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terça-feira, 31 de julho de 2012

MAKTOUB - Epilogue


The actual territory of Morocco was subjected to Hercinic orogeny, during the Paleozoic, then it was covered and uncovered by the salty waters of the sea, generathing thick deposits of transported and precipitated materials, which in turn were cutted by Alpine- Himalian orogeny from what the Atlas Mountains were born, separated from Rif planalt by the Taza tectonic depression. This geologic history generated a multiplicity of environments, which easily slide into each other in an incredible harmony, as it was lived by us when going down south to the desert. The last journey of this trip was exactly cross straight away from the desert to Tanger, offering the opportunity of see it all at once and having a different perspective of the country. I share that with you with my good old friend Oliver Shanti & Friends (Alhambra).
After Tanger, another complicated trip (20 hours driving to get in my bed), but it didn´t have any matter. That adventure had fill the soul. I know that I will keep supporting and interfering with Migo life for while longer, but I know that that week meant the moment when I walked with him and together we open the door for him to fly away. A magnificent moment in the life of this Nomad.

See you in the next adventure. Keep your self Happy


MAKTOUB - Epilogue from nunocruz on Vimeo.

O actual território foi submetido à orogenia hercinica, durante o paleozoico, depois foi sendo coberta e descoberta pelo mar, despejando espessas camadas de sedimentos, as quais viriam a ser recortadas mais tarde, na fase alpino-himalaica, daí resultando os alinhamentos do Atlas (Medio, Grande e anti Atlas), que a profunda depressão tectónica de Taza separa do Rif. Esta história geológica gerou uma multiplicidade de ambientes, que deslizam uns para os outros com uma incrível harmonia, que já havíamos experimentado na descida até ao Sahara. Dá-se o caso de que a última etapa em Marrocos da nossa viagem fez-se em dia e meio, partindo do deserto directo até Fez e depois na tarde seguinte até Tanger. Isto é, tinha agora a oportunidade de ver All at once, que dá naturalmente outra perspectiva. Partilho convosco o trajecto com o meu “amigo” Oliver Shanti & Friends (Alhambra).
Depois, seguira-se outra viagem atribulada, partindo às 5.00 da manhã do hotel em Tanger e só chegando ao Porto 20 horas depois. Nem vale a pena contar, mas por momentos pensei que o Jeep dos Malditos era o nosso.
Não importa contudo, que aquela aventura preencheu a alma. Sei que vou continuar a apoiar e interferir algum tempo mais na vida do Migo, mas sei que aquela semana representa o momento em que caminhamos a par, até à porta da Vida, de onde ele partirá no seu rumo. Momento delicioso na vida deste nómada.
Até à próxima aventura. Fiquem bem

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MAKTOUB - Sliding in the Dunes


Gacel, the main individual of the novel Tuareg (Alberto Vazquez-Figueroa), which I recommend, called it the Empty Land…”a white shadow in the maps, where the temperature could boil the blood during the summer, where no bush was allowed to grow and even the birds in their migrating movements deviate from it, despite their high flight…”. A land where only the Tuaregs, especially the lonely, would dare to face. That sand with the wind as allie, in a blink of the eye, could drown entire cities, fortresses, men or camels, evolving everything within the erg. What the desert wants, the desert takes.
Naturally, it was not supposed our expedition to enter such a level of penetration. We only would like to have a small taste of that. And in reality, we were lucky by having a magnificent day to drive in the dunes and afterwards to have the possibility of being in the center of a sand storm. Following the path of a romance, I was seduced by desert forms. Then by its colours, then I felt in love with its histories, until I got lost inside it. That immense land that is always changing of colours and location, confront us with our minor scale and pushing us to our deepest essence. And how good it was to walk this track with my new friend, companion inthis adventure. MIGO. And also with Nitin Sawhney (Beyond the Skin), Moby (Natural Blues), and the musicians of Auberge du Sud (Bafana, Musique du Desert) with whom we had the pleasure to live with, during the 3 days we were around (you can see them in the movie, particularly Hamid, the guy pointing directions in the dunes). Incredible their versatility for cleaning, cooking, guiding you through the desert, having a chat with you, playing the music, and making it all as partner of yours, not as servent, giving you the possibility of really interchanging with them. GREAT TIME


MAKTOUB - Within Erg Chebi from nunocruz on Vimeo.

Gacel, personagem personagem principal da novela “Tuaregue” (Alberto Vazquez-Figueroa), que recomendo, chamou-lhe Terra Vazia, “…uma mancha branca nos mapas, onde a temperatura fazia ferver o sangue no pino do verão, onde não crescia nem o mais lenhoso arbusto e até as aves migradoras a evitavam nos seus voos a centenas de metros de altura…” Uma terra que apenas os tuaregues, em especial os solitários, se atreviam a enfrentar. Aquela areia era capaz de um momento para o outro, sob o seu manto e nos braços do vento seu aliado, afogar cidades, fortalezas, oásis, homens e camelos, tudo transformando em mais uma dos milhões dunas do erg. O que o deserto quer para si, o deserto tira.
Obviamente, da nossa expedição não era suposto atingir tal nível de penetração. Ansiavamos apenas por um cheirinho disso tudo. E, na realidade, fomos bafejados pela sorte que nos permitiu rolar na duna num excelente dia para isso e depois assistir a uma tempestade de areia, no conforto do albergue. Como num romance, deixei-me seduzir primeiro pelas suas formas, depois pelas suas cores, depois encantei-me pelas suas histórias e os seus segredos até que finalmente mergulhei fundo no seu seio. Aquela imensidão infinita de formas que mudam de côr e de sitio, confronta-nos inevitavelmente com a nossa escala, transportando-nos para o mais profundo da nossa essência. E que bom foi, poder fazer tudo isso em passada acertada com o meu novo amigo, companheiro desta aventura. O Migo. Nitin Sawhney (Beyond the Skin), Moby (Natural Blues), e os musicos do Auberge du Sud (Bafana, Musique du Desert) com quem tivemos o prazer de conviver naqueles 3 dias (podem ver alguns deles no filme, particularmente o Hamid, vêem-no no filme a orientar o “transito”). É perfeitamente inimaginável a sua versatilidade para cozinhar, limpar, guiar-nos pelo deserto, conversar e "dar música", fazendo tudo isso com uma graça que nos fazem sentir que somos parceiros deles ali. Nem senhores, nem criados, que o deserto não é dessas coisas (para mim, nem no deserto, nem em lado nenhum devia haver disso). Espectacular. 

sábado, 21 de julho de 2012

MAKTOUB - Dunes


We woke up early in the morning, after a good and relaxing night sleep in that hotel full of poetry, had breakfast and among the usual confusion of bags in the entrance hall we prepared ourselves to move towards the Erg Chebi in the Sahara desert. Sahara is the world´s largest hot desert with 9,400,000 km2, and the third larger of we count the frozen deserts of Artico and Antartida. The dunes of the Erg Chebi are placed in the northern frontier, can reach 150m high and spread around an area of 22x10 km2. Although it is a small portion of the Great Desert, it allows you to feel surrounded by him, thus tasting the flavor of his forms and blowing our souls with his murmuring. Somehow, that was what we all members of the expedition were looking for.
The recovering the in conditions for the desert was a relieve for all giving back a smiley face, especially for Miguel who was now in conditions to enjoy one of its best interests in the adventure: Driving in the dunes. And so, with that spirit and already with the fathersonian relationship hiden behind the adventure companionship, we jump to our “camel” and moved on towards the Erg, in the company of Moby (Run on), enjoying every step of the trip, with no rush to reach the end. A good illustration of how to live our LIFE. With a no-rushing soul.


MAKTOUB - Back to the Dunes from nunocruz on Vimeo.

Levantamos de manhã cedo, depois de um sono retemperador naquele hotel cheio de poesia, tomamos o pequeno almoço e lá nos preparamos, por entre a confusão habitual de sacos e sacolas no hall de entrada do hotel,  para rumar em direcção às dunas do Sahara, neste caso ao Erg Chebi. O deserto do Sahara é o maior deserto quente do mundo (mais de 9,400,000 km2) e o terceiro se contarmos com os desertos gelados do artico e da antartida. As dunas do Erg chebi (Erg é um cordão de dunas formadas por areias eólicas) atingem alturas de 150m embrulhadas por uma mancha de 22 km de comprimento e 10 de largura. Embora constituindo uma pequena porção de todo o deserto, o erg é uma porta de entrada que permite o movimento para o interior até ficarmos completamente envolvidos pelas dunas, e assim saborear as suas formas e os seus encantos e flutuando com os murmúrios que dele advêm até tocarmos a nossa própria essência. Era isso que todos nós procurávamos, de alguma forma.
O Jeep devolvido no dia anterior pelo Abdul, em condições de participar neste movimento, deixou-nos a todos com um suspiro de alivio e um sorriso no rosto, especialmente no Miguel que poderia agora tirar partido de uma parcela importante na viagem dele - a condução aventureira. Embuidos desse espirito e já com a relação pai-filho definitivamente desvanecida por trás da de companheiros de aventura, lá nos instalamos de novo no nosso 4x4 rumando ao Erg na companhia de Moby (Run on), bebendo e saboreando a paisagem sem qualquer pressa de chegar. Uma boa ilustração do modo como deveríamos olhar a vida: Com Alma e sem Pressa de chegar.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

MAKTOUB - Carpe Diem, no matter what

Erg Chegaga - Zagora

We left in the morning, while it was fresh, from Erg Chegaga to Zagora, a city located at the end of Draa valley, which is a common stop for 4x4 expeditions to the Sahara, famous even among the Dakar world because of its high concentration of mechanics specialized in 4x4 vehicles. It was to there that our jeep was sent, to Garage du Sahara, owned by an old friend (Abdul) of my companions. 250 km of tracks through a special and amazing scenery that transport you to the real sense of adventure. A travel with the companionship of Cler Achel from Tinariwen, a Malian music group. Since the day before that me and my Migo were traveling in separate jeeps, him with the health care team, me with the mechanics team. That boring misfunction had left us in foot, right in the moment that we were about to start driving in the desert. In the first moment it was like a punch in a nose, especially for Migo, which was later smoothed by the entire expedition, which made an effort to confort us, and by the amazing landscape we had the chance to travel through. I really could understand the disappointment of Migo, due to parallel situations I have been living in my professional way, after my PhD (a huge work that late become in a desert of expectations, mainly due to the world crisis). But the situation would show us that what really matters is the way and the intensity we live our moments, rather than what our expectations are. And that, depends mainly in your soul. Despite the mechanical problem, the travel was intense amazing and fantastic, and nothing really important was lost. We both understood that.
And so, we arrived in Zagora, passing by the famous plate that inform you the distance to Tombouctu (50 days), by camel or by foot, on the other side of the desert. A trip that I have been looking for to do for a long time, since the day I met Hassan, the caravan guide that took Alberto Vasquez Figueroa when he was preparing his magnificent novel (Tuareg) that tells you about the amazing culture and life of the people of the desert. He invited me to go with him. The problem is to find 50 days of holidays. At the arrival, there was our jeep ready to join the adventure again, in the garage du Sahara where we were welcome by a smiley Abdul. And from there, we calmly moved to the refreshing hotel, an oasis in the desert, that José Zambujal (Organizing board) had picked up for us, spending the whole afternoon relaxing our tired bodies in the swimming pool, while floating with Moby (Rushing).


MAKTOUB - 50 days to Tombouctou from nunocruz on Vimeo.

Abalamos pela fresca da manhã do Erg Chegaga em direcção a Zagora, localizada à saída do vale do Draa, ponto de paragem obrigatória para quem circula pelo deserto, famosa até entre os pilotos do Dakar dada a enorme concentração de oficinas especializadas em veículos todo o terreno. Foi para aí que foi o nosso Jeep, para a Garage Sahara, de um velho amigo do pessoal da expedição, o Abdul. 250 km de pista por terrenos inóspitos de uma beleza impar, daquelas que transmitem de imediato o senso de aventura, que aqui faço acompanhar com Cler Achel de um agrupamento Maliano muito famoso (Tinariwen). Desde o dia anterior que viajávamos eu e o meu Migo, em carros separados. Ele no jeep da equipa médica, eu no dos mecânicos. Aquela arreliante avaria tinha-nos apeado na entrada do deserto, logo onde seria maior o prazer da condução. No primeiro momento isso tinha sido como um murro no estômago, sobretudo para o Migo, que viria a ser amenizado por todo o “povo” da expedição que desde logo se preocupou em nos acarinhar e, sobretudo pela preenchente beleza daquele trajecto. Eu particularmente, compreendia bem o Miguel por evidentes paralelismos da minha vida profissional pós-doutoramento (uma aposta e esforço enorme na execução do meu doutoramento, que por consequência da famigerada crise que se instalou se desviou brutalmente das naturais expectativas). Mas tudo aquilo teve o condão de demonstrar que o que importa realmente é o trajecto que se fez e o partido que dele se tirou, e não propriamente viver o que se pre-determinou. E essa intensidade depende sobretudo da alma de cada um. Foi isso mesmo que aconteceu. Mau grado a avaria do carro, a viagem foi intensa, peripécica, preenchente e nada de importante se perdeu. Percebemos bem isso, os dois. Eu concerteza que ganhei muito com a camaradagem mais profunda com o Luis e a Lu. Finalmente lá chegamos a Zagora, passando pela famosa placa local que indica os 50 dias necessários para atravessar de camelo ou a pé o deserto até à outra ponta em Tombouctu no Mali. Uma viagem que anseio fazer desde há muito, quando numa passagem anterior conheci (em Tinhirir) o Hassan, o condutor de caravanas de camelos que levou o Alberto Vasquez Figueiroa nesse mesmo trajecto para ele escrever esse livro magnifico –Tuareg- que tão bem espelha a cultura e a vida desse impressionante povo do deserto. O problema sempre foi encontrar maneira de tirar 50 dias de férias, porque o convite surgiu logo ali.
Fomos direitos à Garage du Sahara para limpar filtros e pequenos consertos de ocasião, e levantar o nosso Discovery, já prontinho para reentrar na aventura. E de lá saltamos para o refrescante hotel que o Zé Zambujal escolhera para nós (na sua função de organizador), autentico oásis no deserto, onde abandonamos o corpo cansado e seco na piscina, embalados ao som de Moby (Rushing).

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MAKTOUB - Erg Chegaga


And there were we, entering the land so desired for all the expedition mates. The troubling Dakarian routes with wide horizons and disguised tracks and the emotion of driving in the dunes, towards a very fine camping ready for us, planted in the heart of Sahara, in the Erg Chegaga. This, after some misadventures that made us loose our 4x4 vehicle and redistribute people and bags for the other 5 vehicles of the expedition. Never mind, misadventures are definitively part of the adventure, and we were promised to have it back next day in Zagora.
From that day, the strong registration is related to the movement through that magnificent and inspiring landscape as well as the people that incredibly crossed our way coming out from nowhere (so usual in that part of Morocco), until we felt down on the sand in the clearance between tends where we would sleep later. Letting ourselves to be trespassed by the sun, the sand and the happiness, emerged once again by the incredible versatile music of Nitin Sawhney (Prophesy, Footsteps e Nadia). A good fortune, the chance of simply being there. I have with me the conviction that the desert, the ocean and the iced land of Polar circle (i was there a decade ago) have something strongly in common – the possibility that those environments generate for you to be with yourself. Even if you are among other people, you will be touched by that pleasant loneliness in deepest part of your soul. As consequence, it came to my mind the rush we are forced to live nowadays, leading to a life lived in a glimpse and denying the possibility of properly tasting it. That will be not worthy. I am quite certain.
There is always a time to rush and a time to stop, a time to make the effort and a time to rest, a time to do and a time to reflect and to do it again. Think about that.


MAKTOUB - Erg Chegaga from nunocruz on Vimeo.

E ai estávamos nós, entrando no terreno tão desejado por toda a expedição. Por entre as trepidantes pistas Dakarianas com horizonte largo e trajectos pouco assinalados e a emoção de conduzir em duna, lá chegamos a um acampamento preparadinho para nós, plantado em pleno Sahara, no Erg Chegaga. Depois de algumas desventuras, que para haver aventura tem sempre de haver desventura, que nos fizeram ficar apeados (junta da colaça à vida no nosso Jeep) e obrigaram a uma redistribuição nossa e da nossa bagagem pelos restantes jeeps da expedição, lá chegamos ao Erg Chegaga. Do jeep, ficava a promessa de recuperá-lo no dia seguinte em Zagora.
Desse dia fica sobretudo registado o movimento através daquela paisagem e das gentes que nos saltaram ao caminho vindos do nada (é incrível como num terreno arido e plano onde não se vê ninguém, mal se pára, logo silhuetas andantes se recortam no horizonte) até cair na areia da “praça” central delimitada pelas tendas onde haveríamos de dormir. Indolentemente, deixamos o sol e o vento trespassar o nosso corpo e a magnífica e serena paisagem do deserto emergir nos nossos olhos até lá bem fundo na alma. Tudo, uma vez mais acompanhado com a incrivelmente versátil musica do Nitin Sawhney (Prophesy, Footsteps e Nadia).
Fluiu a conversa descontraída, o riso e a felicidade plena de simplesmente poder estar ali. Tenho para mim que o deserto, o mar alto e as estepes geladas do círculo polar (onde estive há uns 10 anos atrás) tem um ponto comum. São locais em que cada ser individual se encontra com a sua mais profunda existência. Até pode estar em grupo, que essa agradável solidão assalta-nos da mesma forma. Com efeito, a imensidão desses locais  emana uma essência que tudo atravessa até se instalar no nível mais profundo (inconsciente) do ser humano, devolvendo-lhe a identidade plena.
Um dia como esse traz à mente a pressa em que cada vez mais somos impelidos a viver o dia-a-dia, que nos consome a vida num ápice e que nos impede de saborear devidamente a nossa existência. Definitivamente, NÃO VALE A PENA DESPEDIÇÁ-LA DESSE MODO..
Há sempre um tempo para correr e outro para ficar parado, um tempo para esforçar e outro para descansar, um tempo para fazer e outro para reflectir e outro ainda para fazer de novo. Pensem bem nisso.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

MAKTOUB - The world behind the Atlas


We have departed from Marrakech towards Foum Zguid, facing the amazing High Atlas, looking for a track that would feed our souls. And again dancing with Nitin Sawhney (Nostalgia andMoonrise), for me with everything to do with Morocco. Here i was with Migo (the son) sharing the life, the room, the car, the adventure. With no dogmas or conventions. Simply letting the souls to merge in freedom, with emotions alive, with love and the spirit of sharing-accepting-giving to those that cross with our souls. The happiness in every step of the way. I started this adventure I was not in the mood of representing the father role of saying one more thing, pointing another direction, painting a specific horizon, somehow always trying to have control.  Maybe, unplugging the fathersonian and let the friendship grow. My work as a father is finished. Everything I wanted to pass to him, it has been done during our previous life. The mind free, the reason and the emotion, the love and the tolerance, the responsibility and the competence, the adventure that life should be. He will know to decide what is good for him and what it is not.
And what kind of example gives my generation to theirs. A mediocre society, corrupt, with no shame at all, giving the example that crime compensate, the cheap talking works, selling friges in the Antartida is a way to go. We had in front of us the possibility of a magnificent period of sustainability, with the technological development that with intelligence we built, and that should lead us to a more sustainable, balanced and fair life. Building a world where the hard times our ancesters had to cross, was not to be repeated. Easy acess to all learning stages, justice for all, good health care, support in elderness. We dreamnt on that, started the way and suddenly, in the middle of the track… 

The only thing that have occured to us was to use the technology as a way to make a lot of money all of a sudden and we just blew the thing. Just like a child who cannot resist to swallow a full box of chocolates in the moment it is offered,and then be ill for the whole week.  

Now, there is the invoice to pay. And all the things we wanted to overcome are again pending over our own, and especially in the heads of our children. I´m really afraid that evrything ends up with everybody shooting everybody.
It is curious to notice that the global crisis of economics was provoqued by economists. To Miguel (studying economics in the university) i just have to say…
IT DOESN’T WORK. But he will know that better than me.


MAKTOUB - The world behind the Atlas from nunocruz on Vimeo.

Arrancamos de Marrakech em direcção a Foum Zguid, enfrentando o Alto Atlas e a sua magnifica e contrastante paisagem, em busca de um trajecto comum que nos enchesse a alma, embalados novamente pelo Nitin Sawhney (Nostalgia e Moonrise), cuja musica encarna perfeitamente o ambiente marroquino (pelo menos na maneira como eu o sinto).  Partilhava agora com o Migo, a vida, o quarto, o carro (cuja condução deixei para ele) e os trajectos. Sem preconceitos, sem falsos moralismos, sem planos muito marcados de contextos educativos/orientativos. Apenas deixando a alma e a mente fluir em liberdade, com as emoções à solta, com amor, tolerância e partilha pelas gentes com que nos fomos cruzando, enfim encontrando a felicidade em cada passo do caminho. À partida para esta viagem não tinha vontade alguma em representar o papel de pai aconselhando mais uma vez o filho, apontando-lhe um caminho para seguir, orientando-lhe o horizonte. Por isso não estabeleci nenhum Road-book de intenções. Não de todo. Queria apenas que fossemos duas pessoas caminhando a par num caminho com sabor a aventura, mais ou menos desconhecido para ambos. Cada um com a sua personalidade, cada um tirando o seu partido das coisas. Quiçá desfazendo a paternidade e construindo a amizade, porque o meu trabalho de pai, com ele, está praticamente concluído. Tudo o que queria verdadeiramente passar, foi sendo passado ao longo do tempo. O sabor da liberdade de pensamento, a razão e a emoção, o amor e a tolerância, a responsabilidade e a competência, e por fim a aventura que a vida deve ser. De tudo isso que lhe passei, ele saberá tirar o que lhe interessa e o que não.



Aliás, tenho reflectido muito sobre isso (antes e após a viagem) e não consigo acertar com a resposta. O que é que uma geração (como a nossa), que lentamente foi…

destruindo os valores, inertizando as vontades, afogando o pudor, eliminando as regras, comprando titulos, posições, poderes e (falsas) amizades,  enfim hipotecando o futuro da humanidade…

pode ensinar à geração seguinte que vai ter que resolver todo o problema com sacrifícios extremos?


Que exemplos dá esta geração que possam ser seguidos. Uma sociedade cada vez mais medíocre, mais corrupta, mais despudorada, dando o exemplo de que o crime compensa, a falácia dá resultado, a banha da cobra e a aldrabice são ferramentas eficazes. Tivemos na mão a possibilidade de um período áureo, com o desenvolvimento tecnológico que inteligentemente conseguimos construir e que nos deveria levar a uma vida mais sustentada, mais equilibrada mais justa. Tentando construir um mundo em que as dificuldades sentidas pelos nossos pais, e que nós próprios experimentamos na nossa meninice/adolescência, não se repetissem. O acesso ao ensino universitário, a velhice sustentada e apoiada, com qualidade de vida, a saúde para todos, a justiça para todos. Sonhamos com isso, empreendemos o trajecto, mas de repente…
…tudo o que conseguimos aspirar fazer com a tecnologia foi usá-la para fazer muito dinheiro muito de repente. Fruto de uma galopante e desmesurada ambição material, atiramos com isto tudo para um poço sem fundo desequilibrando de um dia para o outro tudo quanto tínhamos construído atrás. Que nem uma criança que não consegue resistir a comer uma caixa de chocolates inteira na primeira hora e depois fica uma semana doente.
E agora a factura está aí, para pagar todinha. E tudo quanto enumerei acima, vai cair de novo ao ponto de partida do que queremos evitar. Temo que isto vá acabar com tudo aos tiros.
Não deixa de ser curioso estarmos na maior crise económica do pós-guerra, precisamente quando o poder económico se sobrepôs ao poder politico, demonstrando uma estranha incompetência neste domínio. A ele, Miguel, que estuda economia na universidade, digo-lhe apenas…

ASSIM NÃO DÁ. Mas ele saberá isso muito melhor do que eu.