I feel an incontrolable breath entering my nose, with the
idea of a sweet nomading. This time to go towards the eastern point i have ever
been. Brisbane, Queensland, Austrália.
With Silvia and Carlos rodrigues and also with the Mind Orchestra and the so
adequate theme “Nomad”.
In my way to the aeroporto
i am informed that there is some confusion due to a strike of safety personel.
Damn them that made me lose the flight to Brisbane, stealing 14 day hours of
our time in Australia. Although the huge heat that our bodies had to face when
leaving the airport, our souls sang out louder to move around that so called excentric
city, where the police drive lamborghinis. Let’s take the chance, Forget the
misfortune.
30 years ago, there was no more than a little village in
this arid landscape in the margins of the Arabian Sea. In 30 years, a modern
city emerged from the desert and from land reclaimed to the sea. Everything is
clean, everything is organized, everything is controlled. Too much of those 3.
Too less of that youth soul that makes cities live.
And then… we realize that this is a borning city, the first
one i met, with a history that haven’t happened yet, a life it hasn’t lived,
the sadnesses and anguishes it hasn’t felt. Everything can happen, this future
is not previewable, everything can be dreamt. For sure i will not see to where
all this thing went on, but i was blessed with a glance of its birth. I will
not forget it.
A couple of hours later, i’m shipped for the terrible 14
hour trip that separates Dubai from Brisbane. I'm on the road, again. I´ll see you in Australia
Sinto essa brisa incontrolável a entrar-me pelas narinas, de
novo, na expectativa de mais um doce nomadar. Desta vez, para o ponto mais a
leste para onde viajei. Brisbane, Queensland, Austrália, na companhia da Silvia
e desse meu amigo eterno, o Carlos Rodrigues, a que junto os the Mind Orchestra
com o adequado tema “Nomad” para nos embalar a viagem.
Uma longa lufada de ar antes de mergulhar de novo na
profundeza do dia a dia. Desta vez saio à tarde, em vez da habitual saída ainda
a noite dorme profunda. Gosto mais de sair de dia, mas desta feita o tiro saiu
ao contrário. Uma greve de seguranças do aeroporto é-nos anunciada pelo vitor,
a caminho do aeroporto. Antevejo que não chego ao destino no calendário. Dito e
feito, aterro no Dubai quando o avião para Brisbane já se foi. Ficaremos no
Dubai por umas 14 horas. Hesito perante a enormidade do calor, mas nem ele nos
cala a alma. Aproveitemos para um city tour nessa terra excêntrica plena de excêntricos
e das suas conhecidas excentricidades. Aproveitemos o ensejo, saltemos o desatino.
Há 30 anos, não havia mais do que uma pequena aldeia perdida
no deserto árido debaixo de calor infernal, junto ao mar (Arábico). Hoje, o
deserto vai cedendo debaixo de um impressionante paliteiro de arranha céus e de
vastas áreas ajardinadas em resorts, campos de golf e afins, enquanto mar vê a
terra avançar em espasmos de riqueza. Está tudo impecável, tudo organizado,
tudo controlado. Até tem o inverno empacotado numa enorme caixa onde se pode
apanhar frio e fazer ski. Não vislumbro um grafiti numa parede, nem um
desarranjo provocado pela muita e variada construção que lhe assinala o
crescimento. Não encontro miséria (mas sei que há), nem pobreza, nem o subúrbio
escuro de todas as grandes cidades onde se acumula a droga e a prostituição.
Não ouço o chilrear de crianças, nem a garridice da juventude inquieta que
garante o futuro. Tudo demasiado limpo, demasiado asséptico. Soa, sabe e parece
estranho.
No meio disso apercebo-me que é a primeira vez que estou numa
cidade com tão tenra idade. Imagino-lhe a
história que ainda não tem, a vida que ainda não viveu, as incertezas e
angustias que ainda não sentiu. Tudo pode acontecer, que o futuro não se
adivinha e eu não vou estar cá para o ver. Mas vi, lá isso vi, e pela primeira
vez, uma cidade a nascer. Reduzo, por isso, a intensidade da maldição que
lancei aos seguranças do aeroporto, pelo transtorno que causaram no meu
cronograma. Sempre acabei por levar algo em troca. Volto ao hotel, já noite
caída, apenas para jantar. Dormir não vai dar, porque sou empacotado de novo
para o aeroporto pela meia-noite do mesmo dia para 14 horas de viagem até
Brisbane. On the road, again. Vemo-nos na Austrális
Sem comentários:
Enviar um comentário