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sábado, 1 de outubro de 2016

DUBAI - a new city is born

Dubai, United Emirates

I feel an incontrolable breath entering my nose, with the idea of a sweet nomading. This time to go towards the eastern point i have ever been.  Brisbane, Queensland, Austrália. With Silvia and Carlos rodrigues and also with the Mind Orchestra and the so adequate theme “Nomad”.
 In my way to the aeroporto i am informed that there is some confusion due to a strike of safety personel. Damn them that made me lose the flight to Brisbane, stealing 14 day hours of our time in Australia. Although the huge heat that our bodies had to face when leaving the airport, our souls sang out louder to move around that so called excentric city, where the police drive lamborghinis. Let’s take the chance, Forget the misfortune.
30 years ago, there was no more than a little village in this arid landscape in the margins of the Arabian Sea. In 30 years, a modern city emerged from the desert and from land reclaimed to the sea. Everything is clean, everything is organized, everything is controlled. Too much of those 3. Too less of that youth soul that makes cities live.
And then… we realize that this is a borning city, the first one i met, with a history that haven’t happened yet, a life it hasn’t lived, the sadnesses and anguishes it hasn’t felt. Everything can happen, this future is not previewable, everything can be dreamt. For sure i will not see to where all this thing went on, but i was blessed with a glance of its birth. I will not forget it.
A couple of hours later, i’m shipped for the terrible 14 hour trip that separates Dubai from Brisbane. I'm on the road, again. I´ll see you in Australia

Sinto essa brisa incontrolável a entrar-me pelas narinas, de novo, na expectativa de mais um doce nomadar. Desta vez, para o ponto mais a leste para onde viajei. Brisbane, Queensland, Austrália, na companhia da Silvia e desse meu amigo eterno, o Carlos Rodrigues, a que junto os the Mind Orchestra com o adequado tema “Nomad” para nos embalar a viagem.
Uma longa lufada de ar antes de mergulhar de novo na profundeza do dia a dia. Desta vez saio à tarde, em vez da habitual saída ainda a noite dorme profunda. Gosto mais de sair de dia, mas desta feita o tiro saiu ao contrário. Uma greve de seguranças do aeroporto é-nos anunciada pelo vitor, a caminho do aeroporto. Antevejo que não chego ao destino no calendário. Dito e feito, aterro no Dubai quando o avião para Brisbane já se foi. Ficaremos no Dubai por umas 14 horas. Hesito perante a enormidade do calor, mas nem ele nos cala a alma. Aproveitemos para um city tour nessa terra excêntrica plena de excêntricos e das suas conhecidas excentricidades. Aproveitemos o ensejo, saltemos o desatino.
Há 30 anos, não havia mais do que uma pequena aldeia perdida no deserto árido debaixo de calor infernal, junto ao mar (Arábico). Hoje, o deserto vai cedendo debaixo de um impressionante paliteiro de arranha céus e de vastas áreas ajardinadas em resorts, campos de golf e afins, enquanto mar vê a terra avançar em espasmos de riqueza. Está tudo impecável, tudo organizado, tudo controlado. Até tem o inverno empacotado numa enorme caixa onde se pode apanhar frio e fazer ski. Não vislumbro um grafiti numa parede, nem um desarranjo provocado pela muita e variada construção que lhe assinala o crescimento. Não encontro miséria (mas sei que há), nem pobreza, nem o subúrbio escuro de todas as grandes cidades onde se acumula a droga e a prostituição. Não ouço o chilrear de crianças, nem a garridice da juventude inquieta que garante o futuro. Tudo demasiado limpo, demasiado asséptico. Soa, sabe e parece estranho.
No meio disso apercebo-me que é a primeira vez que estou numa cidade com tão tenra idade. Imagino-lhe a  história que ainda não tem, a vida que ainda não viveu, as incertezas e angustias que ainda não sentiu. Tudo pode acontecer, que o futuro não se adivinha e eu não vou estar cá para o ver. Mas vi, lá isso vi, e pela primeira vez, uma cidade a nascer. Reduzo, por isso, a intensidade da maldição que lancei aos seguranças do aeroporto, pelo transtorno que causaram no meu cronograma. Sempre acabei por levar algo em troca. Volto ao hotel, já noite caída, apenas para jantar. Dormir não vai dar, porque sou empacotado de novo para o aeroporto pela meia-noite do mesmo dia para 14 horas de viagem até Brisbane. On the road, again. Vemo-nos na Austrális


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