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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Patagonia - Sleeping in the nature´s bed

Caviahue-Copahue

Copahue (Sulphur's land in mapuche language) is an active volcano that reaches almost 3000m high, which includes several craters. In one of them, taking advantage of the local thermal conditions, a spa was installed in the beginning of last century, sourounded by small hotels and cabañas. In its foothills is located Caviahue (party land) in the margins of a glacial lake that supports the thermal (summer) and ski (winter) seasons. At the end, we chose to sleep in the sulphur land, due to the geological emotion of sleeping in a volcano crater. Something to tell your grand children, later on.

Our stay in Copahue was "around" the volcano and one follow of the Agro river downstream until its first "jump" (waterfall), in an unforgetable time lapse that gave a special colour to this trip. It is funny to realize that everyday was a different day, since we had left trelew. Starting from the older and bigger cities to the otherwy around, until we deeply fell within the nature, here in Caviahue-Copahue. In a time to remember and reflect on our lives, this trip brought up my daddy to my mind, because the way he died gave a special colour to its attitude in life.

Walk this path with me, while singing Katayama (Adiemus)
Copahue (terra de enxofre) é um vulcão activo localizado a quase 3000m de altitude que conta com várias crateras. Numa delas, aproveitando o termalismo próprio do local encontra-se instalado um complexo termal, construido no inicio do séc. passado, rodeado de todo o sistema de alojamentos próprios de um local como este. Na sua base encontra-se instalada Caviahue (terra de festas) que serve de apoio à instância termal e de ski que ali se pratica de inverno. Naturalmente, que dormimos em copahue, quanto mais não fosse pela geológica emoção de dormir numa cratera de vulcão.

A nossa estada rodeou o vulcão e sobretudo uma "descida" do rio Agro, desde a fralda do vulcão até ao primeiro "salto" (queda de água), num percurso inesquecivel de cerca de 10 km, que deu uma cor fundamental à viagem. É engraçado notar que desde que sairamos de trelew, cada dia foi um dia diferente, sempre com mudança de cenário e de motivo. Grosso modo, fomos progredindo de cidades mais antigas e populosaspara o inverso, mergulhando cada vez mais na natureza até sermos um só. Em tempo de lembranças, aquilo lembrou-me a vida do meu velhote, cuja forma como terminou determinou o brilho da sua forma de estar.

Acompanhem-me nesta orgia de cor da natureza, cantando Katyama (Adiemus)

sábado, 18 de junho de 2011

Patagonia - Smashing Serenity

And then, you wake up in the morning and you realize you are in a different planet. Again we hit the road towards Caviahue, a little town located in the foothills of Copahue Volcano (another one), smashed by serenity of the landscape and its silences, only disturbed by the wind and our own voices and noises. The footsteps of this journey in the land of Mapuche indians perfectly mixed within lanscape (for me, indians are the people that better balanced the human life with nature) can be felt by the music of Jesse Cook (Azul), while the sweet whisper of the wind in my ear is blown by the fantastic Ruben Patagónia and his Cancion del Viento. Probably i should stop here, since music and images of the Diaporama say everything that should be said.

However, i´d like to share what took in love my soul in that exclusive scenary. I remembered, once again, of my life in Vizela and Foz-do-Douro, with its permanent harmony and the human chain in a perfect flow, crossing lifes and antecipating so many ways to overcome. And also remembered all the ideals impregnated of freedom i dare to dream about in my times of Coimbra (university), when the internetic model of society was only in the early beginning. After that a huge Tsunami came over. Computers took the lead of our own lifes, promising a sustainable life that would never arrive. The philosophic jump didn´t happen, and the damn machines became our first competitor transforming us in a multi-function box thrown out to a never ending vertigo of rush and greed, cutting out of the scene the space for courtesy, love and care. It could only end in what it did. A fragile world waiting to fall apart.

And there i was, in the middle of the Patagonia , being naif enough to believe again in a society based in sharing, loving and loyalty as a way of making the Earth a good place to live.

And so, i took the chance and cleaned out of my soul the lefties of the disappointment i felt after the presentation of my PhD (this trip is a single gift offered by me to myself, to comemorate that commitment) learning in definitive how to avoid bitterness in your soul. That would only be good to dark grey my horizon.

Enjoy the moment
Acordamos de menhã com a sensação de estar noutro mundo. Pusemos novamente e uma vez mais os pés ao caminho, com o intuito de chegar a Caviahue, na base do vulcão (mais um) Copahue, esmagados por aquele desfilar de paisagem e de silêncios apenas cortados pelo vento e pelas nossas próprias vozes.
O ritmo deste trajecto, por entre terra de indios mapuches que tão bem se misturam naquela paisagem (para mim os indios são o povo que melhor equilibrio criou com a natureza), pode ser sentido através Jesse Cook (Azul) enquanto o doce assobio do vento que senti nos meus ouvidos pode ser escutado através dofabuloso Ruben Patagónia e a sua Cancion del Viento. Provavelmente deveria ficar por aqui porque as imagens e a música do diaporama dizem tudo quanto há para dizer.

Mas gostaria de partilhar o que a minha alma pensou naquele cenário exclusivo. Lembrei-me mais uma vez da vida de Vizela e da Foz-do-Douro com a sua harmonia permanente, o encaixe humano das pessoas e a fluidez com que as vidas se cruzavam e descruzavam antecipando futuros para desbravar. Lembrei-me também da minha Coimbra e dos ideiais que sonhei de uma vida livre e desempenada, nesse tempo em que o modelo informático de sociedade não passava de um embrião.

Mas depois tudo se precipitou. A informática tomou posse, com promessas inequivocas de um desenvolvimento encantador, fazendo-nos acreditar profundamente no salto tecnológico que nos preparavamos para dar. O problema foi que o salto filosófico não ocorreu, e a maldita maquinaria que nos devia dar uma vida mais sustentada, mais equilibrada, virou o nosso competidor mais sério. Não passamos hoje de caixa multi-funções atirada para uma vertigem interminável de pressa e avidez que eliminou o espaço para a delicadeza, a cortesia, as boas relações, a lealdade e o amor, até que a mais hedionda das atitudes passou a ser viável (é só uma questão de argumentação). Por isso, só poderia dar no que deu. Um mundo preso por arames, à espera de ruir.

Ali, no meio da patagónia, esmagado pela sua paisagem, senti de novo essa inocência e ingenuidade de acreditar no altruismo, na lealdade e no lado mais doce das pessoas como forma de fazer da terra um sitio bom para viver. Aproveitei a ocasião e libertei-me dos restos de desencanto que se sucedeu à defesa da minha tese de doutoramento (de que esta viagem é uma prenda, de mim para mim), aprendendo definitivamente a impedir que a amargura e o azedume possam algum dia controlar a minha existência. E isso, concerteza, serviria apenas para me tornar o horizonte cinzento.

Curtam o passeio

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Patagonia - Chile Out

Early morning, we left all that track of small recent towns (the older is only one century) where the comunity spirit rules and the harmony is whispering with the winds. It reminded me my old Vizela (the small town of my mum) i lived in my childhood and adolescence where things used to be that way. It also crossed my mind how far we are from it.

And from S. Martin de los Andes, we jumped into the pure nature, through rippio roads (off-road), marked by ocasional pueblitos and bridges proper of adventure lands, looking for a way (Passo) to cross to Lanim Volcano in Chile. Unfortunatly, the car papers were not in order and the access was denied. Bad luck, you might think, but how can one feel unlucky in a scenary like the one we were moving through. Impossible to happen in such an overwhelming spot. And so we continued our journey through the argentinian side of the Andes until Vila Pehuenia, a small town in its first steps, in a Far West style.

Enjoy the scenary with the local sound of Los Laikas (Bajando de las Montañas) e Las Voces de Orán (Zamba del Pñuelo)

Patagonia - Chile Out from nunocruz on Vimeo.

Manhã, pela fresca, deixamos para trás aquela pleíade de pequenas cidades, a mais antiga com apenas um século, onde o espirito comunitário parece imperar e a harmonia anda à solta no ar. Lembrou-me a Vizela que vivi na infância e... também quão longe (infelizmente) estamos nós desses dias.

E num mergulho vertiginoso na natureza pura e dura, por estradas de rippio pintalgadas apenas por ocasionais "pueblitos"e umas pontes dignas de cenários de aventura, rumamos a um "Passo" para atravessar a fronteira com o Chile e apreciar o vulcão Lanim. Azar dos cabrais, deparamo-nos com uma situação (papeis do automóvel) impossivel de resolver senão seguir o caminho pelo lado argentino. Senti pena, porque gostava mesmo de apreciar a diferença climática (e respectivas consequências paisagisticas) do outro lado dos Andes. Falamos um bocadito disso, por apenas uma parca meia-horita que a natureza envolvente encarregou-se de nos arrastar para dentro dela. Uma coisa soberba, até Vila Pehuenia, um pequeno pueblito acabadinho de nascer. Uma coisa tipo história do faroeste. Apreciem com os sons apropriados feitos por gente dali: Bajando de las Montañas (Los Laikas) e Zamba del Pañuelo (Las Voces de Orán)

sábado, 4 de junho de 2011

Patagonia - The Track to Chile

Bariloche - S. Martin de los Andes

We left Bariloche (the biggest town we have visited in this tour) in our way to Chile, hoping to gradually decrease "civilization" towards the complete melt with nature. My soul was waiting for that movement since the very beggining. A few km ahead, we were completely out of the urban scenary moving again through the Andes. Our goal was to pass Villa L'Angostura and move forward to S. Junin de Los Andes where we were supposed to sleep and continue in the day after to cross one pass to Chile. However, in the middle of the afternoon we were smashed for the beauty of a little town (S. Martin de los Andes) located in a small bay of the Lake Lácar in the Andes foothills, where the indian Puelches used to refuge during the local harsch winters. Right away, we decided to spent the sunset and the night in there. I particularly like this moment decisions that always take excitment to any trip. No schedule to follow, no definitive destinations. Next day, when passing S. Junin de los Andes, our primarly destination, we realized how good it was follow our instincts in that decision. Walk along with us in this beautiful track, with Govi (Treasure bay). I´m sure you will feel compensated.

Patagonia - The Treasure Bay from nunocruz on Vimeo.

Deixamos Bariloche para trás (a maior cidade que haveriamos de visitar neste tour) rumo ao Chile, esperando decrescer no nivel civilizacional até nos confundirmos completamente com a natureza patagónica, afinal a MECA que todos procuravamos. A ideia era rolar até S. Junin de los Andes (passando pela famosa Villa L'Angostura), dormir por lá e arrancar no dia seguinte para cruzar a fronteira e entrar na patagónia chilena, atarvés do parque natural de Lanim (um famoso vulcão local). No entanto, a meio da tarde, tropeçamos numa cidadezita localizada numa pequena baia do Lago Lácar, S. Martin de los Andes, que os indios Puelches usavam como refugio durante os duros invernos locais. Tocados pela particular beleza e serenidade do local, decidimos que a viagem acabava ali naquele dia. Gosto sempre destes momentos instintivos que fazem alterar rumos, pelo sentido de aventura que dão às coisas. Sem horários para cumprir, nem destinos para chegar. No dia seguinte, ao passar em S. Junin de los Andes, pudemos constatar o acerto dessa decisão. O melhor é mesmo viverem esse trajecto connosco, em companhia de Govi (Treasure bay), para respirarem aquele ar tão puro.