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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nomad Minds

And one day, a student (that was at the same time a teacher), Lara Conceição, just presented me with the movie i´m posting today and with a nice letter telling me her feelings through the semester. Her doubts and uncertainties about the type of classes I was proposing, the worries about the true meaning of all that and what would be possible to learn with (for her it was really important to learn) and how everything started to be clear as the semester proceeded. At the end, she was happy with it and thinking that everything had been so worthy. For me it was a fundamental feed-back (the first written and explained one) making me sure that I was in the good side of the road. It made me feel proud (of course) and gave me an important income to have the strength to step forward.

Nomad Minds - Fundamental Feed backs from nunocruz on Vimeo.

Eis uma mensagem deixada por uma aluna (que ao tempo era também professora), Lara Conceição, que me deixou a alma babada, e a certeza no caminho que que decidira trilhar

"Foi-nos pedida uma crítica/comentário às aulas de mecânica das rochas e a todas as actividades envolvidas nestas. Aqui vai!

Sinceramente, no início do segundo semestre quando o professor se apresentou e começou a descrever as linhas em que as aulas iriam decorrer, assim como os parâmetros de avaliação, confesso que fiquei muito insegura e não gostei muito da ideia. Pensei: “é tudo muito lindo, não precisamos de fazer exame – que fixe – mas vamos ter que apresentar uma série de trabalhos que de certeza vão ser bem mais complicados do que seria fazer apenas um exame.” E nas primeiras semanas, admito que para mim o pior dia da semana era a quinta-feira, porque ia ter uma disciplina com a qual já estava o suficientemente preocupada e que, ainda por cima, não estava a perceber muito bem por uma série de razões:

- primeiro porque não tinha tido geologia estrutural e não tinha as bases que seria de esperar;

- segundo por causa do método inovador de professor (pelo menos diferente das aulas de matéria debitada pelos professores, a que estamos tão mal habituados), que no princípio me parecia arrojado demais;

- terceiro porque era a primeira cadeira de geologia que eu ia ter desde há dois anos ( que foi quando eu acabei o meu curso de Biologia e Geologia) e, portanto, já estava um bocado enferrujada, até nos conceitos mais básicos. Em conclusão, todas as quintas-feiras representavam, para mim, um teste aos meus conhecimentos, e pior, um teste ao qual eu tirava sempre negativa.

Com o decorrer das aulas, as coisas foram melhorando. Com a primeira saída de campo comecei a ver tudo mais claro, e os conhecimentos, que até então permaneciam na penumbra, vieram ao de cima. Foi como se, finalmente, visse alguma luz ao fundo do túnel. Sei que parece um bocado dramático mas era assim que eu me sentia: aliviada por finalmente estar a perceber alguma coisa. A partir desse momento, fui começando a entender melhor os conceitos e a dinâmica das aulas já não me metia confusão. Pelo contrário, as aulas passaram a representar, para mim, um espaço de debate de ideias, moderado pelo professor é claro, mas ao fim do qual chegávamos a conclusões muito frutíferas e as quais passavam a ser os conhecimentos a reter nesta disciplina. O ponto mais alto até agora foi aquando da elaboração do trabalho de grupo sobre o ensaio de laboratório que nos calhou. Não pelo ensaio em si, mas sim porque pôs à prova a minha capacidade de pesquisa, de resolução de problemas e, o mais importante de tudo, a capacidade de trabalho em equipa. Embora o trabalho tenha sido árduo, os frutos colhidos foram muito saborosos. Para além de ter conhecido colegas com quem gostei de trabalhar (e não estou só a falar dos meus colegas de grupo, mas de todos os colegas do curso que me receberam muito bem, e que me ajudaram a integrar), os conhecimentos que adquiri foram muitos e, por terem sido obtidos, por nós, a partir de muita pesquisa, ficaram bem consolidados. Uma das coisas que também constituiu uma novidade, foi o facto de termos de fazer um vídeo sobre a matéria abordada ao longo do semestre, como modo de avaliação e, que permitisse avaliar a nossa percepção da disciplina em si. Como professora-aprendiz que sou, admirei a ideia e entendi o intuito com que nos tinha sido pedida a execução de um vídeo desse género. Não só o professor conseguiria avaliar se tudo aquilo de que se tinha falado durante o semestre, tinha sido bem apreendido, mas também conseguiria suscitar em nós o nosso lado mais criativo. Mais um ponto a favor do professor.

Assim sendo, e a partir do momento que as aulas deixaram de me meter confusão, ficou claro para mim que o método usado pelo professor tinha a sua razão de ser. E agora tenho que dar a minha mão à palmatória e admitir que o método, que no início me deixava de pé atrás e me fazia duvidar que iria aprender alguma coisa, me fez perceber o quão errada eu estava. Em vez de não ter aprendido nada, consegui alcançar um maior número de conhecimentos do que aquele que normalmente adquiro nas aulas em que os professores se limitam a debitar matéria, pois nessas aulas a matéria fica como que colada, mas como fica mal colada acaba por cair. O que passou a acontecer nas aulas de mecânica das rochas foi que, por causa do modo como somos incitados a chegarmos, nós próprios, à matéria, tudo o que aprendi fica tão bem organizado na minha cabeça que acho que vai permanecer lá durante mais tempo do que é costume. Por fim, só posso dizer que, para mim, o método usado pelo professor é mais do que um simples método de ensino, é uma forma de partilha de experiências e confronto de opiniões, a partir do qual consolidamos ideias e adquirimos conhecimentos."

7 comentários:

Anónimo disse...

É um troféu a transbordar de estima e gratidão... esse prémio que a vida nos dá ...EMOÇÕES.
São palavras límpidas que afagam e nos dão força para um novo amanhã, seguindo rotas ainda por seguir.
Nica

Nuno Cruz disse...

É mesmo isso. Sempre buscando um novo amanhã. O que se fez já está feito. O que o bem feito nos traz é a certeza de conseguirmos fazer outro melhor. Por isso, cada ano lectivo é para mim outra história a criar de novo.

Beijos para ti, meu niquitos

Anónimo disse...

O engracado e'que cada vez que penso "gosto muito do site e do Nuno, mas desta vez nao sera'para mim... muita mecanica, muita fisica, mas nisto sera'dificil imprimir "calor"/"cor"", constato que me engano redondamente... e tudo isso me faz acreditar na "Lei Universal" (a que muitos, inclusive eu, chamam "Deus"). Encontro uma logica, independente do assunto, uma cor e emocao independente do "departamento", porque este ultimo e'o significado da "Alma Nomada"... E nao posso de me inibir de deixar um comentario a essa Nica que tao bem escreve, e que deixa transparecer na sua escrita uma alma tao linda e tao limpida...Uma pergunta a essa Nica: e que fazer quando as emocoes nos "submergem"? Fico á espera de uma resposta que nao tenho, e espero que nas minhas duvidas lhe de algum conforto ( o saber que nao se esta'so'numa determinada maneira de sentir... e' essa a minha intuicao...).

Abracinho do tamanho do mundo

Isabel

Nuno Cruz disse...

Fico feliz por saber que tudo isto tem esse sentido imenso, de pessoas que se cruzam apreciando-se sem se conhecer. Porque viver é isso mesmo, saborear o que o que cada momento nos traz, sem se importar com o background que cada um lhe dá.

Beijos à isabelita, à nica e à lara (que fez o filme).

Anónimo disse...

Estava a vossa espera!

Quando as lagrimas que nunca tive coragem de chorar escorreram silenciosamente pela minha face ansiosas de falar e traduzir
...o bater descompassado do coração
...as angustias que ainda ha pouco se julgavam descabidas
...as mãos que tanto dizem sem terem nunca de falar...
Parei, ouvi o silencio, deixei a porta da minha alma aberta ...
Enxergo o mundo dos outros com os olhos deles , torno- me aprendiz e procuro o abrir de uma flor
Tudo de bom
Nica

Nuno Cruz disse...

Minha NICA

Também ansiei pela tua resposta, que tive a certeza que viria. Como aliás espero sempre que publico algo, e sempre vem Plena como sempre. E com o toque mais belo que as emoções trazem à vida. Adoro muito os ecos da tua alma que me caem sob a forma escrita, porque elas traduzem sempre algo que sinto. Hoje foi a lágrima bonita, o bater descompassado do coração que eu sempre desejo, as angustias descabidas que tanto fazem vibrar, as mãos que falam em em pequenos e suaves tactos, uma porta aberta para a alma e uma flor a abrir.

Beijo imenso

Anónimo disse...

A tua resposta diz tudo, Nica... Nos meus momentos de solidao vou-me sentir menos so', porque fazes-me acreditar que existe alguem que entende o que eu sinto...
Tudo de Bom para ti (sem te conhecer-?- conheco-te...)

Isabel