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sábado, 18 de junho de 2011

Patagonia - Smashing Serenity

And then, you wake up in the morning and you realize you are in a different planet. Again we hit the road towards Caviahue, a little town located in the foothills of Copahue Volcano (another one), smashed by serenity of the landscape and its silences, only disturbed by the wind and our own voices and noises. The footsteps of this journey in the land of Mapuche indians perfectly mixed within lanscape (for me, indians are the people that better balanced the human life with nature) can be felt by the music of Jesse Cook (Azul), while the sweet whisper of the wind in my ear is blown by the fantastic Ruben Patagónia and his Cancion del Viento. Probably i should stop here, since music and images of the Diaporama say everything that should be said.

However, i´d like to share what took in love my soul in that exclusive scenary. I remembered, once again, of my life in Vizela and Foz-do-Douro, with its permanent harmony and the human chain in a perfect flow, crossing lifes and antecipating so many ways to overcome. And also remembered all the ideals impregnated of freedom i dare to dream about in my times of Coimbra (university), when the internetic model of society was only in the early beginning. After that a huge Tsunami came over. Computers took the lead of our own lifes, promising a sustainable life that would never arrive. The philosophic jump didn´t happen, and the damn machines became our first competitor transforming us in a multi-function box thrown out to a never ending vertigo of rush and greed, cutting out of the scene the space for courtesy, love and care. It could only end in what it did. A fragile world waiting to fall apart.

And there i was, in the middle of the Patagonia , being naif enough to believe again in a society based in sharing, loving and loyalty as a way of making the Earth a good place to live.

And so, i took the chance and cleaned out of my soul the lefties of the disappointment i felt after the presentation of my PhD (this trip is a single gift offered by me to myself, to comemorate that commitment) learning in definitive how to avoid bitterness in your soul. That would only be good to dark grey my horizon.

Enjoy the moment
Acordamos de menhã com a sensação de estar noutro mundo. Pusemos novamente e uma vez mais os pés ao caminho, com o intuito de chegar a Caviahue, na base do vulcão (mais um) Copahue, esmagados por aquele desfilar de paisagem e de silêncios apenas cortados pelo vento e pelas nossas próprias vozes.
O ritmo deste trajecto, por entre terra de indios mapuches que tão bem se misturam naquela paisagem (para mim os indios são o povo que melhor equilibrio criou com a natureza), pode ser sentido através Jesse Cook (Azul) enquanto o doce assobio do vento que senti nos meus ouvidos pode ser escutado através dofabuloso Ruben Patagónia e a sua Cancion del Viento. Provavelmente deveria ficar por aqui porque as imagens e a música do diaporama dizem tudo quanto há para dizer.

Mas gostaria de partilhar o que a minha alma pensou naquele cenário exclusivo. Lembrei-me mais uma vez da vida de Vizela e da Foz-do-Douro com a sua harmonia permanente, o encaixe humano das pessoas e a fluidez com que as vidas se cruzavam e descruzavam antecipando futuros para desbravar. Lembrei-me também da minha Coimbra e dos ideiais que sonhei de uma vida livre e desempenada, nesse tempo em que o modelo informático de sociedade não passava de um embrião.

Mas depois tudo se precipitou. A informática tomou posse, com promessas inequivocas de um desenvolvimento encantador, fazendo-nos acreditar profundamente no salto tecnológico que nos preparavamos para dar. O problema foi que o salto filosófico não ocorreu, e a maldita maquinaria que nos devia dar uma vida mais sustentada, mais equilibrada, virou o nosso competidor mais sério. Não passamos hoje de caixa multi-funções atirada para uma vertigem interminável de pressa e avidez que eliminou o espaço para a delicadeza, a cortesia, as boas relações, a lealdade e o amor, até que a mais hedionda das atitudes passou a ser viável (é só uma questão de argumentação). Por isso, só poderia dar no que deu. Um mundo preso por arames, à espera de ruir.

Ali, no meio da patagónia, esmagado pela sua paisagem, senti de novo essa inocência e ingenuidade de acreditar no altruismo, na lealdade e no lado mais doce das pessoas como forma de fazer da terra um sitio bom para viver. Aproveitei a ocasião e libertei-me dos restos de desencanto que se sucedeu à defesa da minha tese de doutoramento (de que esta viagem é uma prenda, de mim para mim), aprendendo definitivamente a impedir que a amargura e o azedume possam algum dia controlar a minha existência. E isso, concerteza, serviria apenas para me tornar o horizonte cinzento.

Curtam o passeio

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá Nuno e Isabel
Oiço minha alma cantar e dou comigo a recordar...
foram páginas doiradas
foram noites de luar
foram sonhos, cheios de magia, em meu peito jorrados
foram tragos de mel
foram recados ,promessas deixados em seu olhar
foram risos, alegrias, cantares, folguedos
foram estrelas na palma da minha mão... anos coloridos pela frescura da vida
Desci por vielas até à Foz ...
a imensidão da vaga, as gaivotas a voar , o traço de avião...
Um dia...!

O mundo está sofrido... lanhos de angústia...ofensa e injustiça...

Deixo-vos aromas de sossego, de paz ,de ternura.

Nica

Nuno Cruz disse...

Fantásticooooooooooooooo.

Arrebatadoooooooooooooooor.

Obrigado, meu nicos

Anónimo disse...

Obrigada Nica, pelas tuas palavras tao lindas... tu nao escreves com palavras... o que dizes e'(sempre!) Poesia...
E'curioso imaginar quem es... ja'me vieram ao pensamento (sem querer) 4 pessoas (nao mais do que isso), e tambem, muitas vezes, imagino que provavelmente nao te conheco (so'te "reconheco"?). Mas pouco importa "quem e's"? Es quem es e es linda... Continua assim, e continua a dar cor ao blog e a quem te le...

Isabel

Nuno Cruz disse...

Assino por baixo