We have departed from Marrakech towards Foum
Zguid, facing the amazing High Atlas, looking for a track that would feed our
souls. And again dancing with Nitin Sawhney (Nostalgia andMoonrise),
for me with everything to do with Morocco. Here i was with Migo (the son)
sharing the life, the room, the car, the adventure. With no dogmas or
conventions. Simply letting the souls to merge in freedom, with emotions alive,
with love and the spirit of sharing-accepting-giving to those that cross with
our souls. The happiness in every step of the way. I started this adventure I
was not in the mood of representing the father role of saying one more thing,
pointing another direction, painting a specific horizon, somehow always trying
to have control. Maybe, unplugging the fathersonian and let the
friendship grow. My work as a father is finished. Everything I wanted to pass
to him, it has been done during our previous life. The mind free, the reason
and the emotion, the love and the tolerance, the responsibility and the
competence, the adventure that life should be. He will know to decide what is
good for him and what it is not.
And what kind of example gives my generation to
theirs. A mediocre society, corrupt, with no shame at all, giving the example
that crime compensate, the cheap talking works, selling friges in the Antartida
is a way to go. We had in front of us the possibility of a magnificent period
of sustainability, with the technological development that with intelligence we
built, and that should lead us to a more sustainable, balanced and fair life.
Building a world where the hard times our ancesters had to cross, was not to be
repeated. Easy acess to all learning stages, justice for all, good health care,
support in elderness. We dreamnt on that, started the way and suddenly, in the
middle of the track…
The only thing that have occured to us was to use the technology as a way to
make a lot of money all of a sudden and we just blew the thing. Just like a child who cannot resist to swallow a full box of chocolates in the moment it is offered,and then be ill for the whole week.
Now,
there is the invoice to pay. And all the things we wanted to overcome are again
pending over our own, and especially in the heads of our children. I´m really
afraid that evrything ends up with everybody shooting everybody.
It is curious to notice that the global crisis
of economics was provoqued by economists. To Miguel (studying economics in the
university) i just have to say…
IT DOESN’T WORK. But he will know that better
than me.
…
MAKTOUB - The world behind the Atlas from
nunocruz on
Vimeo.
Arrancamos de Marrakech em
direcção a Foum Zguid, enfrentando o Alto Atlas e a sua magnifica e
contrastante paisagem, em busca de um trajecto comum que nos enchesse a alma, embalados
novamente pelo Nitin Sawhney (Nostalgia e Moonrise), cuja musica encarna perfeitamente o ambiente
marroquino (pelo menos na maneira como eu o sinto). Partilhava agora com o Migo, a vida, o quarto,
o carro (cuja condução deixei para ele) e os trajectos. Sem preconceitos, sem
falsos moralismos, sem planos muito marcados de contextos
educativos/orientativos. Apenas deixando a alma e a mente fluir em liberdade,
com as emoções à solta, com amor, tolerância e partilha pelas gentes com que
nos fomos cruzando, enfim encontrando a felicidade em cada passo do caminho. À
partida para esta viagem não tinha vontade alguma em representar o papel de pai
aconselhando mais uma vez o filho, apontando-lhe um caminho para seguir,
orientando-lhe o horizonte. Por isso não estabeleci nenhum Road-book de
intenções. Não de todo. Queria apenas que fossemos duas pessoas caminhando a
par num caminho com sabor a aventura, mais ou menos desconhecido para ambos.
Cada um com a sua personalidade, cada um tirando o seu partido das coisas.
Quiçá desfazendo a paternidade e construindo a amizade, porque o meu trabalho
de pai, com ele, está praticamente concluído. Tudo o que queria verdadeiramente
passar, foi sendo passado ao longo do tempo. O sabor da liberdade de
pensamento, a razão e a emoção, o amor e a tolerância, a responsabilidade e a
competência, e por fim a aventura que a vida deve ser. De tudo isso que lhe
passei, ele saberá tirar o que lhe interessa e o que não.
Aliás, tenho reflectido muito
sobre isso (antes e após a viagem) e não consigo acertar com a resposta. O que é que uma geração (como
a nossa), que lentamente foi…
destruindo os valores,
inertizando as vontades, afogando o pudor, eliminando as regras, comprando
titulos, posições, poderes e (falsas) amizades,
enfim hipotecando o futuro da humanidade…
pode ensinar à geração seguinte
que vai ter que resolver todo o problema com sacrifícios extremos?
Que exemplos dá esta geração que
possam ser seguidos. Uma
sociedade cada vez mais medíocre, mais corrupta, mais despudorada, dando o exemplo de que o
crime compensa, a falácia dá resultado, a banha da cobra e a aldrabice são
ferramentas eficazes. Tivemos na mão a possibilidade de um período áureo, com o
desenvolvimento tecnológico que inteligentemente conseguimos construir e que
nos deveria levar a uma vida mais sustentada, mais equilibrada mais justa. Tentando
construir um mundo em que as dificuldades sentidas pelos nossos pais, e que nós
próprios experimentamos na nossa meninice/adolescência, não se repetissem. O
acesso ao ensino universitário, a velhice sustentada e apoiada, com qualidade
de vida, a saúde para todos, a justiça para todos. Sonhamos com isso,
empreendemos o trajecto, mas de repente…
…tudo o que conseguimos aspirar fazer com a tecnologia foi usá-la para fazer muito dinheiro muito de repente. Fruto de uma galopante e
desmesurada ambição material, atiramos com isto tudo para um poço sem fundo
desequilibrando de um dia para o outro tudo quanto tínhamos construído atrás. Que nem uma criança que não consegue resistir a comer uma caixa de chocolates inteira na primeira hora e depois fica uma semana doente.
E
agora a factura está aí, para pagar todinha. E tudo quanto enumerei acima, vai
cair de novo ao ponto de partida do que queremos evitar. Temo que isto vá acabar com tudo aos tiros.
Não deixa de ser curioso estarmos
na maior crise económica do pós-guerra, precisamente quando o poder económico
se sobrepôs ao poder politico, demonstrando uma estranha incompetência neste domínio.
A ele, Miguel, que estuda economia na universidade, digo-lhe apenas…
ASSIM NÃO
DÁ. Mas ele saberá isso muito melhor do que eu.