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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

FAR EAST - Playing with Whales

Hervey Bay, Queensland, Australia

After 14 hours of a furious finger tapping on the back of the front seat (playing solitaire) interbedded with 2 movies seen between yawns and the infinite and unavoidable indispositions that a long flight brings to your body, finally we arrived in Brisbane, with 17 hours delay to the planned. Midnight, what to do?. Stay in Brisbane or move up driving the 400km we were planned to do during the day. And so we did it. We drove it to Hervey’s bay where we arrived at 4:00 in the morning to face only closed doors to a nice and confortable bed. Only after 7:30. And so we packed our 3 bodies along the ca rand let ourselves drawn with the huge and scaring noise of an intensive bird life that was just waking up for another day. Breakfast, reception details, and without a sleep, we jump on board of the boat that will take us off-shore towards a meeting that had already escaped from twice (In Azores and in Argentinian Patgónia): Whales.
A delightful and unforgettable afternoon dancing with whales,
with Josh Woodward (a Thousand Skins)
  (http://www.joshwoodward.com/)
and with Big Blood (Time Stands Still)
(http://dontrusttheruin.blogspot.com/)
in a constant aproximation and crescent cumplicity until we became part of the same space, the same walk, the same little piece of life.

I felt smashed by the lightness and tenderness of that huge being of the seas, both in the movement and in the connection with us. Orgasmic, no doubt. Then, deeply happy with another piece of the Sea History inside of me, i follow the night fall and fell finally asleep. 60 hours had passed from our departure time.

Após 14 horas a martelar furiosamente com os dedos nas costas do banco da frente (a jogar “solitário”) entremeado com um ou dois filmes que vi entre bocejos e os infinitos e inevitáveis desesperos causados pelas incomodidades de postura que sempre acompanham as viagens de avião, chegamos ao aeroporto de Brisbane com 17 horas de atraso relativamente ao previsto. Meia-noite, que fazer? Insanos que somos, e na necessidade de comprimir os dias para incorporar o atraso, decidimos arrancar de imediato e fazer os 400 km que tínhamos previsto fazer durante o dia. Pé na estrada, bora lá, e lá fomos pausadamente ao doce ritmo das estradas australianas em direção a Hervey´s Bay, onde chegaríamos pelas 4.00 da manhã e onde nos aguardava mais um daqueles percalços que dão vida a uma viagem. Impossível arranjar alguma alma que nos arrendasse um quartito para finalmente pousar os ossos. Acabamos defronte de um hostal, criteriosamente deitados no carro descansando, esperando a recepção abrir, sob uma “assustadora” algazarra de pássaros a acordarem para o dia. Se o tamanho dos pássaros for proporcional à sua voz, diria tratar-se de seres à escala dos tempos dinossáuricos. Segue-se o pequeno almoço, uma volta pelo Porto de Hervey´s Bay e toca de pular para dentro de um barco em direcção às baleias que nesta altura do ano povoam a costa oriental da Austrália. E assim, 50 horas depois de ter saído, sem ter visto os olhos a uma cama e com o sentido do prazer apurado pelo cansaço, finalmente agarrava um encontro que já me escapara entre os dedos por duas vezes (nos Açores e na Patagónia): Baleias.
Uma deleitosa tarde bailando com elas,
com Josh Woodward (a Thousand Skins)
e com Big Blood (Time Stands Still)
(http://dontrusttheruin.blogspot.com/)
numa constante aproximação e crescente cumplicidade até ficarmos verdadeiramente juntos no mesmo espaço, na mesma passada, no mesmo pedaço de vida.

Sinto-me esmagado pela leveza e pela delicadeza com que aquele ser de proporções descomunais se vai aproximando, lenta e decididamente, até o contacto entre nós se definitivamente estabelecido e prosseguir para uma amena convivência. Orgásmico, sem dúvida. Cai a noite e caio (finalmente) na cama, profundo e feliz, com mais um bocado da história do mar dentro de mim. 

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