serve um partido politico se não houver ideais. Apenas execuções, planos, formas e tudo acaba num poço de intrigas palacianas de jogos de poder que circulam apenas em torno do próprio bolso, tirando despudoradamente o mais que se pode. No limite, acabarão a ter apenas os votos daqueles que tem (ou pensam ter) uma vantagem à espera, no caso de vitória. Mas cada vez são menos os que se deixam ofuscar por essas falácias cada vez mais tontas, mais assustadoramente enfadonhas, falhas de criatividade, plenas de superficialidade. A abstenção é inequivoca de um não se rever em nada que existe à disposição, da esquerda há direita. 
E no fundo, no fundo, o problema está simplesmente na ausência de ideiais a que a sociedade no seu todo sucumbiu. 

Os ideiais são o oxigénio do pulsar das civilizações

Sem eles, simplesmente desapareceremos. Inventemos, pois. Criemos algo em que nos revejamos. 
Abandono-me ao local e idealizo, com Grizzly Bear (All we ask). Vislumbro uma luz lá no fim da minha vista... Talvez seja algo...Desejo

sábado, 24 de maio de 2014

KISSING AFRICA - The road to Inhambane

Maputo - Inhambane

3 days to recover from the extra long trip from my sweet Granja and Maputo, to kill the miss i feel for Silvia and prepare my body to another cross country. This time from Maputo to Tete. With the possibility of extending it to Malawi.
I leave again. This time with Jorge, the Cruz, once again brotherized by the movement. Intermitent imigrant, just like i am. And also itinerant, in a perpeteous movement. And with Fernando, the Paiva, that left Portugal a couple of years ago and scratches his life around here.
We escape from the road siege that everyday isolates Maputo. Difficult to get in, difficult to depart. We overcome the 2 problenmatic cross roads quickly than expected, and leave the caotic city behind while a wonderful scenery passes in front of our eyes, while  Luisa Sobral (Why should i? and I´m not there yet)
sing us the rythm of the travel. 7 hours that invade me, growing my serenity.

We fall in the beach, in front of Barra Lodge and we were hunt righ way by this boy with the crazy idea of selling bread in a beach where we are the only ones. We refuse, and i slides to another business oportunity, without losing his equilibrium. Looking straigth to the 2 mobiles that jorge brings with him.
"Help me, help me. Give me one mobile " he asks. Jorge laughs out loud, saying that is impossible. He insists...
"You van keep the sim card", he says sure that it should be the problem.
No way. The conversation keeps on. Once again he moves the subject. Now he says that he can sing well and would like to record an CD.
"Sing to us, for us to see if you stand for a chance", Jorge says
He straigths up, and start singing. Happy.
I just let the african sounds swallow my soul, while i invey him. How simple can life be.


KISSING AFRICA - The road to Inhambane from nunocruz on Vimeo.

3 dias para recuperar da longuissima viagem que separa a minha Granja de Maputo, matar a profundissima saudade da Silvia e preparar o corpo para outro cross country. Desta vez de Maputo até Tete, com a possibilidade de se estender até ao malawi.
Parto de novo. Desta vez, com o Jorge, o Cruz, mais uma vez irmanado no movimento. Emigrantes intermitentes (ora estamos ora não estamos) e também itiinerantes, porque não há parança em lugar nenhum. Sempre em movimento. E com o Fernando, que saiu de Portugal faz tempo, e arranha a vida por aqui. Os 3 descontraidos em movimento pelo país e pela vida.
Escapamos por uma nesga ao cerco rodoviário que todos os dias fecha a cidade, como se de um filtro se tratasse e aos poucos vamos deixando o ambiente urbano caótico e desorganizado que dá lugar a um lindissimo cenário que desfila perante os nossos olhos enquanto a Luisa Sobral (Why should i? e I´m not there yet) canta para nós o ritmo da viagem. 7 horas de viagem que me inundam a serenidade.
Caímos na areia da praia em frente do Barra Lodge e logo somos "caçados" por um tipo que vê em nós uma oportunidade de negócio. Tem apenas pão para vender. Sem nada para lá pôr. Apenas pão. Não dá. Não queremos. Ele olha para nós e para a nossa recusa, não se intimida, não se desmancha e desliza para outro negócio. Olha para os dois telemóveis do Jorge e clama:
"Ajuda, ajuda-me. Dá-me um telemóvel dos teus. Só precisas de um".
O Jorge ri, e diz-lhe que não. Ele insiste...
"Podes ficar com o cartão", diz convicto de que é esse o problema.
Não dá. A cavaqueira continua e ele manifesta a vontade de cantar, de gravar um disco.
"Então canta lá aí para nós, para ver se tens futuro".
Ele apruma-se e entoa com alma uma canção. Afinado, enturmado, feliz. Deixo os sons africanos inundarem-me a alma (Basimanyana), enquanto o invejo sem maldade. Quão simples pode ser a vida.

sábado, 17 de maio de 2014

KISSING AFRICA - Maputo Bay

Maputo

I land once more in Maputo. For the 5th time. This time, and as usual, the old friend Fernando get me at the airport, and that other intermitent emigrant, brother in arms, ideas and even in family name. Jorge. Cruz, as i am. I feel happiness to come, when i see Silvia, right there at the airport. I smile to face once again Elise, Luis Póvoas. I congratulate myself for some more new friends arising in the horizon, among that massive exodus that follows an horizon that have disappeared back in Portugal. Brave people, good people, the type of people that Portugal needs to get on own feet again. Exactly the same people that Portugal expels in its growing inability to deal with situation. And so, common the lack of expectations about building a life in Portugal. Too many "sanguessugas" to go through. When you leave away, you see it so clearly as the waters in Caribe. And naturally, want to leave it that horizon behind. It is not good for your soul.

It is the fifth time and i realize i didn´t know a fundamental dimension  of Maputo. The water dimension. Which i also hardly know in Mozambique. But thi time, this gap will be filled, by means of a working agenda that crosses me with the water world, on my way north to malawi. Including two crosses of this fabulastic river that is the Zambezi. The first, in Sena, crossing that unique piece of art that is the Dona Ana railway Bridge. The second, in Tete through a brand new bridge that i am honoured to have help to built. I must confess that i have been falling in love with this river. By its history, by its soul and by the two times our lives crossed (the other one in the new bridge in Caia-Chimuara). But this will be told in further posts.

Right now, come with me, my old and new friends, and with Blue October (She´s my riding home, Into the Ocean, Congratulations) through this other less known Maputo. First through the fishermen quarter, preparing a delicious dinner. Then around Maputo Bay, a fundamental sigthseeing to understand Maputo as a whole.  
See you next week with more "waters" of Mozambique.


KISSING ÁFRICA - Maputo Bay from nunocruz on Vimeo.

Aterro uma vez mais em Maputo. Pela 5ª vez, desde 2008. Desta vez, o "velho" Fernando, o Paiva, apanha-me a mim e a esse outro emigrante intermitente, mano nas ideias, no sentido da vida e até, no próprio nome. O Jorge. Cruz, como eu. Sorrio de alivio ao ver a Silvia, logo ali, na confusão do aeroporto. Que saudade. Alegro-me ao rever a Elise, o Luis Póvoas, congratulo-me em conhecer outros amigos que vieram entretanto, nesse exodo massivo, que todos os dias trás mais e mais. Buscando uma vida que desapareceu no horizonte em Portugal. Gente boa, valorosa, daquela que Portugal precisa para se pôr de pé. E que Portugal expulsa na sua cada vez maior inabilidade de lidar com a situação. É comum, por isso um sentimento que transvasa a alma.
"Lá, em Portugal?! Não há hipoteses. É a morte lenta"

Facil de ver, facil de sentir, como tudo aconteceu. E em como poderia ser evitado de tão evidente que se tornou  (o que viria acontecer). A laranjeira secou, de tanto a espremer sem a regar. Límpido como a água das caraíbas, quando nos distanciamos um pouco. Pouco horizonte, demasiada "sanguessugagem". Há pois que abalar, encarar outra vida. 

É a 5ª vez que aqui passo e dou-me conta que não conheço uma parte fundamental de Maputo. A sua água. Com que aliás pouco me cruzei em Moçambique. Andei mais para dentro, nunca para o mar. Mas desta vez será diferente, que a agenda laboral atravessa-o (o mar, o Indico) no meu caminho de Sul para norte até ao Malawi. Com duas travessias do enorme Zambeze, uma em Sena, por essa obra de arte que é a Ponte de Dona Ana, e outra em Tete em cujo projecto tive a oportunidade de participar. Confesso que começo a sentir uma paixão grande por ele, o Zambeze. Pela sua história e pelas duas vezes em que as nossas vidas se cruzaram (a outra, na ponte nova de  Caia-Chimuara). Mas disso darei conta mais adiante, nesta aventura.

Para já, venham daí comigo, com um monte de amigos novos e com Blue October (She´s my riding home, Into the Ocean, Congratulations) numa incursão ao bairro dos Pescadores, assistir à chegada da faina e tratar de uma "janta" à maneira. Depois saltemos para uma volta na Baia de Maputo, passando Inhaca, Sta Maria e Ilha dos Portugueses. Quem não deu ainda uma volta na baía de Maputo, deve fazê-lo. A cidade ganha outro contorno.. Importante. Bonito. Fundamental para "sentir" Maputo.

Até para a semana, com mais águas de Moçambique