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sábado, 24 de maio de 2014

KISSING AFRICA - The road to Inhambane

Maputo - Inhambane

3 days to recover from the extra long trip from my sweet Granja and Maputo, to kill the miss i feel for Silvia and prepare my body to another cross country. This time from Maputo to Tete. With the possibility of extending it to Malawi.
I leave again. This time with Jorge, the Cruz, once again brotherized by the movement. Intermitent imigrant, just like i am. And also itinerant, in a perpeteous movement. And with Fernando, the Paiva, that left Portugal a couple of years ago and scratches his life around here.
We escape from the road siege that everyday isolates Maputo. Difficult to get in, difficult to depart. We overcome the 2 problenmatic cross roads quickly than expected, and leave the caotic city behind while a wonderful scenery passes in front of our eyes, while  Luisa Sobral (Why should i? and I´m not there yet)
sing us the rythm of the travel. 7 hours that invade me, growing my serenity.

We fall in the beach, in front of Barra Lodge and we were hunt righ way by this boy with the crazy idea of selling bread in a beach where we are the only ones. We refuse, and i slides to another business oportunity, without losing his equilibrium. Looking straigth to the 2 mobiles that jorge brings with him.
"Help me, help me. Give me one mobile " he asks. Jorge laughs out loud, saying that is impossible. He insists...
"You van keep the sim card", he says sure that it should be the problem.
No way. The conversation keeps on. Once again he moves the subject. Now he says that he can sing well and would like to record an CD.
"Sing to us, for us to see if you stand for a chance", Jorge says
He straigths up, and start singing. Happy.
I just let the african sounds swallow my soul, while i invey him. How simple can life be.


KISSING AFRICA - The road to Inhambane from nunocruz on Vimeo.

3 dias para recuperar da longuissima viagem que separa a minha Granja de Maputo, matar a profundissima saudade da Silvia e preparar o corpo para outro cross country. Desta vez de Maputo até Tete, com a possibilidade de se estender até ao malawi.
Parto de novo. Desta vez, com o Jorge, o Cruz, mais uma vez irmanado no movimento. Emigrantes intermitentes (ora estamos ora não estamos) e também itiinerantes, porque não há parança em lugar nenhum. Sempre em movimento. E com o Fernando, que saiu de Portugal faz tempo, e arranha a vida por aqui. Os 3 descontraidos em movimento pelo país e pela vida.
Escapamos por uma nesga ao cerco rodoviário que todos os dias fecha a cidade, como se de um filtro se tratasse e aos poucos vamos deixando o ambiente urbano caótico e desorganizado que dá lugar a um lindissimo cenário que desfila perante os nossos olhos enquanto a Luisa Sobral (Why should i? e I´m not there yet) canta para nós o ritmo da viagem. 7 horas de viagem que me inundam a serenidade.
Caímos na areia da praia em frente do Barra Lodge e logo somos "caçados" por um tipo que vê em nós uma oportunidade de negócio. Tem apenas pão para vender. Sem nada para lá pôr. Apenas pão. Não dá. Não queremos. Ele olha para nós e para a nossa recusa, não se intimida, não se desmancha e desliza para outro negócio. Olha para os dois telemóveis do Jorge e clama:
"Ajuda, ajuda-me. Dá-me um telemóvel dos teus. Só precisas de um".
O Jorge ri, e diz-lhe que não. Ele insiste...
"Podes ficar com o cartão", diz convicto de que é esse o problema.
Não dá. A cavaqueira continua e ele manifesta a vontade de cantar, de gravar um disco.
"Então canta lá aí para nós, para ver se tens futuro".
Ele apruma-se e entoa com alma uma canção. Afinado, enturmado, feliz. Deixo os sons africanos inundarem-me a alma (Basimanyana), enquanto o invejo sem maldade. Quão simples pode ser a vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da cor, dos sons, da harmonia que o teu "filme" transmite (gostei, porque lhe sinto a falta, depois deste periodo tao cinzento/dificil, gostei porque tambem lhe sinto a falta, e desperta-me um sorriso na alma... um sorriso e uma luz que necessito).
Gostei do teu "artista na praia"(da "labia", do fazer pela vida de uma maneira tao simpatica, apesar do seu olhar serio... gostei da placa que fotografaste e do dizer sabio que a vida nao se mede no numero de movimentos respiratorios que se fizeram, mas nos momentos que nos tiraram a respiracao... Gostei, NUno!!!! Obrigada, pelo teu exemplo, pela tua partilha...
Beijo grande (tambem á Silvia, aos teus colegas que estao em Africa, e noutras partes do mundo, longe da familia -le-se-lhes na face... Um dia hao-de voltar, e esse momento vai-lhes cortar a respiracao no bom sentido...e por todos os que ficam, e nos quais as rugas tambem marcam os anos vividos, a canseira, e a luta...
Abraco grande (tambem á Nica, acompanhante bonita do blog)

Anónimo disse...

Foi muito bom la voltar! La longe....! Bem longe ...! Africa ......da terra vermelha ,dos panos multicolores ,dos cabelos cacheados ,dos movimentos soltos ,dos rituais sagrados ,da musica e da danca ..... Africa das memorias da saudade ,dos afectos ........... Eu sinto que entendes . Eu sinto que falas alto a Natureza Eu sinto que te sentes por inteiro porque AMAS. Obrigada por todo esse Amor ,Inteligencia ,Vida. Nesta manha de chva miudinha ,leio Valter Hugo Mae Deixo te e a ti ,Isabel,um terno beijo. Nica