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sábado, 16 de maio de 2009

A PhD on the Road (Tibete)

Lhasa

One day you got to leave, even if you don´t want to.

My last day in Tibet was blessed by the company of Dalai Lama through the heart of a child. In fact, after some tricks and turns i was in a genuine tibetean party, where you can see their true way of life. I walked around wiith my Canon, breathing their air and taking photos of all that magnificent world. All of a sudden a group of children just came to me and ask to take some pictures of them, and then to see it, among naif and childish laughs. I felt my hair going up.
One of them (the little Dalai Lama) took my hand and dragged me jumping from roof to roof, and then again to the floor, penetrating all that gents, going up again to the roofs until i was definitively exhausted. I beg him to stop, bought a couple of drinks and we set in one roof drinking and looking down as if we were gods looking at their people. The sensations became stronger. In a moment he looked at my nude arms (i had took out my coat), runned away and came back with all his friends pointing my arms. And they started pulling the abundant hair that covers my body (tibeteans don´t seem to have that), always laughing truly amazed. A Tear drop rolled down my face in a moment of absolute happiness.

We stayed together until the sunset when their folks just came to takem them home. Without a word, with a big smile, little Dalai Lama just put his arms around my neck in the strongest hug i have ever had. My head became dizzy, the heart stressed, smashed by that simplicity of genuine feelings. I Was Stuck in a Moment (U2) and couldn't get out of there.  Withou any words, always smiling he went away. 

I would like to stay forever. I really didn´t want to leave that place of incredible happiness. But then i remeber Heirich Harrer (7 years in Tibet) and the terrible price he had to pay at the end of his fantastic story. And so my Migo, Kikoleta and Liquitas (my beloved sons) came up to my mind and iunderstood my time to leave has came, befor it was too late. 

Almost lost the plane, but at the last minute in a true effort i managed to jump into it. With my heart full of the best of the adventures. 

Um dia temos que partir, por muito que não o desejemos.

O meu último dia no Tibete foi abençoado pela companhia do Dalai Lama através do coração de uma criança. Depois de umas quantas voltas atribuladas a fintar algumas proibições dei comigo numa festa genuina de tibetanos, onde a vida deles corre como deve ser. Dei umas voltitas pelo local para me ambientar, segurando firmemente a minha inseparável CANON e captando todo aquele ambiente. Nisto um grupo de piquinitos aproxima-se, pede para os fotografar, para ver as fotografias, tudo entre risos profundamente ingénuos e infantis. Senti um arrepio. Um deles (o pequeno dalai lama) agarrou na minha mão e arrastou-me pelo espaço saltitando pelos telhados, furando no meio daquele imenso povo, voltando aos telhados, brincando intensamente até eu me encontrar completamente exausto. Parei, comprei uma bebidas e sentam-nos os dois em cima de um telhado, a olhar para baixo, como se fossemos dois deuses. Arregaçei as mangas para libertar o suor e ele olhou para os meus braços com estupefacção, desatou a correr e voltou com os amigos das fotografias apontando os meus braços. E então começaram a puxar-me os pêlos que com abundancia cobrem o meu corpo, sempre rindo, divertidos. O arrepio aumentou de intensidade até que uma lágrima de felicidade me correu pela face. 

Continuamos juntos até ao entardecer, quando os seus familiares, com um sorriso lindo iluminando os seus rostos, os vieram buscar. Sem uma palavra, o pequeno Dalai Lama, pôs os braços à volta do meu pescoço e deu-me um abraço tão profundo que eu fiquei esmagado com aquela simplicidade de sentimentos genuinos. A cabeça atordoou, o coração apertou e eu só queria que aquele momento não acabasse. I Was Stuck in a Moment (U2) and couldn't get out of there.  Sem mais palavras, sempre sorrindo, ele largou-me, deu meia volta e foi-se.

Queria muito ficar, para sempre. Não queria mesmo partir daquele sitio que tanta felicidade me trazia. Mas lembrei-me do Heinrich Harrer (7 anos no Tibete) e do preço terrivel que pagou no final da sua maravilhosa história. Lembrei-me do meu Migo, da Kikoleta e da Liquitas (meus filhos) e compreendi que tinha de partir, de continuar o meu movimento para regressar um dia para eles, sem que isso fosse tarde de mais.

Quase perdi o avião, mas com um esforço compenetrado consegui saltar lá para dentro. Com o coração cheio da melhor das aventuras.

12 comentários:

myself disse...

Foi uma tarde pura, sem artifícios. Inesquecível.

Nuno Cruz disse...

Estavas à espreita.

Inesquecivel

Sandra Coelho disse...

E tu levaste-os até mim para eles também verem os meus braços... E eu fiquei ali a ver-te com o António a correr pelos telhados e a sorrir com o sorriso mais iluminado de sempre!

Nuno Cruz disse...

E daí para a frente o teu mau feitio foi-se para sempre. Aqueles momentos hão-de unir-nos até à eternidade.

beijos e abraços e um monte de palhaços

O teu filho :D disse...

Este texto esta incrivel..

Eu amo-te , es o MELHOR PAI DO MUNDO

Nuno Cruz disse...

Mê Miguinho

Eu adoro-te também.

Estarei sempre à mão, para tudo o que precisares.

FranciscaCruz disse...

Pai , porque não foste para escritor páh ? :D
Tens aí um texto e pêras ;D

Gosto de ti <3

Nuno Cruz disse...

Se escritor é um tipo que escreve, então eu sou escritor. Porque de há uns tempos para cá tenho treinado todas as semanas.

Ê também goste de tu, meu kikoliticos

Sónia Figueiredo disse...

É com muito gosto e num registo deliciado que tenho acompanhado esta tua aventura no Tibete. Acredito que momentos como esses são fundamentais porque nos constroem como pessoas, ajudam a largar as fronteiras do que conhecemos e de nós próprios. Acho que viagei também a esses locais através deste blogue.
Queria só dizer um olá e enviar-te um abraço amigo. Também aos 4 elementos preciosos da família (a Sílvia e os três miúdos/graúdos).
Até breve

Nuno Cruz disse...

Olá soninha

Que bom ouvir a tua "voz". Coisa boa esta, de conseguir que outros se sintam em viagem com a minha viagem, podendo dar um pouco da minha alma e dos sitios por onde ela vai pairando. Espero que isso contribua para mais alegria, mais bem-estar e sobretudo mais SONHO.

Beijos

Anónimo disse...

Com um abraço, tal qual aquele que demos numa noite em Coimbra, percebes o q te quero dizer... Nessa altura era eu o miúdo!
M

Nuno Cruz disse...

Outro abraço para ti, meu M