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domingo, 24 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Friendshiping

And that is it. The end of Kazakitravelling should end up with an Obelix Party. It started then and follow for a couple of more days until the overwhelming dinner "chez Christinne's" in Amsterdam that i told you about in the first chapter of this adventure.
The tail of that trip left in me the unique pleasure that only a FRIENDSHIPing travel can bring. Stays for eternity. Taste it with us, while "Drinking Tea" with Cletus Got Shot. 
And may god bless you with moments like this is during the season and further times. Merry Christmas.


E assim foi. O fim da aventura Kazak tinha de acabar numa festa de Obelix, tal a intensidade da mesma. Ao todo foram 3 arrasadores jantares de despedida (o ultimo em Amsterdam, já ilustrado no primeiro post desta aventura) em 3 dias.
Na pegada da aventura fica para mim o prazer único de uma viagem feita em “Amigando”. Ficam para sempre, essas viagens. Saboreiem-na connosco bebendo um cházinho com Cletus Got Shot (Drinking Tea).
E que deus vos abençoes a todos com momentos como estes na quadra natalícia e tempos consequentes. 
FANTASTICO NATAL E UM ASSOMBROSO ANO SUBSEQUENTE.

domingo, 17 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - Sunshine People

Astana

And fatally we ended up in Astana, the 8 of us, the Crazy Portuguese, a title inherited by the noisy laughs, confusion and party that we bring with us all the time and also by the tail of curiosity that our movement to Kazakistan has provoqued a little bit around everywhere. 
We were received as kings of a far land by the clan of Ulmeken, in a smiley, warm and intimate dinner of horse meat and other flavours of the local gastronomy. Offered by the big, warm and open Kazak Heart of that family. Taken by the Portuguese Heart, with that soul that only a Portuguese Heart can show. And that was my Honour, my Pride, my Pleasure.
After our return, I was told by Ulmeken that her mother baptized us… Sunshine People. Again, Honoured, Proud, Pleasure.  A deep “thank you so much”, by the generous and sharing welcome with whom you have embraced us.
I invite you to come along with us to visit the city, the Expo and the people that made fantastic our stay, following the tail of The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).
E lá acabamos todos 8 em Astana, os crazy Portuguese, epiteto ganho à custa do estardalhaço, risota, confusão e festa que sempre armamos à nossa volta, deixando também um rasto de alegre curiosidade acerca do porquê de termos ido ali parar. E de férias??!!?? Fantásticofabulásticamente, acabamos recebidos pela Matriarca da Ulmeken e toda a sua prole num hospitaleiro, risonho, bem disposto, intimista e principesco jantar Kazak de carne de cavalo e um sem numero de iguarias da gastronomia local. Oferecido pelo enorme coração Kazak. Recebido pelo coração Português como só ele o sabe fazer. Uma Honra, um Orgulho, um Prazer
Depois, já após o regresso, soube que o nosso título mudara para “Sunshine People”. Nova Honra, mais Orgulho, redobrado prazer. Obrigado profundo, lá bem do fundo da alma pela generosidade com que nos envolveram. O brilho que aí porventura deixamos não é mais do que o espelho do brilho que vocês deixaram em nós.
Venham lá daí conhecer Astana, dar uma volta pela EXPO e reviver esses preenchentes momentos com uns pós da música The New Mystik Trobadours (Fashion Breaks) and Monk Turner & Fascinoma (Prisioner).

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - The Holy lakes

Borovoe, Kazakistan

Says the legend tha any country in the world has something special to present, astonishing beaches, awesome mountains, incredible rivers. And to Kazakistan, only steppe was given, which made them complain to God. And God, grabbed from the bottom of his hat a landscape of fantastic mountain cliffs diving into crystal waters, covered by trees and shrubs that were the home for several fishes, insects, birds and earth animals. And that, was naturally where we ended after crossing the infinity of the Kazak steppe. A wonderful time crossing that beautiful landscape, by the hand and the heart of Andres, an ex-soviet army fellow that stayed behind in that paradise after the soviet fall and got found of us. We share our canned sardines, he gave us back the smoked fish and his home made vodka, we shared revolutionary songs from our Portugal and his Russia, he took us all in his boats to the soul of the lake, blown by Our Friends (Mind Orchestra) and When Another Sun Shines (Innocent Bandits).
KAZAKISTRAVELLIN - The Holy lakes from nunocruz on Vimeo.
Diz a lenda que cada país do mundo tem qualquer coisa de belo para apresentar, desde praias a montanhas, a rios fabulosos, glaciares, mas ao Cazaquistão só teria sido dada a estepe, razão pela qual Deus foi questionado. Reconhecendo a sustentabilidade da questão, Deus num assomo magnânimo saca da cartola uma catrabanzada de promontórios mais ou menos escarpados, atapetou-lhes o piso com uma confortável vegetação, preencheu-lhe as depressões com lagos sagrados (Borovoe deriva de Auliekol, que significa lago sagrado) e povoou-lhes o espaço com um abundante reino animal. Borovoe é por isso inevitável no fim da travessia da estepe, atravessando-se inevitavelmente no nosso caminho. Magnificos dias cruzando aquela beleza, acompanhados pela hospitalidade de um russo, o Andres, ex-militar soviético que se deixou ficar por ali, e desta vez se encantou connosco. Trocamos sardinha enlatada por peixe seco, bebemos um home made Vodka, compartilhamos canções revolucionárias do nosso Portugal e da Rússia dele, deixamo-nos levar nos seus barcos pelo lago adentro ao sabor de Our Friends (Mind Orchestra) e When Another Sun Shines (Innocent Bandits).

sábado, 2 de dezembro de 2017

KAZAKITRAVELLIN - In Love with my Trains


Almaty - Astana by train

Wake up in the night, while dawn was still sleeping, with the sparkling that comes up to my pores when a train travel rises up in the horizon. His smooth and syncopated movement relax my full body, while the nowhere landscape existing between stations that slides way continuously in the window greatly stimulates my brain, my memories, my perception of the world history. Moreover, the train never confines my space and opens his doors in every station, giving me that sense of freedom on what my mind was built. That is why, the train has always been my preference for travelling.

Bubbles boil in my memory, the first travel on my own (15-16 years old) that started precisely in the mythic Portuguese Douro Railway line that follows the river with the same name, through a really incredible landscape that reports you to the origin of things. After that I have done the same with other two river lines (Tagus and Tua rivers), crossed Europe in the interail in my first big journey abroad, fell in love with La Trochita a historical coal train of the beginning of settlements in Patagónia, cut the Tramuntana (Mallorca Mountains) in a train that seemed to come out of a movie, and I was a lucky mother F… when, on my line of work at MOTA-ENGIL, I fell deep in the Nacala (Malawi) and Sena (Beira – Moatize, Mozambique) lines, within the coal railway paths, where I learn my love for Africa. Finally, i will have the Trans-Siberian and Orient Express lines permanently in my horizon, while i don´t slide on them.

The Famous Turk-Sib (Turkestan – Siberia) line, ended in 1930 passes through Almaty, and that was a temptation to me, but the path would get us away of Astana and Borovoie, marked destinations of our trip. As so, we picked up one parallel line that links the Turk-Sib and the Trans Siberean lines and passes through Almaty, Karaganda (important city of the coal) Astana, Borovoie before crossing the Russian border. Fantastic choice. 15 h riding in the immense infinity of the Kazak steppe, touching the incredible Laka Balkhash and mixing my nomad soul with the nomad nature of the country (the origin of the name Kazakistan was given by the neighbours to the nomads that live there and means those without ceiling), under the sounds of Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) and Cletus Got Shot (Bummin Around)

The trip ended with our arrest by the local Police because we were caught smoking in a forbidden zone:
“Let´s scare them” was the tought of the entire guarrison of the station that surrounded us, threat us with a Gulag and finally freed us in a magnanimous gesture. And so, there was done another train trip that nobody can take away from me


Acordo ainda de noite com aquele fervor que uma boa viagem de comboio sempre me trás, desde que o meu corpo sabe o que é viajar. Relaxa-me a continua massagem para o meu corpo dada pelo seu ronronar sincopado e, simultaneamente, estimula-se-me o cérebro e a criatividade ao deslizar pelo nenhures que habitualmente existe entre estações. Sobretudo encanta-me que nunca me aprisione o espaço e a porta para sair se abra em todas as estações, emprestando uma sensação de liberdade tão a jeito da minha alma que nenhum outro meio de transporte consegue assegurar. Por isso, o comboio sempre esteve no meu top de preferências.

Borbulham na minha memória as primeiras férias que passei completamente por minha conta, ao redor dos meus 15-16 anos, partindo na mítica linha do Douro, que serpenteia pendurada na margem do rio com o mesmo nome em direcção à fronteira com Espanha. Verdadeiramente, foi essa a minha primeira viagem. Além dessa, que saboreei muitas vezes depois dessa primeira, deslizei por outras duas linhas que languidamente se espraiam na paisagem fluvial de 2 outros rios portugueses, o Tejo e Tua. Cruzei a Europa em inter-rail na primeira grande viagem para fora de Portugal. Deliciei o coração e definitivamente me apaixonei pelo comboio, na mítica La Trochita, um comboio a carvão que enriquece a paisagem de Esquel a Nahuel Pan, na Patagónia, e me fez viver a conquista do mundo novo. Cortei a Tramuntana, (complexo montanhoso que domina a ilha de Mallorca, Espanha) num comboio que parecia de brincar (ferrocarril de Soller). Por um par de vezes me caiu ao colo a felicidade de o meu trabalho na MOTA-ENGIL me ter atirado, primeiro para a linha de Nacala (troço no Malawi) e depois para a linha do Sena (Beira-Moatize, Moçambique), onde bebi o verdadeiro perfume de África e onde aprendi a amar esse fantástico continente. Além disso, persigo ainda, há anos, os 3 transiberianos e o Expresso do Oriente que, por ainda não concretizados, não me saem da cabeça.

Aqui à mão, tinha a famosa Turk-Sib (Turquestão-Sibéria) pensada para escoar o algodão e concluída em 1930, que passa precisamente em Almaty, mas o destino afastava-nos de Astana, um dos destinos da viagem. Saímos numa outra, paralela à primeira, que passa por Almaty, Karaganda (cidade mineira muito importante na economia do Cazaquistão) Astana, Borovoie, atravessando depois a fronteira em  às linhas Trans-Siberianas. Boa aposta porque a viagem foi espectacular. 15 horas cavalgando na imensidão infindável da estepe do Cazaquistão, tocando o incrível Lago Balkhash e mesclando o meu sentido nómada com a nómada natureza deste país. Essa natureza é, aliás, expressa no nome do país que significa "terra dos sem tecto", nome atribuído pelos países vizinhos aos povos nómadas que habitavam aquela zona. A sedentarização desses povos só viria a ocorrer com a regulação soviética, isto é, há cerca de 100 anos atrás. E nesse ritmo compassadamente romantico, lá fui disparando a minha Canon, captando o deslizar daquela paisagem, que agora embrulho com a música de Monk Turner & Fascinoma (Watcha Doin) e Cletus Got Shot (Bummin Around) 

No final, à chegada a Astana, esperava-nos a detenção policial por fumarmos fora do sítio. 
“Vamos lá pregar um susto aos moços”, pensou toda a guarnição policial da estação que nos rodeou, nos “ameaçou com um Gulag” e depois magnanimamente nos libertou. 
E assim se fez mais uma viagem que já ninguém me tira.