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sábado, 30 de junho de 2012

MAHTOUB - Merging cultures


El Jadida – Marrakech


I said this before in this blog, Juan Filloy had said before me…
When you go on traveling, leave everything behind (town, home, things). It is useless to bring it along.
This is, for me, a fundamental rule when travelling. Otherwise, you´ll miss the culture and environment of the places you want to visit. Our trip to Marrakech, with all the group together, meant for that. A slow dive into a geographically close world, but so different in its spaces, culture and people. Opens your mind, cultivates tolerance (so needed nowadays), enlarges your horizons. In tha state, we have flown into Marrakech after a good-mood trip through a colourful landscape, perfectly integrated as a team, merging in a wonderful spot of the culture and soul of Morroco.
Truly, Marrakech is one of the most amazing African great city, merging the European, árabe and berbere cultures. It is not the capital, but for me it is. Mainly by the intense and vibrating heartbeating of the city that you can really feel in the unique square, Djemaa el Fna. I never felt anything like that in any other city. Everybody ends there. Impossible not to. If by any chance you get lost in Marrakech. Go to Djemaa and you will be found. That´s for sure.
Staying there for one complete day, it is an unavoidable, surprising and unforgettable experience. Seating there, simply drinking 1,2,3…Thé au Menthe, looking the wider sort of persons (waterman, snake games, teeth selling, story tellers and so on) where you always feel part of, drowning into the city pulse. From the early morning start in a relative rush, the arriving of the funny selling cars that slowly and gradually fill the place, apparently with free opening hour, the singing voices arising from the mosques signing the sunset, and the change to a huge restaurant, by night.
Allow me to stimulate the imaginary of 1001 nights.

MAKTOUB - A city with a living soul from nunocruz on Vimeo.


P.S. For those who want more of Marrakech, I just leave a second movie, from another trip, showing another particularly interesting side of Marrakech. Its Gardens. The Aguedal, Menara and the fantastic Majorelle, created by Jacques Majorelle (‘20s) and for while was property of Yves St. Laurent. The finest example of a refreshing place. Tuned by Matt Costa (Desire´s only flying)



Já o disse por aqui antes. O Juan Filloy também o disse ainda antes de mim…
Quando viajas, deixa para trás a tua cidade, a tua casa, as tuas coisas. Não te vão servir de nada para onde vais.

Essa é, para mim, uma regra fundamental a viajar. Caso contrário, a cultura e os traços identitários de cada povo para onde viajas, permanece oculto, distante. A viagem El- Jadida – Marrakech, já com o grupo completo, revestiu-se desse significado. Um mergulho lento para dentro de um mundo geograficamente tão próximo e tão diferente nos espaços, na cultura e nas gentes. Abrindo a mente, cultivando a tolerância (tão imprescindível de conquistar nos dias de hoje), alargando os horizontes. Embuidos desse espirito, desaguamos em Marrakech depois de uma viagem bem disposta através de uma paisagem multicor, perfeitamente integrados entre nós e sedentos de emergir na cultura e na alma do povo marroquino de que a cidade é um excelente postal ilustrado.

Na verdade, Marrakech é uma das mais belas cidades do continente africano, habituada à mescla da cultura europeia, berbere e árabe, o que lhe transmite uma alma muito característica. Não é a capital de Marrocos, mas para mim é como se fosse, sobretudo pelo pulsar sadio, vibrante e intenso que emana da Praça Djemaa el Fna, para onde tudo parece convergir. Nunca senti nada igual. Toda a gente acaba lá, de uma maneira ou de outra. Se te perderes, um dia, em Marrakech, vai para a praça e serás encontrado. Inevitavelmente.
Perder um dia inteiro do nascer do sol até que a lua já vá alta, é uma experiência Imperdível, Surpreendente, Inolvidável. Sentar por ali, simplesmente, bebericando 1, 2, 3… Thé au Menthe, observando o corropio das mais variadas personagens (aguadeiros, acrobatas, encantadores de serpentes, contadores de histórias, os impressionantes vendedores de dentes, etc), deixando-se embeber no pulsar da cidade. Do circular matinal mais apressado à chegada da parafernália de carrinhos de venda que lenta e gradualmente enchem a praça, sem hora marcada. Até ao cantar das mesquitas a assinalar o pôr-do-sol e a transformação num imenso restaurante. Com Nitin Sawnhey (Homelands) para lhe dar o tom.
Deixem-me embalar-vos o imaginário das mil e uma noites

P.S. De uma outra viagem a Marrakech, deixo um segundo filme relacionado com outro lado de Marrakech que tenho na mente. Os seus jardins, entre os quais os Jardins Aguedal, Menara e o incontornável Majorelle que é de uma frescura que até doi (construído por Jacques Majorelle nos anos 20 e mais tarde residência do costoreiro Yves St. Laurent. Para quem quiser mais. Este com o Matt Costa (Desire´s only flying)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

MAKTOUB - Tarifa - Tanger - El Jadida

The first and only time i stepped in the desert (Sahara) it was a decade ago. It was an adventure, during which an immense and intense friendship between 6 people who hardly knew each other was born and lived until today. The intensity of everything in that perfect landscape always made me wanting to go back there, with some more time in the desert. As a consequence, when came to my mind the idea of traveling in a FatherSonian adventure with my oldest kid (18 years) who is starting to flight on his own (Important time to be together, to talk and… to let him go), Morocco and Sahara were selected right away. And, proving that there is a God who cares, the opportunity came with joining 5 other 4x4 vehicules and go to the desert stepping on Dakar routes. In one day I had knew the shot, talk to Miguel and confirmed our presence. A Father and a Son, looking for the secret of life, sharing paths, thoughts, flowing and merging dreams, while sliding through the enormeous variety of landscapes that Morocco have to offer. From the green Rif, to the hills of Medium Atlas and the imponent mountains of the High Atlas until you fall in that orange-yellow of the Sahara. Not easy to do it again. Street Guru (spoken words in the overture of the movie) from Nitin Sawhney, highlights a fundamental secret of life: The Time. RadioHead (2+2=5) reveal another… challenging logics as a way to conquer mind freedom. Finally, Nitin again (Homelands), brings the will of dreaming and live upon that. I wouldn´t dare to ask for more. Just the perfect salt and pepper to our adventure. 

Picked him up at the way out of an examen (Algarve University), and with our clothing coming out from the bags we departed to Tarifa, from where we would cross to Tanger in the African continent. In there we joined the group and moved towards El Jadida, which was funded by Portuguese in 1502 and remained as Portugal until 1769. The actual historic centre of El Jadida is the old Portuguese Fort, perfectly merged in the town. In a way, the right place to start unclothing our european suit, mixing the Portuguese flavour with the Berbere aroma and getting to know each other a little better.



MAKTOUB - Sliding into the dream from nunocruz on Vimeo.

Passaram mais de 10 anos desde a primeira vez (e única) que pus os meus calcantes no deserto, neste caso no Sahara. Dessa aventura sobrou uma amizade imensa e intensa entre 6 pessoas que se conheceram então, a qual perdura intacta nos dias de hoje. Pelo que a juntar à fantástica memória de viver o deserto montado num dromedário esse elan marcou para sempre a minha memória, deixando sempre uma ansiedade (boa) de voltar a esse local, e com mais tempo.
Quando se começou a desenhar na minha cabeça uma viagem com o meu filho mais velho, (que começa agora a partir para a sua vida individual e que para mim merece um momento de conversa e reflexão a dois), de imediato me ocorreu que Marrocos seria o cenário ideal para essa aventura FatherSoniana. Nem de propósito, talvez querendo dizer que há um deus que nos ajuda a fazer coisas bonitas, eis que surge uma oportunidade de arrancar para o Deserto em 4X4 (com mais 5 veículos), nas rotas do Dakar. Avisado num sábado, em menos de 24 horas eu carimbava a nossa presença na aventura, deixando-me envolver desde logo no sonho de aquilo que eu sabia ia ser fantástico. Um pai e um filho à procura do segredo da vida, partilhando o trajecto e as reflexões, fluindo e mesclando os sonhos de cada um, enquanto deslizam pela magnífica variedade de paisagens que Marrocos oferece, desde o verde e amarelo do Rif, passando pelo ondulado do Médio Atlas e rasgando as montanhas do Alto Atlas, do lado de cá negras e verdes com os picos nevados e do lado de lá caindo para a lindíssima nua e árida paisagem amarelo/laranja/ocre, até entrar no deserto de areia. Eu e o meu Migo, de passo acertado, num trajecto comum. Talvez irrepetível. Street Guru (palavras faladas no inicio do filme. Prestem-lhes atenção) do Nitin Sawhney, revelam um segredo fundamental da vida. O Tempo. RadioHead (2+2=5) revelam outro (para mim) fundamental para a conquista da liberdade de pensamento… o desafio da lógica. Finalmente, Nitin outra vez (Homelands), traz a vontade de sonhar e viver disso. Perfeito, para início de aventura. Não ousaria pedir tanto.
E assim, apanhei-o na saída de um exame na universidade (do Algarve) e ainda de fralda de fora, arrancamos em direcção a Tarifa de onde atravessamos para o continente africano (Tanger). Aí apanhamos o restante grupo e abalamos em direção a El Jadida (Mazagão), ainda hoje uma marca indelével da cultura Portuguesa em Marrocos. Com efeito, as nossa gentes fixaram-se aqui em 1502, erguendo o Forte de Mazagão que haveria de ser um grande centro de comercio e de paragem para reabastecimentos. Dois séculos e meio depois, em 1769, lá fomos expulsos pelo Sultão Sidi-Mahommed, mas para sempre lá ficou a nossa marca. O centro histórico da cidade na actualidade, perfeitamente integrado no meio. Sítio catita para começar a viagem, misturando o sabor luso com o berbere, enquanto nos conhecemos um pouco mais entre nós.