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sábado, 26 de novembro de 2011

A Spot of Light in a Dark Horizon - The Serenity

Perth

And in one month, i have travel at light speed (one week of work between two week-ends in airports and airplanes) to Peru and Australia. Tiring business, that´s for sure, but as i always say you've got to taste your path, even if it is for just some decisive moments.

I left Porto, one saturday in the evening, leaving behind me a horrible scenario of "everything in flames", dark horizon of so many fears of an uncertain future. Monday, before dawn i had landed in Perth, Western Australia, falling in a world i thaugth vanished. Neither laziness nor rush, everything made in a balanced and serene way. No sign of the worried faces we are used to find all around us everyday, and that we guess in the faces of all europeans and americans. The obvious fall of a selvatic capitalism favoured by these two continents after the fall of the Berlim Wall. The promises that it has brought to our generation and where all this has ended. A strange "revanche" of the comunist empire's fall.

And there, in the homeland of the only Australian i really know, Martin Fahey, once again i look at all this i had left behind, but this time with a distant look and the australian evidence that it is possible to rule our lives in a different way (observe the harmony between seaguls and ducks, at the end of the movie, and see what i mean). To me, and my travelling beloved partner Carlos Rodrigues, Perth gave us the possibility of having a fresh and realistic look of all these, embeded by the sounds of Take Five (David Brubeck) and Bosshanover (Mo´horizons).

Kisses and hugs



E em cerca de um mês, duas viagens à velocidade da luz (uma semana de trabalho, com fins de semana metido entre aeroportos e aviões), uma ao Peru e outra à Austrália. Cansativo, sem dúvida, mas como sempre digo, há que saborear o trajecto, nem que seja só por breves instantes.

Saio do Porto, num sábado pelo meio da tarde, deixando atrás de mim um cenário dantesco de "tudo a arder", horizonte carregado "envortiçando" temores vários de futuros demasiado indefinidos. Segunda-feira, de madrugada, aterro em Perth, parecendo cair num sitio que já julgava extinto. Nem preguiça, nem pressa, tudo feito de modo equilibrado e sereno. Nem sinal da inquietude que estamos habituados a ver à nossa volta e que adivinhamos estar também um pouco por toda a europa e pelos próprios americanos. A iminente queda do capitalismo selvático e esclavagista que estes dois continentes promoveram após a queda do Muro de Berlim, talvez como uma esquisita "revanche" à queda do império comunista. O que isso prometeu (pelo menos para a minha geração) e em que é que afinal tudo acabou?!

Alí, na terra do único Australiano que tenho a honra de conhecer, Martin Fahey, olhei para tudo isto, mas desta vez com o olhar distante e com a evidência australiana de que é possível governar a vida de outra maneira (observem com atenção a cena final do filme de harmonia entre patos e gaivotas, e sintam o que eu quero dizer). A mim e ao Carlos, estimadissimo compincha com quem foi um prazer fazer este percurso, Perth deu-nos a frescura de olhar para as coisas com serenidade e realismo, em que Take Five (David Brubeck) e Bosshanover (Mo´horizons) encaixam que nem uma luva.

Beijos e abraços

9 comentários:

Anónimo disse...

Comeco-me a habituar a ser "a primeira" a comentar...
Fiquei "impressionada" (comecando pelo fim...):
1-com os cisnes (um dos meus animais preferidos, fonte de serenidade diaria para mim -que previlegio! sobretudo vivendo num pais europeu, e com um trabalho que da'"stress que chegue"!!!)... embora nunca tenha visto nenhum cisne negro (e tivese curiosidade...). Sabias que quando um cisne canta, e'um sinal de que esta'prestes a morrer (pelo menos assim se acreditava na antiguidade, em relacao ao "cisne comum"..)?
2- A tua "cambalhota yoggica"(nunca tentei essa, porque nao faz parte da coreografia das minahs aulas... mas consigo fazer muito bem "o corvo", e "o cisne"e'uma das minhas posicoes preferidas, tao "graciosa", tao bela e equilibrada...o que nos falta no dia a dia?)
3- A musica
4- O texto (e a proposito do texto permite-me que divague... bonito ver, que um pais onde "o progresso" nao falta,ha'lugar para "o equilibrio" -que fonte de esperanca!- e que o mesmo te trouxe um sorriso á Alma! Nos nao vivemos na Australia,a Natureza a par e par com os predios e o progresso... melhor organizacao, "harmonia/sintonia colectiva"?...Mas, na ausencia de um destes factores, fica "o foco" na "harmonia pessoal", no ser capaz de "apesar de tudo" trilhar o caminho pessoal (o dia a dia) com serenidade, e transmiti-lo ao mundo mais proximo, e da maneira mais simples (o simples sorrir a uma crianca, ter tempo para um filho, ou sorrir a velhinha no autocarro/na rua...). Gestos simples como estes podem mudar o nosso dia e o dia dos outros... No fundo: "Nao importa onde se chega, mas como se caminha"(e'mais ou menos esta a mensagem, nao e'? Nao em lembro exactamente do "original"...)

Beijos (muitos)

isabel

Anónimo disse...

Mas que lindo filme!...
E que bela prosa!...
Foram 10 minutos de filme? Não foram apenas dois?
Imagens, cores, sequências tão bem conseguidas...Dá prazer ver este filme. E o acompanhamento musical?
E mais não digo.
Quanto à prosa... retrata excelentemente o "momento" que atravessamos.
Mas... há que ter esperança!
Inácio

Anónimo disse...

Eis o novo homem que querem à viva força que todos sejamos: muito pouco com a vida e quase nenhum para visitar o mundo ou pensar.

A que nos vão obrigar mais amanhã?

Que nos vão tirar mais?
...um fim de tarde passado na praia, simplesmente a olhar para o mar; uma visita a uma pessoa especial; um banho de imersão; uma tarde enrolada numa manta com a lareira acesa; um passeio para ouvir o sussurro, o murmúrio da cidade; o pino feito na rua vendo o mundo ao contrário (direito?)

É preciso saber encontrar-nos em nós mesmos e com os outros.

Coisas simples que podem fazer de nós pessoas mais felizes, mais reconfortadas e de bem com a vida e com os outros. Por isso, cada vez mais gosto do pormenor.
O pormenor de um relógio,
o pormenor de uma fotografia,
o pormenor de um anúncio,
o pormenor de uma presença,
o pormenor de um voo,
o pormenor de um tronco,
o pormenor de uma fachada
.....

Os meus pés fazem estalar as folhas secas no chão, os pássaros cantam, a paisagem muda de repente, uma luz acende-se vinda de uma janela, um quadrado ilumina-me o chão. Uma porta abre-se, eu entro...É quente! É acolhedor !

É com tudo isto que me fascino, que me encanto, que mergulho no mundo com a lágrima, o sorriso, o grito...e o adormecer. E viajo.
...Viajo...

No sopro de uma brisa fagueira
dedilhando de ternura a tua alma,
um sorriso....

Nica

Nuno Cruz disse...

Oh que trio tão quentinho eu apanhei aqui. Um Beijo à Isabel, uma turra no Inácio, uma festa na Nica. Thanks

Nuno Cruz disse...

Agora com um pouco mais de tempo, gostava de dizer o prazer que me dá a vossa frequente atenção às baboseiras que vou debitando pela boca fora, douradas quase sempre pelo poder conjunto da musica e da imagem. Sabe-me bem, muito bem, ter pessoas em redor tão bonitas quanto vocês o são. Faz-me sorrir e faz-me ter vontade de contar mais histórias e outras histórias e ir à procura de outras ainda para poder contar.

Obrigado pelo vosso carinho e pela vossa companhia. Sinto orgulho nisso.

Beijos e abraços

A minha vida dava um blog disse...

acho que foi bom ter vindo para ca, se calhar em coimbra nao irias ter noticias tao boas em relaçao a escola como aqui ... grande abraço pai :)

costa disse...

Verdadeiro cidadão do Mundo!!
Como foi bom ter partilhado contigo algumas dessas paragens, algures...
Muito bonito !
Um abração meu amigo.

Nuno Cruz disse...

Meu migo

fico feliz por saber que estás bem , no teu caminho. Como pai, e sobretudo como teu amigo. Para mim, com o tempo e se somos honestos, a figura do pai vai-se diluindo e a do amigo vai-se sobrepondo. Dá-me um prazer enorme ver isso a acontecer connosco.

Abraço e boa jornada

Nuno Cruz disse...

Mê Costinha

Fico feliz por saber que vês isto e sobretudo que gostas de olhar para as coisas que aqui vou pondo. Esse é o meu maior prazer, e a razão porque este blog (que supostamente iria acabar com o final do doutoramento) continua no "ar". As pessoas (como tu) vão gostando, tirando partido do meu olhar sobres as coisas que vou vivendo e isso vai-me dando sempre "pica" para continuar.

Obrigado pela tua presença e pela tua (longa) amizade