After 14 hours of a furious
finger tapping on the back of the front seat (playing solitaire) interbedded
with 2 movies seen between yawns and the infinite and unavoidable
indispositions that a long flight brings to your body, finally we arrived in
Brisbane, with 17 hours delay to the planned. Midnight, what to do?. Stay in
Brisbane or move up driving the 400km we were planned to do during the day. And
so we did it. We drove it to Hervey’s bay where we arrived at 4:00 in the
morning to face only closed doors to a nice and confortable bed. Only after
7:30. And so we packed our 3 bodies along the ca rand let ourselves drawn with
the huge and scaring noise of an intensive bird life that was just waking up
for another day. Breakfast, reception details, and without a sleep, we jump on
board of the boat that will take us off-shore towards a meeting that had
already escaped from twice (In Azores and in Argentinian Patgónia): Whales.
A delightful and unforgettable
afternoon dancing with whales,
in a constant aproximation and
crescent cumplicity until we became part of the same space, the same walk, the
same little piece of life.
I felt smashed by the lightness
and tenderness of that huge being of the seas, both in the movement and in the connection
with us. Orgasmic, no doubt. Then, deeply happy with another piece of the Sea
History inside of me, i follow the night fall and fell finally asleep. 60 hours
had passed from our departure time.
Após 14 horas a martelar
furiosamente com os dedos nas costas do banco da frente (a jogar “solitário”)
entremeado com um ou dois filmes que vi entre bocejos e os infinitos e
inevitáveis desesperos causados pelas incomodidades de postura que sempre
acompanham as viagens de avião, chegamos ao aeroporto de Brisbane com 17 horas
de atraso relativamente ao previsto. Meia-noite, que fazer? Insanos que somos,
e na necessidade de comprimir os dias para incorporar o atraso, decidimos
arrancar de imediato e fazer os 400 km que tínhamos previsto fazer durante o
dia. Pé na estrada, bora lá, e lá fomos pausadamente ao doce ritmo das estradas
australianas em direção a Hervey´s Bay, onde chegaríamos pelas 4.00 da manhã e
onde nos aguardava mais um daqueles percalços que dão vida a uma viagem.
Impossível arranjar alguma alma que nos arrendasse um quartito para finalmente
pousar os ossos. Acabamos defronte de um hostal, criteriosamente deitados no
carro descansando, esperando a recepção abrir, sob uma “assustadora” algazarra
de pássaros a acordarem para o dia. Se o tamanho dos pássaros for proporcional
à sua voz, diria tratar-se de seres à escala dos tempos dinossáuricos. Segue-se
o pequeno almoço, uma volta pelo Porto de Hervey´s Bay e toca de pular para
dentro de um barco em direcção às baleias que nesta altura do ano povoam a
costa oriental da Austrália. E assim, 50 horas depois de ter saído, sem ter
visto os olhos a uma cama e com o sentido do prazer apurado pelo cansaço,
finalmente agarrava um encontro que já me escapara entre os dedos por duas
vezes (nos Açores e na Patagónia): Baleias.
Uma deleitosa tarde bailando com
elas,
com Josh Woodward (a Thousand Skins)
numa constante aproximação e
crescente cumplicidade até ficarmos verdadeiramente juntos no mesmo espaço, na
mesma passada, no mesmo pedaço de vida.
Sinto-me esmagado pela leveza e pela
delicadeza com que aquele ser de proporções descomunais se vai aproximando,
lenta e decididamente, até o contacto entre nós se definitivamente estabelecido
e prosseguir para uma amena convivência. Orgásmico, sem dúvida. Cai a noite e caio
(finalmente) na cama, profundo e feliz, com mais um bocado da história do mar
dentro de mim.
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