And there were we, entering the land so desired
for all the expedition mates. The troubling Dakarian routes with wide horizons
and disguised tracks and the emotion of driving in the dunes, towards a very
fine camping ready for us, planted in the heart of Sahara, in the Erg Chegaga.
This, after some misadventures that made us loose our 4x4 vehicle and
redistribute people and bags for the other 5 vehicles of the expedition. Never
mind, misadventures are definitively part of the adventure, and we were
promised to have it back next day in Zagora.
From that day, the strong registration is
related to the movement through that magnificent and inspiring landscape as
well as the people that incredibly crossed our way coming out from nowhere (so
usual in that part of Morocco), until we felt down on the sand in the clearance
between tends where we would sleep later. Letting ourselves to be trespassed by
the sun, the sand and the happiness, emerged once again by the incredible
versatile music of Nitin Sawhney (Prophesy,
Footsteps e Nadia). A good fortune, the chance of simply being there. I
have with me the conviction that the desert, the ocean and the iced land of
Polar circle (i was there a decade ago) have something strongly in common – the
possibility that those environments generate for you to be with yourself. Even
if you are among other people, you will be touched by that pleasant loneliness
in deepest part of your soul. As consequence, it came to my mind the rush we
are forced to live nowadays, leading to a life lived in a glimpse and denying
the possibility of properly tasting it. That will be not worthy. I am quite
certain.
There is always a time to rush and a time to
stop, a time to make the effort and a time to rest, a time to do and a time to
reflect and to do it again. Think about that.
MAKTOUB - Erg Chegaga from nunocruz on Vimeo.
E ai estávamos nós, entrando no
terreno tão desejado por toda a expedição. Por entre as trepidantes pistas
Dakarianas com horizonte largo e trajectos pouco assinalados e a emoção de
conduzir em duna, lá chegamos a um acampamento preparadinho para nós, plantado
em pleno Sahara, no Erg Chegaga. Depois de algumas desventuras, que para haver
aventura tem sempre de haver desventura, que nos fizeram ficar apeados (junta
da colaça à vida no nosso Jeep) e obrigaram a uma redistribuição nossa e da
nossa bagagem pelos restantes jeeps da expedição, lá chegamos ao Erg Chegaga.
Do jeep, ficava a promessa de recuperá-lo no dia seguinte em Zagora.
Desse dia fica sobretudo
registado o movimento através daquela paisagem e das gentes que nos saltaram ao
caminho vindos do nada (é incrível como num terreno arido e plano onde não se
vê ninguém, mal se pára, logo silhuetas andantes se recortam no horizonte) até
cair na areia da “praça” central delimitada pelas tendas onde haveríamos de
dormir. Indolentemente, deixamos o sol e o vento trespassar o nosso corpo e a
magnífica e serena paisagem do deserto emergir nos nossos olhos até lá bem
fundo na alma. Tudo, uma vez mais acompanhado com a incrivelmente versátil
musica do Nitin Sawhney (Prophesy,
Footsteps e Nadia).
Fluiu a conversa descontraída, o
riso e a felicidade plena de simplesmente poder estar ali. Tenho para mim que o
deserto, o mar alto e as estepes geladas do círculo polar (onde estive há uns
10 anos atrás) tem um ponto comum. São locais em que cada ser individual se
encontra com a sua mais profunda existência. Até pode estar em grupo, que essa
agradável solidão assalta-nos da mesma forma. Com efeito, a imensidão desses
locais emana uma essência que tudo
atravessa até se instalar no nível mais profundo (inconsciente) do ser humano,
devolvendo-lhe a identidade plena.
Um dia como esse traz à mente a
pressa em que cada vez mais somos impelidos a viver o dia-a-dia, que nos
consome a vida num ápice e que nos impede de saborear devidamente a nossa
existência. Definitivamente, NÃO VALE A PENA DESPEDIÇÁ-LA DESSE MODO..
Há sempre um tempo para correr e
outro para ficar parado, um tempo para esforçar e outro para descansar, um
tempo para fazer e outro para reflectir e outro ainda para fazer de novo.
Pensem bem nisso.
Sem comentários:
Enviar um comentário