We left in the morning, while it was fresh,
from Erg Chegaga to Zagora, a city located at the end of Draa valley, which is
a common stop for 4x4 expeditions to the Sahara, famous even among the Dakar
world because of its high concentration of mechanics specialized in 4x4
vehicles. It was to there that our jeep was sent, to Garage du Sahara, owned by
an old friend (Abdul) of my companions. 250 km of tracks through a special and
amazing scenery that transport you to the real sense of adventure. A travel
with the companionship of Cler Achel from Tinariwen,
a Malian music group. Since the
day before that me and my Migo were traveling in separate jeeps, him with the
health care team, me with the mechanics team. That boring misfunction had left
us in foot, right in the moment that we were about to start driving in the
desert. In the first moment it was like a punch in a nose, especially for Migo,
which was later smoothed by the entire expedition, which made an effort to
confort us, and by the amazing landscape we had the chance to travel through. I
really could understand the disappointment of Migo, due to parallel situations I
have been living in my professional way, after my PhD (a huge work that late
become in a desert of expectations, mainly due to the world crisis). But the
situation would show us that what really matters is the way and the intensity
we live our moments, rather than what our expectations are. And that, depends
mainly in your soul. Despite the mechanical problem, the travel was intense
amazing and fantastic, and nothing really important was lost. We both
understood that.
And so, we arrived in Zagora, passing by the
famous plate that inform you the distance to Tombouctu (50 days), by camel or
by foot, on the other side of the desert. A trip that I have been looking for
to do for a long time, since the day I met Hassan, the caravan guide that took
Alberto Vasquez Figueroa when he was preparing his magnificent novel (Tuareg) that
tells you about the amazing culture and life of the people of the desert. He
invited me to go with him. The
problem is to find 50 days of holidays. At the arrival, there was our jeep ready
to join the adventure again, in the garage du Sahara where we were welcome by a
smiley Abdul. And from there, we calmly moved to the refreshing hotel, an oasis
in the desert, that José Zambujal (Organizing board) had picked up for us,
spending the whole afternoon relaxing our tired bodies in the swimming pool,
while floating with Moby (Rushing).
MAKTOUB - 50 days to Tombouctou from nunocruz on Vimeo.
Abalamos pela fresca da manhã do Erg Chegaga em
direcção a Zagora, localizada à saída do vale do Draa, ponto de paragem
obrigatória para quem circula pelo deserto, famosa até entre os pilotos do
Dakar dada a enorme concentração de oficinas especializadas em veículos todo o
terreno. Foi para aí que foi o nosso Jeep, para a Garage Sahara, de um velho
amigo do pessoal da expedição, o Abdul. 250 km de pista por terrenos inóspitos
de uma beleza impar, daquelas que transmitem de imediato o senso de aventura,
que aqui faço acompanhar com Cler Achel
de um agrupamento Maliano muito famoso (Tinariwen).
Desde o dia anterior que viajávamos eu e o meu Migo, em carros separados. Ele
no jeep da equipa médica, eu no dos mecânicos. Aquela arreliante avaria tinha-nos
apeado na entrada do deserto, logo onde seria maior o prazer da condução. No
primeiro momento isso tinha sido como um murro no estômago, sobretudo para o
Migo, que viria a ser amenizado por todo o “povo” da expedição que desde logo
se preocupou em nos acarinhar e, sobretudo pela preenchente beleza daquele
trajecto. Eu particularmente, compreendia bem o Miguel por evidentes
paralelismos da minha vida profissional pós-doutoramento (uma aposta e esforço
enorme na execução do meu doutoramento, que por consequência da famigerada
crise que se instalou se desviou brutalmente das naturais expectativas). Mas
tudo aquilo teve o condão de demonstrar que o que importa realmente é o
trajecto que se fez e o partido que dele se tirou, e não propriamente viver o que
se pre-determinou. E essa intensidade depende sobretudo da alma de cada um. Foi
isso mesmo que aconteceu. Mau grado a avaria do carro, a viagem foi intensa,
peripécica, preenchente e nada de importante se perdeu. Percebemos bem isso, os
dois. Eu concerteza que ganhei muito com a camaradagem mais profunda com o Luis
e a Lu. Finalmente lá chegamos a Zagora, passando pela famosa placa local que
indica os 50 dias necessários para atravessar de camelo ou a pé o deserto até à
outra ponta em Tombouctu no Mali. Uma viagem que anseio fazer desde há muito,
quando numa passagem anterior conheci (em Tinhirir) o Hassan, o condutor de
caravanas de camelos que levou o Alberto Vasquez Figueiroa nesse mesmo trajecto
para ele escrever esse livro magnifico –Tuareg- que tão bem espelha a cultura e
a vida desse impressionante povo do deserto. O problema sempre foi encontrar
maneira de tirar 50 dias de férias, porque o convite surgiu logo ali.
Fomos direitos à Garage du Sahara
para limpar filtros e pequenos consertos de ocasião, e levantar o nosso
Discovery, já prontinho para reentrar na aventura. E de lá saltamos para o refrescante
hotel que o Zé Zambujal escolhera para nós (na sua função de organizador),
autentico oásis no deserto, onde abandonamos o corpo cansado e seco na piscina,
embalados ao som de Moby (Rushing).
4 comentários:
Quero ir!
Bora lá. Eu vou sempre outra vez
Doce o fluir de sons e de silêncios que os nossos sentidos não se cansam de beber
Noites consteladas
Em tertúlias vestidas de infinitos
Asas azuis de horizontes longínquos
Que no vigor espreguiçado do amanhecer poisam vendavais de liberdade
E pouco a pouco
Um pouco mais de cada vez
Vamos descobrindo essa consciência cósmica
Como o tempo passa!...
Memórias que a memória guarda
Dos laços que me prendem
E de mim não se perderão...
Na ternura deste entardecer
Um sorriso
Nica
Que saudade, Nica
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