Porto
The train stops in the overwhelming railway station
of Porto (S. Bento). I leave the train and start wlaking towards the old part
of one of the most ancient towns in Europe, Unesco World Heritage, home for a
permanent sense of freedom that deeply marks its history and the history of the
country (Portugal). And my own, I should say. I was born here and lived my
childhood and youth, and it was from here that I departed to the World.
I just love this historical town that was
always fundamental in the most important pages of our Free Portugal. The
re-conquest of the city against the Moorish, the independence warranty against
the power of Castilla, the resistance against the French Napoleonic Invasions
or against Absolutism of D. Miguel (which would give it the title of Invictus,
illustrating the brave spirit of its people), the fundamental role in the “Hot
Summer” of the April revolution (1974) and the fantastic epopee of the most
representative football club (FC Porto, naturally my club) that helped to put
the city in a world scale. A history carved by the tough work, willing
capacity, courageous persistence and the right to freedom.
I walk in this historical área, turning round and
around in the narrow streets, passing by Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, going
up in rua dos Caldeireiros up to Cordoaria, from where i face the Clérigos
Tower, keep walking in slow motion through Passeio das Virtudes, from where I can
have taste the delightfulness of some rich details of Douro River (always with
its eyes on me). It make me remember the words, first of my grand father, of
humble origin, then of my father an illsuter member of the city (by his achievements,
not by name) highlighting the fundamental role of competency, skills and
honesty in a free responsible and healthy (mentally) life. Words that have had
deep impact in my own personality, due to the enclosed sharpness. They melt my
horizon with the city endless horizon.
Again, in slow motion i move down towards the
river, but without touching him since I decide to go up again to the top hill
where the city cathedral seats guarded by Vimara Peres, the hero of the
conquest agians the Moorish (IX century). A few steps further i´m above the
middle of river, in D. Luis Bridge, seeing its last section before it dies in
the sea, thinking about this precise moment of our history marked by a huge wave
of scandals that start at the highest personalities of the State but crossing
all sectors of society, leaving no doubt about the globalized occurrence.
People so well dressed and wrapped, with not a single sign of valuable content,
that can not see anything far from their noses and confuses success with the
ability to survive on other’s work in a complete spirit poverty. As a
consequence, installed competencies were drawn in an ocean of acquired corrupto-incomptences
that unable to see the unsustainability of their own way of life.
Based in the identity that marks its history, I
foresee, with hope and willingness, new fundamental achievements in the turning
page of this de-structured world that will have to happen.
Then I fall down from the cliff of the northern
abutment of D. Luis Bridge, smashing on Ribeira where the city and the river
give their hands, and from where I will depart (by tram) sliding the last
section of the right (north) river bank of Douro (movie to be published next
week). I abandon myself in Ribeira with this taught and with the music of:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh
Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
And also with the words at the end of the movie(so
illustrative of what I have said), extracted from
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)
See you next week
UNTIL THE LAST DROP - Porto from
nunocruz on
Vimeo.
O comboio apita e detêm-se na fabulosa Estação
(Ferroviária) de S. Bento. Deixo o comboio e penetro na parte histórica
de uma das cidades mais antigas da Europa (o Porto), Património da UNESCO desde
1996, berço de uma liberdade intemporal que marca a sua história e a história
de Portugal. E a minha história pessoal também. Foi aqui que nasci, que vivi a infância
e juventude até partir para Coimbra (para a universidade) e me lançar
definitivamente no Mundo. Amo esta cidade que tanto marcou a nossa história e
esteve na origem dos episódios mais marcantes do nosso Portugal livre. A
reconquista aos Mouros, a garantia da independência face ao reino de Castela, a
resistência vitoriosa às invasões napoleónicas, a resistência ao absolutismo
miguelista (que haveria de emprestar o titulo de Invicta ao escudo da cidade,
traduzindo o indomável espirito das gentes que a ergueram e que diariamente a
sustentam), o papel fundamental no verão quente da revolução de abril e a
fantástica epopeia do clube de futebol da cidade (FC Porto, o clube do meu
coração, naturalmente) que em muito ajudou à projecção mundial que a cidade
hoje tem. Uma história esculpida pelo esforço do trabalho, pela empreendedora capacidade,
pela corajosa persistência e pelo direito à liberdade.
Calcorreio esta parte da zona
histórica em voltas e voltinhas pelas ruas e vielas, passando à frente da
magnifica Avenida dos Aliados/Praça da Liberdade, subindo a rua dos
Caldeireiros até à Cordoaria, de onde vislumbro a Torre dos Clérigos, seguindo
em passo lento para o Passeio das Virtudes num belo pormenor do rio espreitando
por entre o colorido do casario. Chama-me para ele. Ecoam-me as palavras, primeiro
do meu avô Augusto, gente humilde, depois do meu pai, gente ilustre da cidade (por
feitos, não por nome), acerca da imperiosidade da competência e da honestidade
numa vida livre, responsável e mentalmente saudável. Palavras que me marcaram a
personalidade, de tão certeiras que foram, num desígnio idêntico ao da minha
cidade.
Vou descendo depois em lenta
vertigem até quase tocar o rio na rua Mouzinho da Silveira, contudo sem lhe
tocar, porque subo ao alto da escarpa norte no terreiro da Sé Catedral ao
encontro de Vimara Peres, o herói da conquista da Cidade aos Mouros no Séc. IX.
A visão privilegiada do curso do Douro, de cima da Ponte de D. Luis põem-me a
olhar o momento da história que hoje vivemos, marcado pela escandaleira sem rei
nem roque partindo de muitas altas figuras de estado e aos trambolhões por aí abaixo,
numa onda de ocorrências que indubitavelmente deixa a nu o estado generalizado
e globalizado a que isto chegou. Gente muito faustosamente embrulhada, sem
ponta de conteúdo e que se confina ao próprio umbigo, que confunde sucesso com
habilidade para viver à custa dos outros numa completa pobreza de espirito. E
assim, competências instaladas foram-se afogando num mar de corrupto-incompetências
adquiridas, que actualmente começa a dar sinais de nem sequer existirem as competências
para garantir a sustentabilidade do seu próprio “eco-sistema”.
Adivinho por isso, confesso que com
um misto de esperança e entusiasmo, novos cometimentos da cidade e das suas
gentes a partir das crenças que lhe fazem a história, para o inevitável virar
de página que terá de surgir. Espero naturalmente poder enrolar a minha vida
com a (minha) cidade nesse marco histórico do futuro.
Despenho-me do alto da escarpa, esborrachando-me
na ribeira, onde a cidade e o rio dão as mãos e de onde lamberei outra vez a
margem do rio, desta vez de eléctrico, até à sua foz (filme da próxima semana).
Deixo-me por ali ficar embebido pela musica de:
Cien Volando e I Will Not Let You Let Me Down, Josh
Woodward
(http://www.joshwoodward.com/)
A Day to Forget, Ant Neely
(http://www.antneely.com)
E as palavras que ilustram o que
aqui digo, mesmo no final do filme extraídas de
Somos la Verdad, Jota_a_ene
(http://soundcloud.com/jota-a-ene)
Até para a semana